Crise, palavrinha que impera nas revistas de economia, nos noticiários na tevê, nas primeiras páginas de jornais, mas, a tal da crise parece não ter batido à porta de algumas agências de viagens, em especial aqui das Cidades Irmãs. Chegado o período de férias a única coisa que os felizardos pensam é em sair da cidade, pular ondinha na virada do ano, tomar uma água de coco à beira do mar e descobrir gostos e visuais novos. E isso é possível, sim, independente do impasse econômico e político do País.
Para a turismóloga e proprietária da Agência de Viagens Sete Ilhas, Arceli Fudal, a palavra do momento deveria ser “planejamento”. “Não existe viagem cara, existe planejamento”, afirmou. Segundo ela as viagens de quem embarca em novembro até fevereiro de 2016, já estão pagas há alguns meses. “O pessoal que viaja nessa época do ano está pagando o pacote desde janeiro. Teve bastante tempo para se programar.”
Conforme Arceli, em sua agência o peso da crise não foi sentido, justamente pelo planejamento. “As parcelas são acessíveis e você vai pagando. Quando vê já quitou e já está embarcando para as férias”, disse.
Em outra agência, na Centrus Idiomas e Viagens, a marcha lenta na economia foi sentida, mas não com tanto impacto. Conforme a proprietária, Tânia Mara Dai Prai, foram os roteiros turísticos que mudaram. “Dentro da média nacional, não houve impacto. O que houve foi uma mudança de destinos de viagem, uma redução dos internacionais, e um aumento dos roteiros nacionais, com os cruzeiros”, lembra Tania.
Ainda segundo Tânia as pessoas começaram a fazer viagens mais curtas, para compensar o mercado. Um exemplo disso são os cruzeiros de três dias que – inclusive – já estão à venda os pacotes da próxima temporada. No entanto, o momento para comprar deve começar em janeiro. “Sempre recomendo fechar um pacote de viagens no começo do ano, tem promoções e ofertas de aéreo”, afirma.
Os roteiros turísticos também alteraram desde o ano passado na Sete Ilhas, quando a moda era Buenos Aires, na Argentina. Na agência as procuras pelas viagens de navio só aumentaram neste ano, só que agora, com a alta do dólar, os roteiros para as praias do Nordeste é que ganharam um ponto de vantagem. Há pacotes de viagem para Porto Seguro, o casal, por pouco mais de R$ 1.500. Os cruzeiros de três dias pelo litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro também não saem por mais de R$ 2.800, lembrando que o preço é na antecedência. O período de fechar os pacotes segue até março do ano que vem. Isso porque quem firmar o negócio terá um período maior de parcelamento e pode aproveitar as promoções de empresas aéreas, além dos cruzeiros para a temporada de 2016/2017.
Para a turismóloga, neste próximo ano o foco serão as termas – que já fazem sucesso na agência – Santiago no Chile e, para um verão caliente, uma temporada em Cancún, no México. “Quem foi disse que é lindo, então vamos estudar”, adianta.
Outro roteiro que sai, independente do momento, é o Rio de Janeiro. Esse, segundo Arceli, é turismo pronto. “A propaganda já está feita, o turismo de lá é preparado”, pontua. E também não sai por um preço alto.
Garantia de assistência
Alguns podem pensar que comprar pacote pronto em agência de turismo não vale tanto a pena quanto montar seu roteiro pela internet. No entanto, esse impasse entre o olho no olho e o olho na tela só é percebido quando quem reservou um hotel por um site de booking na internet, por exemplo, precisa trocar de quarto ou resolver algum problema que só surgiu no momento do check in. Para Arceli a vantagem de fechar negócio em uma agência física é a assistência. “Eu sei de todos que fecharam pacote comigo, quando eles embarcam, quando eles voltam, tudo”, comentou. “Se acontecer alguma coisa no aeroporto ou no hotel eles podem me ligar e eu vou resolver rápido, sem que eles se estressem.”
Tânia também compartilha a mesma ideia. “Na internet você é responsável por você. A pessoa precisa de referência de critérios de onde está comprando”, alerta. “Sempre pergunto como será o pós venda, o caminho de ida e volta”, argumentou.
Contudo, planejar seu próprio roteiro e organizar as viagens por conta também não é um problema. Claro, se você priorizar um certo planejamento e saber comprar online, em especial as passagens aéreas – porque vamos combinar, o aéreo aperta o bolso de qualquer viajante. As dicas são bem básicas, só que precisam ser seguidas com disposição, isso porque uma delas é comprar as passagens aéreas na madrugada e em dia de semana, de preferência nas terças e quartas-feiras. Não comprem passagens aéreas nos finais de semana, fujam delas, em alguns casos o preço pode ser 40% mais caro que em dia de semana.
Outra dica é comprar com antecedência, quatro meses o internacional e um mês a nacional. Temporada também será sempre mais cara, na América do Sul a temporada fica entre dezembro e fevereiro. Já Na América do Norte, por exemplo, a temporada é entre junho a agosto.
Fechou. Agora é só fazer o planejamento!