FESTA NO SÃO PEDRO: Fogueira, a protagonista de seu próprio espetáculo

Voluntários trabalham na construção da maior atração de uma festa que já dura 81 anos

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Atualizado há 8 anos

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Fogueira deve estar pronta uma semana antes da festa dos dias 9 e 10 de julho. (Fotos: Mariana Honesko).

Há cerca de duas semanas, 20 homens trabalham no pesado. Cortam, serram, ajeitam, endireitam, puxam. Afinal, força e boa vontade são ingredientes essenciais para a montagem da grande atração da festa do Bairro São Pedro, em Porto União.

Lá se vão 81 anos do evento. Lá se vão olhares atentos e iluminados pelas chamas que vem da parte mais alta da fogueira. É ela a grande protagonista da festa popular da comunidade que, neste ano, acontece em duas edições: nos dias 2 e depois em 9 e 10 de julho. A programação está pronta, mas ainda não foi divulgada.

Já a fogueira, esta sim, está quase lá. São 30 metros de altura. Uma construção natural, à base de Eucalipto. “É madeira da igreja mesmo, de um terreno que temos no Legrú”, conta o voluntário de uma década, Edson Francisco. Neste final de semana, a segunda etapa da montagem da fogueira foi executada. Antes dela, a equipe trabalhou na colocação das quatro varas de sustentação. A madeira, forte e firme, foi doada pelo amigo do evento, Edgar Tonial.

O serviço é constante. No sábado, 4, nem a rápida chuva que caiu à tarde tirou os trabalhadores de “canteiro de obras”. As mulheres, voluntárias também, apoiaram seus amigos e companheiros com a oferta de uma cuia de chimarrão ou de uma xícara de café. “Era para termos começado a fogueira em maio mas por causa do tempo a gente se atrasou um pouco”, explica Francisco. A expectativa é de ela esteja pronta na semana véspera do segundo evento, do dia 9 e 10. Se depender da alegria e força dos trabalhadores, bem como do apoio incomparável do tratorzinho de 1935, que puxa as toras de madeira, vai dar tudo certo.

E se der tudo mesmo, a fogueira vai queimar em seis horas, aproximadamente. Todo o trabalho de um mês e meio, desaba, incandescente. Ao contrário do que se pensa, este é o troféu dos construtores. “Nossa alegria é quando toda a madeira queima”, sorri o também voluntário e membro da organização, Geraldo Cezeski.

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Voluntários Edson e Geraldo são companheiros de trabalho e aguardam a preparação da fogueira o ano todo

Vale a pena esperar. Embora a organização tente mudar o foco da festa, chamando a atenção dos visitantes do evento para a queima de fogos, não tem jeito: a fogueira é a queridinha. O acendimento dela é elétrico, com condução que sai do palanque das autoridades.

Festa grande e pequena

No dia 2 de julho, a fogueira pequena será acessa e, para ela, também tem festa. Para a queima da grande, os eventos são no dia 9 e 10. O site da paróquia São Pedro e São Paulo, que promove as atrações, dispõe de outras informações.

A fogueira nas páginas de O Comércio

Nesta semana, uma grata surpresa marcou a pesquisa dos repórteres da redação, que preparam caderno especial para os 85 anos do jornal. Nas já amareladas páginas das edições, duas matérias destacavam a fogueira. Há alguns anos, ela já foi considerada a maior do País. Na época, cada metro de construção correspondia à edição da festa. Hoje, por conta do perigo da altura – imagine uma fogueira de 81 metros – ela se limita aos 30 metros. E ainda é um espetáculo.