A Ordem dos Advogados de Santa Catarina (OAB) lançou ontem em Florianópolis, durante o Congresso Brasileiro de Processo Civil, a campanha Vote Consciente. A ideia surgiu depois que o grupo RBS contratou uma pesquisa do Instituto Mapa para saber os interesses dos catarinenses por política. O resultado não foi tão positivo. Nele 36% dos catarinenses não se interessam por política e 30% não lembram mais em quem votaram.
Nesse cenário, um tanto estarrecedor, o Grupo junto da OAB decidiu unir forças e encabeçar a campanha para dar uma “chacoalhada” no eleitorado catarinense. Entretanto, todas as subseções da OAB Santa Catarina estão envolvidas para que haja o alcance de todo o Estado, já que as próximas eleições serão municipais.
A ideia é mobilizar a sociedade em favor do voto consciente, procurando levar o eleitor a compreender a importância do voto e da escolha fundamentada do seu candidato. “A preparação para o voto depende diretamente da disponibilidade do eleitor em buscar as informações necessárias para que, dentre as opções existentes, escolha o candidato que tenha a conduta que se espera de um governante e um projeto de trabalho adequado à realidade no âmbito em que ocorre a eleição”, alerta a presidente da OAB local, Danielle Masnik. “A pesquisa realizada pelo Instituto Mapa a pedido do Grupo RBS, aponta que apenas 24,7% dos eleitores de Santa Catarina estão interessados no assunto política e eleições, isso demonstra um grande problema, posto que, a definição do voto de forma consciente depende do conhecimento que o eleitor tem a respeito, não só do candidato, mas também do contexto político em que este está inserido. Por isso, as campanhas de conscientização do eleitor são fundamentais”, comenta.
Na subseção de Porto União um cronograma específico será montado. “Estaremos promovendo ações paralelas, não só vinculadas ao projeto do Grupo RBS, através das nossas comissões e com parcerias com outros entes da sociedade, com palestras, inserções da matéria nos meios de comunicação da nossa região, bem como estamos em estudo da viabilidade de promovermos mais um debate, como fizemos na eleição passada”, explica. “Assim como nos demais municípios brasileiros, os eleitores de Porto União estarão sendo incitados a refletir sobre o poder e responsabilidade que tem em suas mãos através do voto e da importância de escolher com consciência.”
Para a presidente o “voto consciente” acontece quando o eleitor tem conhecimento da responsabilidade que tem ao escolher seu candidato e define seu voto a partir de uma análise que lhe dá condições de dizer exatamente o motivo pelo qual votou naquele candidato. “Para tanto o eleitor precisa avaliar a conduta do candidato na vida particular e em sociedade, seu envolvimento social e político em favor da comunidade. Também é preciso que o eleitor reflita sobre os problemas da sua cidade, estado ou município e confronte com as propostas apresentadas pelos candidatos. Procurando verificar se de fato tratam da realidade daquele lugar e se são possíveis de serem executadas”, orienta.
E caso a escolha seja equivocada os resultados não serão sentidos somente por um eleitor, mas em toda a sociedade. “Vez que este passará a representar a todos nas decisões de governo e de legislatura. Será quem fará a gestão do dinheiro público (os impostos que pagamos), quem criará leis que regerão nossa conduta na sociedade, quem definirá nosso progresso ou nosso retrocesso. Portanto, o eleitor tem em suas mãos o poder e a responsabilidade de participar da construção do futuro”, fala Danielle.
Programação
Durante o mês de agosto, que também é o Mês do Advogado, serão realizados eventos e atividades em todo o Estado, promovidos pelas Comissões Temáticas, Escola Superior de Advocacia e também pelas Subseções sobre voto consciente e política, além do dever do cidadão. As palestras, vídeos e artigos serão realizados e publicados – a nível municipal e estadual – de forma intensa até pouco antes das eleições, em outubro.
A pesquisa
A pesquisa do Instituto Mapa ouviu mil pessoas entre os dias 18 e 26 de maio, em 42 cidades de todas as regiões de Santa Catarina. Ela foi publicada no começo do mês e foi contratada pela RBS. A margem de erro é de 3,1% tanto para mais quanto para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levada em conta a margem de erro a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
Objetivo da pesquisa foi conhecer o nível de interesse do eleitor sobre os temas política e eleições, saber como ele decide seu voto, o que considera importante num candidato, além da opinião dos eleitores sobre temas atuais como corrupção e doações eleitorais.
A pesquisa também trouxe outras questões relacionadas com as eleições, entre elas temas polêmicos como a liberação da maconha e o aborto.