Fundação Pró-Rim vai visitar hemodiálise do Hospital São Camilo

Evento está previsto para os próximos dias. Conversação pode evitar fechamento da clínica, marcado para fevereiro

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Atualizado há 8 anos

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Espaço atende 46 pacientes, todo mês. (Foto: Mariana Honesko).

No início da semana, as ações que tentam impedir o fechamento da clínica de hemodiálise, oferecida em caráter privado, mas dentro das instalações do Hospital São Camilo, de União da Vitória, avançaram um pouco mais. Numa negociação entre a 6ª. Regional de Saúde e a Fundação Pró-Rim, de Curitiba, a possibilidade de seguimento ao trabalho desenvolvido pela nefrologista, Gisele Fernandes Furtado, foi estudada. O gesto foi mediado pelo deputado estadual, Hussein Bakri, que é de União e se propôs a enviar R$ 500 mil, todos os anos, para dar suporte ao funcionamento da hemodiálise.

O capítulo é novo e ganha vírgulas a mais nos próximos dias. É que uma visita da equipe da Fundação está prevista. O grupo vai visitar a clínica, diagnosticar o perfil e propor um futuro diferente para o espaço. Seja como for, com a Pró-Rim ou não, a garantia é de que a serviço não vai deixar de ser ofertado na cidade. “A preocupação é enorme. Nós estamos tentando achar um caminho para evitar o fechamento da clínica, mas de qualquer maneira, podemos dizer que a unidade de tratamento renal não vai fechar”, afirma o chefe da 6ª. Regional de Saúde, Henrique César Guzzoni.

A preocupação tem justificativa. Em outubro, a nefrologista, dona da clínica, comunicou oficialmente sua decisão de vender o espaço. Ocorre que, até agora, não houve interessados na compra. Caso esse cenário não tenha alteração, diante de um contrato que vence em fevereiro do ano que vem, a clínica fecha. Os pacientes – 46, todo mês – por conta disso, teriam que ser encaminhados para outras cidades, para o tratamento renal. Começaria ai o calvário de cada um: enfrentar viagens, horas na estrada, exposição, dores, em um ciclo de três vezes na semana. “Na Fundação, conversamos com o também nefrologista, Miguel Carlos Riella, referência no País todo. Ele devir vir conhecer a clínica junto com uma equipe. Foi uma reunião importante”, conta, com outros detalhes, Guzzoni.

Relembre o caso

Conforme posicionou a médica Gisele, realmente, a clínica de hemodiálise está à venda, por questões pessoais. A estrutura funciona em uma ala construída pela comunidade, a partir de doações. Pertence à clínica, contudo, o maquinário, a gestão dos 12 funcionários e o pagamento de duas empresas terceirizadas, para o tratamento da agua e das máquinas.

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Nefrologista, Gisele Fernandes Furtado, colocou clinica à venda, mas espera a continuação do trabalho

O espaço tem 11 máquinas e atende mensalmente 46 pacientes: a maioria absoluta, vindos do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de encaminhamento médico e do Consorcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Iguaçu (Cisvali). Atende, portanto, toda a região da Amsulpar.

Como prestadora de serviços, a clínica tem contrato com a Secretaria de Estado do Paraná. O documento vence em fevereiro do ano que vem. Caso haja renovação, o convenio dura mais cinco anos. “Tempo esse que não tenho condições de assumir, pois venho enfrentando problemas de saúde devido ao excesso de trabalho”, explicou a médica em uma carta de esclarecimento. Caso não ocorra negociação até fevereiro, a hemodiálise não seria mais ofertada no hospital.

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Há duas semanas, o assunto, preocupante, foi destaque no Portal Vvale. Na reportagem, a nefrologista falou abertamente e confirmou, por meio de uma Carta de Esclarecimento, seu desejo de encerrar o trabalho na cidade, mas sua vontade de ver as portas abertas, com o trabalho acontecendo, sem interrupção.