O cenário do emprego na região ainda não é o melhor, tampouco diferente do final de 2016. Até agora, nestes primeiros dias do ano, sobram poucas opções de vagas. A maioria, conforme os responsáveis pelos balcões de emprego, são braçais e exigem experiência. Para os setores administrativos, por exemplo, não há muita esperança, até o momento.
Em Porto União, entram todos os dias, em média, cerca de quatro ou cinco novas vagas. Todas, para o serviço pesado, para o chão de fábrica. “E pedem experiência. Está bem complicado”, confirma a responsável pelo atendimento, Leila Andrukiu da Cruz Carraro.
Na Agência do Trabalhador, em União, o cenário é bem parecido, embora a equipe já indique uma leve melhora na oferta de vagas. “Mas tem muito a melhorar”, garante a gerente, Tatiane de Fátima Stacechem.
A previsão é de que apenas após o Carnaval, quando tudo volta a “engrenar”, a oferta de vagas cresça.
Como mostrou O Comércio em novembro passado, o cenário já esteve bem mais difícil, em ambos os balcões de emprego. Em União da Vitória, por exemplo, o governo de Estado recomenda a colocação de aproximadamente 900 trabalhadores por ano no mercado. Só para se ter ideia, em setembro, apenas seis saíram da zona do desemprego. Tratada como empresa, a agência precisa atingir estas metas, ou corre o risco de fechar.
A situação no Sine não é diferente. Por lá, conforme os funcionários, há também, metas para colocação de trabalhadores no mercado de trabalho. A exigência é de ajudar até 30 desempregados por mês. Porém, os números mostram uma dura realidade. Relatório recente da unidade que funciona no prédio da Associação Empresarial de Porto União, mostra que apenas 20 conquistaram uma vaga nova em um período de seis meses – entre janeiro e julho de 2016. E a disputa é brutal: para cada vaga, a equipe do Sine envia mais de uma dezena de candidatos.
Difícil para todo mundo
A exigência de trabalhadores com experiência também limita as contrações. Por ser um pólo universitário, o Vale do Iguaçu oferece uma demanda grande de gente jovem, em busca da primeira colocação no mercado. Na maioria das vezes, ela não tem sucesso.
Ao mesmo tempo, quem tem escolaridade, inclusive o Ensino Superior, também encontra dificuldade. Quem busca as agencias, vai encontrar poucas opções. A maioria busca “braçais” para a separação de lixo, por exemplo, operador de máquina, motorista. Vagas para o setor administrativo, escritórios, prefeituras ou escolas, por exemplo, são raridades.
Seguro Desemprego repaginado
Na outra ponta, dezenas de desempregados buscam pelo recurso. No Sine de Porto União, que vem atendendo também os municípios do interior, a fila para a busca do recurso é grande. “Quem chega a gente atende e, por exemplo, só em Porto Vitória, uma madeireira fechou e demitiu cerca de cem funcionários”, confirma Leila.
Por conta de tanta procura, reflexo de uma mobilização nacional, o Ministério do Trabalho (MTb) está operando uma plataforma tecnológica que vai ampliar a capacidade de identificação de requerimentos suspeitos, para bloquear pagamentos indevidos. O sistema antifraude foi implantado em dezembro e, até o dia 26, bloqueou quase R$ 45 milhões em benefícios fraudulentos, em todo o Brasil. A estimativa é a economia para os cofres públicos de R$ 1,3 bilhão em 2017.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira informou que a nova ferramenta irá possibilitar que, a partir de 2018, o trabalhador demitido sem justa causa tenha acesso ao seguro-desemprego sem precisar comparecer às agências do Ministério do Trabalho. O empregador informará a demissão sem justa causa por meio do Caged, que passará a ser diário. A partir daí, a ferramenta analisará se esse empregado preenche os requisitos do seguro-desemprego. Em caso positivo, o trabalhador receberá informações via SMS, email e telefone sobre o andamento do processo de acesso ao benefício, até o momento do saque.
Para implantar o sistema antifraudes, o Ministério do Trabalho reestruturou a Coordenação Geral de Informática (CGI), adquirindo equipamentos e softwares que vão permitir a análise e auditoria de um grande volume de dados de todo o País. A plataforma faz o cruzamento das informações, construindo “trilhas” para a análise de amostras dos requerimentos de seguro-desemprego. Neste momento, está em operação apenas uma “trilha” de rastreamento, mas até julho deste ano, estarão implantadas mais de 30, que permitirão verificar um maior número de fraudes.
As fraudes comprovadas são comunicadas à Polícia Federal. Quem tiver o seguro-desemprego bloqueado será comunicado e deverá procurar o Ministério do Trabalho, pois existem casos em que o próprio trabalhador não sabe que seus dados foram utilizados por fraudadores.
Onde ficam?
AGÊNCIA DO TRABALHADOR
Na avenida Manoel Ribas, no centro de União, próximo ao Posto Ipiranga
SINE
No prédio da Acipu, ao lado da UnC