O chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, afirmou nesta sexta-feira (17) que a greve liderada pela APP-Sindicato, que prejudica a vida de um milhão de estudantes e suas famílias, tem uma pauta financeira que não se justifica. Segundo ele, o Governo do Paraná investe 34,5% das suas receitas no sistema estadual de ensino para melhorar a qualidade de educação no Estado.
“A Constituição manda investir 25% das receitas. O Paraná tem uma lei que manda investir 30%, e nós estamos aplicando 34,5% na educação pública”, disse Rossoni durante evento em Campo Mourão. Ele afirmou que com este volume de investimento, o governo e os professores deveriam estar discutindo a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Paraná.
O assunto, contudo, não está na pauta da APP-Sindicato. “Só querem discutir salário”, afirmou Rossoni, alertando que o governo não tem como avançar no gasto com a folha de pagamento. “Estamos no limite do gasto com pessoal. Não seremos irresponsáveis de acenar com alguma coisa que pode não ser cumprida”.
Rossoni apresentou outro dado importante, que demonstra a prioridade concedida pelo atual governo para atender às reivindicações do magistério estadual. Segundo ele, desde 2011, os professores tiveram reajuste de 146%, contra uma inflação de 49%.
“Sempre que foi possível, o governo deu reajuste acima da inflação. Neste momento não é possível falar em novas despesas com a folha. A crise é grave e exige sacrifícios de todos”, explicou o secretário. “O que podemos dizer aos servidores é que podem ficar tranquilos, porque o Paraná não vai atrasar salários”.
O chefe da Casa Civil também lembrou que em 2017 o governador Beto Richa autorizou a implantação de 94 mil promoções e progressões de carreira, sendo 75 mil benefícios para os servidores da educação. “Isso vai representar um acréscimo de R$ 1,4 bilhão na folha do Estado ao longo do ano”, afirmou Rossoni.
Ele disse que o governo gostaria de ampliar o diálogo com os professores para além das reuniões com a APP-Sindicato que, segundo ele, atua com um viés político muito grande. “A APP está de luto porque perdeu o Lula, perdeu a Dilma e não aceita esta derrota político-partidária. O partido deles tinha que ser os professores e não o PT. Nós não vamos nos submeter aos caprichos do sindicato”.