A 10ª Delegacia Regional de Polícia de Mallet, abriu um inquérito para investigar a conduta de um policial civil de São Mateus do Sul, por suposto abuso de autoridade, em Paulo Frontin.
O caso foi registrado na última sexta-feira, 16, no Colégio Estadual Monsenhor Pedro Busko. O investigador, morador em Paulo Frontin foi até o colégio para reclamar que sua enteada teve o celular recolhido por um professor durante as aulas.
A vice-diretora do Colégio relatou, em um Boletim de Ocorrência (B.O.), que ao entrar em sua sala, encontrou uma aluna, acompanhada do padrasto, que é investigador de polícia. Conforme a funcionária pública, o policial portava uma arma na cintura e vestia uma camisa com identificação da Polícia Civil do Estado do Paraná.
A professora disse no B.O. que o investigador estava alterado e em tom de voz agressivo, reclamou que o celular foi retirado das mãos da adolescente, durante a aula.
A vice-diretora pediu para que o policial aguardasse, mas deveria aguardar até que chamasse a equipe de pedagogas, para explicar o caso. De acordo com a queixa, nesse momento foi tocada pelo policial, que a segurou pelos ombros, ordenando que a funcionária pública sentasse novamente, caso contrário seria presa.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, uma professora que passava pelo local percebeu a movimentação estranha e chamou as pedagogas, que foram até a sala. Na presença das professoras o policial não parou de intimidar a vice-diretora, e as pedagogas, ameaçando continuamente que iria prender as educadoras.
A Polícia Militar foi chamada e também o diretor geral da escola, o qual tentou explicar sobre o regulamento da escola, que fala sobre o uso do celular, contudo o policial exaltado não deixava ninguém falar e gritava com os presentes, sempre ameaçando de prisão.
O diretor mostrou o cofre, onde estavam outros celulares, pertencentes a alunos e alunas que não respeitaram a regra de não usar celular durante a aula, mas ele insistiu de que aquilo era um crime e que os educadores deveriam e seriam presos.
A confusão só terminou quando os policiais Militares sugeriram que fosse feita uma reunião na parte da tarde, para esclarecer os fatos, conseguindo convencer o policial a deixar o local.
Inquérito e indignação
A APP Sindicato se pronunciou por uma rede social afirmando que a direção da escola, com o apoio da Patrulha Escolar, conduziu o conflito com muita competência e que a equipe da escola fez tudo certo, toda a documentação organizada.
O Sindicato destacou ainda que a classe espera que esse tipo de violência não fique na impunidade. No mesmo dia a APP prestou as orientações necessárias e reiterou solidariedade e apoio.
O delegado adjunto da 4ª Subdivisão Policial de União da Vitória, Rafael dos Santos Pereira, que responde pela chefia da Delegacia de Mallet informou por telefone que abriu inquérito para apurar os fatos e a conduta do policial civil de São Mateus do Sul.
O caso também deve ser enviado para a Corregedoria da polícia Civil do Paraná, em Curitiba, que vai tomar as medidas administrativas contra a conduta do policial, que a exemplo das educadoras, também é servidor público estadual.