Extra! Extra! Há 87 anos, nenhuma notícia poderia ser mais importante do que essa: em 11 de junho de 1931, nascia o jornal ‘O Commercio’, um marco na comunicação local e, por que não, na estadual também. Para entender o impacto dessa revolução no jeito de contar histórias, basta imaginar a década de 30, quando, das mentes dos audaciosos Nicola Codagnone, que assinava a edição como Diretor Comercial, e Hermínio Milis, na época, ‘Redactor chefe’, um jornal entrava em circulação.
A época era complicada, no meio de duas guerras mundiais e, magicamente, o jornal nascia cheio de notícias e sim, com foto, na capa! Estrelou a edição número 01, por exemplo, a imagem em preto e branco do então prefeito de Porto União, Antiocho Pereira. Na capa, texto, muitos textos. Sem os recursos tecnológicos da atualidade, produzir um jornal era algo quase artesanal. “Surge ‘O Commercio”, para a defesa aos interesses do nosso povo e, consequentemente, para pugnar pelo progresso desta grande e poderosa zona, sem dúvida, uma das mais ricas do território barriga-verde”, dizia o editorial do número 1.
Mesmo assim, com poucas interrupções, o jornal O Comércio se manteve íntegro, de pé, sendo exemplo de veículo de comunicação e modelo de como se faz jornalismo. É um senhor jornal, mas nem de longe pode ser taxado de velho. “Que sejamos, pois, bem aceitos, é tudo o que mais desejamos, para o fiel cumprimento da nossa missão”, finaliza o editorial da edição um, revelando a importância que o jornal teria desde sua criação.
JORNAL O COMÉRCIO: DIAS DE MUITA AGILIDADE
O jornal circula no Vale do Iguaçu e na região de terça à sexta-feira. Além dos colunistas, conta com uma equipe de profissionais que, embora poucos, procuram escrever com afeto e cautela, pautando a notícia pelo que realmente ela é. Isso tudo, dê olho no relógio e no café. Ah! O cafezinho é companhia da equipe do jornal, assim como certamente era na época de seu nascimento. Aliás, até o café rende pauta! Atentos a tudo, os repórteres que fazem o que o jornal é hoje, procuram transformar uma cena cotidiana em matéria e com ela, transformar a vida de alguém, seja por tocar lá no fundo do seu coração ou simplesmente por informa-la.
Na parte estrutural, uma equipe focada dos departamentos comercial e administrativo, garantem o atendimento dos clientes, dos anunciantes, dos leitores. O jornal é impresso em Curitiba: sim, todos os dias, viaja de maneira online até a gráfica e volta, impresso, com o tradicional cheiro do papel jornal, de caminhão. Já no Vale do Iguaçu, é recebido pelo time de motoboys. São eles os responsáveis pela entrega do que carinhosamente a equipe chama de “o mais lido”.
E assim, com alegria e profissionalismo, O Comércio é feito, honrando os precursores deste projeto e pensando nas gerações futuras. É que por ter tanto tempo de vida, o jornal já virou documento, referência histórica. Inúmeros acadêmicos locais e da região se debruçam sobre as páginas amareladas para pesquisar, para encontrar datas, editais, fotos. O Comércio já virou tema de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e até fez parte de teses de Mestrado. Neste momento, o acervo passa pelo processo de digitalização. O serviço é executado por estudantes e professores de História do campus de União da Unespar. Em breve, o papel vai virar link, aumentando ainda mais seu alcance na comunidade.
O Comércio integra o Grupo Verde Vale de Comunicação. Por isso, parte do conteúdo pode ser acessado nos outros canais do time, inclusive o próprio jornal, na íntegra, nas versões PDF (para assinantes). O jornal vem se adaptando à realidade digital e virando suas páginas, só coloca algumas vírgulas, novos parágrafos, mas nenhum ponto final.
O Comércio: um resumo
Como apurou para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o jornalista do jornal O Comércio, Jair Nunes, “pouco se sabe sobre a origem da imprensa em União da Vitória e Porto União, como eram confeccionados os jornais ou como chegavam às mãos dos leitores”. O jornal O Comércio, que foi fundado em junho de 1931, encarou até a censura, as constantes ameaças de fechamento pelo regime militar da época e até a falta de papel que marcou a época. “No início de 1932, Hermínio Milis foi preso e mandado para a cidade de Florianópolis, mas em maio do mesmo ano, conseguiu reativar a empresa”, narra o TCC de Nunes, em 2008.
Atualmente, possui uma linha editorial baseada na ética e na informação com qualidade e respeito com o leitor. Desde 2012, faz parte do Grupo Verde Vale de Comunicação, composto também pelas rádios FM Verde Vale, CBN Vale do Iguaçu e também pelo Portal Vvale. É afiliado à Associação dos Diários do Interior (ADI) de Santa Catarina e do Paraná.
Os jornais mais antigos
A imprensa brasileira tem duas datas como marcos fundadores: o lançamento, em Londres, do Correio Braziliense, em 1º de junho, e a criação da Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro, ambos de 1808. Sim, estes dois são os veículos impressos mais antigos do País. Ao contrário dos principais países latino-americanos, o Brasil entrou no século XIX sem tipografia, sem jornais e sem universidades.
Em 1706, uma Carta Régia, enviada ao governador Francisco de Castro Moraes, ordenava o sequestro das “letras impressas e notificar os donos delas e os oficiais da tipografia que não imprimissem nem consentissem que se imprimissem livros ou papéis avulsos”. O material supostamente pertenceria a um impressor de Recife cujo nome é até hoje desconhecido. Mais que isso: não se tem qualquer informação sobre sua identidade, seu prelo ou o produto de seu trabalho. A única referência documental a eles, portanto, é a medida repressiva a respeito de cuja data exata os historiadores também divergem. É possível, até, que nunca tenha existido de fato.
LINHA DO TEMPO
A própria história do jornal está à um clique. No link disponível na plataforma do Portal VVale, é possível conhecer mais sobre o fundador, o espirituoso, Herminio Milis, bem como entender a trajetória do veículo, dentro dos períodos mais turbulentos da história nacional e internacional. O acesso é aberto à comunidade e o cadastro – para quem tem ideias de reportagens – bem fácil. O endereço é www.vvale.com.br/jornalocomercio.
O portal também pode ser a ferramenta para que a campanha de assinaturas de 2017, possa ser revista. Ela é emocionante, feita em áudio e vídeo. A campanha lembra que o mundo tem sete bilhões de habitantes e que 90 mil destes, vivem no Vale do Iguaçu e podem, com facilidade, ter em suas mãos, a edição fresca de cada dia do jornal. O link da campanha é o, www.vvale.com.br/geral/campanha-institucional-jornal-o-comercio-2017.
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*produção fictícia de títulos, feita pela equipe do jornal O Comércio a partir de fatos verdadeiros.