“Clock strikes upon the hour. And the sun begins to fade. Still enough time to figure out. How to chase my blues away”. Foi com essa letra, da música I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me), de Whitney Houston, que a FM Verde Vale entrava no ar. Foi há exatos 31 anos, em 13 de julho de 1987. Curiosamente, a tradução da música explicaria a receita do sucesso da emissora, até hoje, líder em audiência. “O relógio bate a hora. E o sol começa a desaparecer. Ainda há tempo suficiente para descobrir. Como mandar minha tristeza embora”, diz a letra.
De fato, quem sintoniza na 94.1, encontra tempo para deixar a tristeza de lado, para se informar, para estar de bem com a vida. É que todo sentimento que está atrás dos microfones, na voz e nas emoções dos locutores, chega até o coração de quem está no carro, em casa, no trabalho, na sala de espera. O resultado não poderia ser outro: sucesso, muito sucesso.
Pioneira na transmissão em FM, a Verde Vale fica em União da Vitória, dentro da estrutura do Grupo Verde Vale de Comunicação. Seu alcance atinge toda a região Sul do Paraná e o Planalto Norte Catarinense, fruto de investimentos em seus 30 mil watts de potência. O som sai “limpinho”, sem ruído, preenchendo com música boa, informação e entretenimento, uma grande distância. Mais recentemente, quem mora até em outro país consegue ouvir a 94. Basta acessar o ícone da emissora a partir do Portal VVale e acompanhar a programação online.
Essa interatividade, combinada com o carinho dos profissionais que trabalham na Verde Vale, é outro importante ingrediente para que a emissora continue sendo a mais ouvida, a mais querida. “Teve momentos, na nossa programação da madrugada, que viramos até confidentes das pessoas mais solitárias. Elas nos ligavam um dia, pediam música, ligavam novamente e com a confiança, acabavam ligando mais, até desabafando. Era muito curioso”, lembra Álvaro Moreira, 57, que recentemente deixou a Verde Vale para integrar a CBN Vale do Iguaçu, novo projeto do Grupo.
Álvaro, que ainda é reconhecido por Belaw, Álvaro DJ Mega Mix, apelidos remanescentes de seu trabalho na 94, lembra com carinho de sua estreia no trabalho e dos momentos que o colocaram na vitrine. “Junto com uma galera de amigos, tínhamos o programa Fundo do Poço, que ia ao ar sempre aos domingos. Era um programa de humor, muito legal, que tinha a parte gravada e parte ao vivo. Ele durou aproximadamente três anos, na década de 90”, comenta. O comunicador carrega no currículo também a apresentação do programa Mega Mix – de dance music, com uma hora de duração – e mais recentemente, um “dueto” com a colega Carla Wilhelms, a Carlinha, momento que considera como um dos mais especiais vividos até agora na carreira. “Quando eu comecei, já era o período do CD e já tinha os famosos MDs, que eram os mini-disques, usados para soltar as propagandas. Não tinha computador: era o microfone, os aparelhos para o disco, pouca coisa e muito no improviso”, lembra.
Carlinha também lembra desse tempo e da parceria com Belaw. “Nossa discoteca era enorme, primeiro com discos de vinil e depois de CD. Aliás, quando chegou o DVD era fantástico e o MD para os comerciais então, uma tecnologia maravilhosa! Imagina poder programar os comerciais e ainda editar os materiais”, lembra. Carla é a atual voz feminina da Verde Vale. Ela está na 94 FM desde 1994 e lembra com detalhes do primeiro dia que entrou no estúdio da rádio e, de lá, não saiu mais. Na realidade, ela entrou na rádio por acaso. Um dia, encontrou o locutor Nasser Abdef Zogbi, que já atuava na Verde Vale, e perguntou se ele não sabia de algum emprego para ela. Ele sugeriu que ela fosse até a rádio fazer um teste. “Foi ele que me oportunizou essa chance. Eu não tinha noção do que era fazer rádio, mas vim fazer o teste. Meu áudio foi entregue para a senhora Angela Khury, que na época era a gerente”, conta. Na mesma semana, foi chamada e quando chegou na rádio, foi logo colocada no estúdio. Carla lembra que olhou para todo aquele equipamento e ficou alguns minutos observando, sem saber nem como começar. Vendo que ela estava paralisada e sem reação, o locutor da Rádio União, que naquele momento estava no estúdio ao lado da Verde Vale, veio se apresentar e, notando sua falta de preparo, mostrou rapidamente “alguns botões”, dando instruções básicas de uso. “Observei por mais um tempo a mesa de som e, finalmente, liguei o microfone”. De um ‘oi’ improvisado naquele dia, ela se transformou na voz feminina que ecoa até hoje em todo o Vale do Iguaçu. “Em uma semana peguei o jeito. Guardo até hoje recortes de jornal onde recebia elogios por minha atuação”, recorda com carinho.
Durante estes quase 25 anos de FM Verde Vale, ela saiu do ar por três vezes. Duas por motivos pessoais e mudança de cidade, ficando alguns anos fora, e outra porque recebeu uma proposta de outra rádio. “Mas minha experiência em outra rádio durou apenas uma semana. Voltei correndo para a 94”, conta
Carla conta que ser mulher em frente aos microfones também era um desafio, pois, segundo ela, quando iniciou na rádio, as pessoas não respeitavam mulheres que se destacavam nessa área. Carla descreve que tem gente que tem curiosidade de saber como ela é, pois conhecem apenas a sua voz. Quando a conhecem dizem que a imaginaram muito diferente. E a imaginação já levou Carla a situações inusitadas. Até encarar esposa ciumenta que achava que ela falava com o marido dela já encarou. “Um vez, veio uma mulher aqui na rádio tirar satisfação, pois o marido dela só queria me ouvir. Ela achou que eu tinha algo com ele e eu nem conhecia eles”, relembra.
Para Belau, o alcance, aliado ao carisma dos locutores e ao fato de que eles realmente tocam o que o ouvinte gosta, contribuem para que a emissora seja a potência que é até hoje.
É exatamente este o entendimento do comunicador, Marco Aurélio Silva. “Para mim, a receita do sucesso é essa interatividade com o ouvinte, esse carinho com o ouvinte. É mais do que o lance para o locutor. É uma amizade, a gente foi cativando as pessoas. A rádio é com locutor, ao vivo. É a diferença. Não é o computador que toma conta”, avalia. Ele se considera ‘patrimônio da rádio’, já que estreou oficialmente neste universo junto com a emissora. “Hoje sou o único da primeira equipe que ainda está na Verde Vale”, orgulha-se. Não é a toa que o Silva quase nem é lembrado: ele é o ‘Marco Aurélio da Rádio’.
Sim, seu local de trabalho virou sobrenome. Ao longo de sua carreia na emissora, Marco carrega momentos especiais e marcantes, para ele e para o ouvinte. É o caso das ‘Dez Mais da Semana’, programa que distribuía brindes caso o ouvinte, ao vivo no telefone, acertasse as músicas tocadas na programação. “Foi um marco. O pessoal ficava esperando. Os ouvintes anotavam as músicas. Era muito legal. Tem gente que tem o caderno ainda”, sorri. Marco apresenta hoje o programa ‘Manhã de Sucessos’, de grande audiência também. “A 94 sempre foi a menina dos meus olhos”, afirma.
Gilmara Gaertner: a primeira voz feminina
O terreno onde Gilmara Gaertner pisou era árido. Uma mulher liderando um programa de comunicação em uma FM, era ‘coisa de outro mundo’. Mas, ela venceu todas as barreiras. Venceu com trabalho, com confiança e com sua voz potente, marca de sua vida e de sua presença. ‘Gil’ vinha da Rádio União – extinta em 2017 para dar espaço à CBN – onde também abria o caminho para outras vozes femininas.
Do começo, na 94, a comunicadora guarda com carinho momentos bem especiais. “Foi uma experiência muito legal. Tínhamos feras do rádio AM, que cativavam o público e que se tornaram amigos da Verde Vale. Como mulher, enfrentei uma questão, até pelo meu timbre de voz acentuado, agudo. Tina gente que não acreditava que eu era mulher. Muitos ligavam lá para saber se eu era mesmo mulher”, sorri.
Afastada dos microfones por conta de cuidados com a saúde, Gilmara ainda colhe o que considera ser o fruto mais precioso do trabalho: a amizade. “Até hoje, entro nos lugares, as pessoas me ouvem e conversam comigo, sabem meu nome, o nome da rádio. E isso que eu estava no horário da madrugada. Isso é gratificante. Não tem o que pague. As pessoas não esquecem. O carinho é incrível e sei que isso vai permanecer por um longo tempo”, sorri.
O Lokinho da rádio
Ele não tem o vozeirão que soa lindo. Mas ele é a voz contagiante, que traz alegria, diversão e carisma por meio do microfone. Afinal, ele é loco, ou melhor, o Lokinho, o Cristiano Silva.
Muito mais que ser o divertimento da Verde Vale, Lokinho é o responsável há 20 anos pela estrutura técnica do Grupo Verde Vale de Comunicação. E foi como técnico que ele entrou na rádio. Em 1998, ele foi chamado para fazer a instalação de uma mesa de som nova, já que trabalhava com isso. Porém, ao estar dentro do processo da rádio, se encantou. E, deste primeiro dia, não quis mais sair. Como ficava muito tempo dentro da rádio, resolveu mudar para ela. Isso mesmo! Montou uma pequena estrutura para moradia e ficou em tempo integral na estrutura da rádio. No domingo, quando não tinha locutores na programação, mas tinha um novo computador que ele mesmo tinha montado (o primeiro da rádio), Lokinho passava o dia reorganizado a programação e arrumando as sequências das músicas. Um domingo, olhou para o microfone e resolveu falar a ‘hora certa’. Foi a primeira interação que teve com o público. No domingo seguinte, resolveu, mais uma vez dizer a ‘hora certa’, mas emendou um recado, mandando um abraço para um amigo. Em poucos minutos, o telefone da rádio começou a tocar, pedindo que ele também mandasse um “toquinho” para mais pessoas. Ele ficou com um pouco de receio da situação, e foi falar com seus superiores sobre ter falado ao vivo, já que não tinha autorização para isso. Mas a reação da diretoria foi boa, então ele começou a falar com os ouvinte com mais frequência. Começou a cobrir a folga dos locutores, até que criou o programa “Espora de Ouro”, programa interativo com participação ouvinte, piadas e música country. “Nesse programa, fazíamos piada do cotidiano das pessoas, criávamos personagens e interagíamos com o ouvinte. Era muito legal!”. Ele lembra com saudades quando ia para o interior dos municípios da região e as pessoas o reconheciam. “Você é o cara da rádio?”, perguntavam felizes em saber o dono da voz no microfone. “Esse reconhecimento era muito legal. Hoje, as redes sociais nos apresentam com mais facilidade”, explica.
Alguns investimentos profissionais pessoais e também a intensa responsabilidade pela parte técnica de todo o Grupo Verde Vale o afastaram da locução diária. Mas, volte e meia, ele está nos microfones da FM 94. Ele fala que sabe da responsabilidade que tem enquanto locutor. “O rádio é um psicólogo oculto. Quem não tem coragem de falar o que tá sentindo, consegue demonstrar suas emoções na música, na ‘conversa’ com o locutor. Por isso, temos uma responsabilidade muito grande no que falamos. Temos que dizer coisas que agreguem positivamente ao dia dos ouvintes”, conta.
A emissora teve apenas duas “casas”. A primeira, no antigo calçadão, no centro de União da Vitória e depois – já há muito tempo – na sede do Grupo Verde Vale, na rua Dario Bordin, também no centro
Sintonize!
A Verde Vale está no ar 24 horas. Basta sintonizar na frequência 91.1 FM ou no Portal VVale, acessar o ícone da emissora. A programação é multiplica, feita por profissionais de longa carreira, mas que unanimemente, tem amor pelo que fazem. Veja quem é quem e o que apresentam:
MANHÃ DE SUCESSO – das 8 às 12h
Marco Aurélio Silva
TARDE DE SUCESSO – das 13 às 18h
Carla Wilhelms
ESTAÇÃO ESPORTE – 1ª Edição às 12h e 2ª Edição, às 17h
Ricardo Silveira
UNIÃO É NOTÍCIA – das 7 às 8h
Ricardo Silveira
PARADA SERTANEJA – das 18 às 19h
Fábio Marlos Ossak
HORA DO BRASIL – 19h
MIX 94 – 20h
Fabio Marlos Ossak
FONTE DE VIDA ETERNA (da Assembleia de Deus) – 23h à meia-noite
CHEIRO DA TERRA – das 5 às 7h
Eloir Martins e Cristiano Silva (o lokinho)
Vai ter FESTA!
Como todo bom aniversário, a Verde Vale vai brindar seus 31 anos. E vai ser junto da comunidade. Amanhã, na Praça Alvir Riesemberg, vai ter distribuição de brindes, de doces e, para os baixinhos, brinquedos infláveis. E o melhor: tudo de graça. A festa começa às 9h e termina perto das 13h. Participe!