Aréola, Lloris, Mandanda, Lucas Hernández, Kimpembe, Mendy, Pavard, Rami, Sidibé, Umtiti, Varane, Kanté, Matuidi, N’Zonzi, Pogba, Tolisso, Dembélé, Fekir, Giroud, Griezmann, Lemar, Thauvin e Mbappé. Esses nomes fizeram história neste domingo, 15, no Estádio Lujniki, em Moscou, na Rússia. Levaram a França ao bicampeonato da Copa do Mundo.
A conquista
Dois anos após perder a Eurocopa em casa para Portugal, a França chegou para a decisão da Copa do Mundo contra a Croácia de certa forma pressionada. Um novo tropeço, poderia comprometer uma talentosa geração.
Pressão mesmo tinha o técnico Didier Deschamps, que além de ser o comandante da seleção na Euro, abdicou de jogadores importantes para o Mundial da Rússia. Benzema, Lacazette, Rabiot e Martial eram nomes bastante solicitados por torcedores e, principalmente, pela imprensa francesa. Mesmo assim, a França chegou a Copa como favorita, e ao longo da competição ao tradicional grito da torcida o “Allez les Bleus”, o “Vamos, azuis!”, comprovaram essa condição.
A estreia foi no dia 16 de julho, em Kazan, contra a Austrália. A atuação não foi de gala, mas suficiente para garantir uma vitória por 2 a 1. Griezmann e Behich (contra) marcaram para os “blues”. Em seguida jogo complicado contra a Seleção do Peru, na Arena Ekaterinburg. Vitória magra por 1 a 0, gol de Mbappé. No fechamento da fase de grupos, um 0 a 0 diante da Dinamarca no Estádio Lujniki. O resultado deixou os francesas na primeira colocação do grupo com sete pontos.
Se na primeira fase um futebol pouco convincente, no chamado “mata-mata”, a França mostrou a que veio no Mundial. Em um clássico diante de uma abalada Argentina, Mbappé deu show marcando duas vezes, sendo decisivo na classificação. O jogo teve ainda um dos mais belos gols do Mundial, assinado pelo lateral Pavard que aprovou rebote da zaga adversária e, de primeira, acertou um chute no ângulo direito do goleiro Armani.
Nas quartas de finais, mais um sul-americano, desta vez o Uruguai. A ausência de Cavani teve peso importante, mas não tira os méritos da França que, com autoridade, venceu o jogo. Varane e Griezmann marcaram no confronto realizado no Estádio de Níjni Novgorod. Já na semifinal no estádio de São Petesburgo, a chamada final antecipada da Copa, França e Bélgica chegaram para o jogo com status de Seleções com melhores atuações até então do Mundial.
No fim, valeu a tradição francesa que com um gol de Umtiti no início do segundo tempo, colocou a França em sua terceira final de Copa do Mundo em sua história.
O grande dia
Quinze de julho de 2018 ficará marcado na história do torcedor francês. A coroação de uma geração que soube administrar o favoritismo e transformar um sonho em realidade. Do outro lado, a Croácia que se tornou a grande sensação do mundial. Na primeira fase, um futebol envolvente que superou a Argentina com um implacável 3 a 0.
No “mata-mata” a superação. Pela primeira vez na história dos mundiais, uma seleção conseguiu chegar a decisão após passar por três prorrogações. É, mas o raio não caiu pela quarta vez. O desgaste croata era grande, pois somando os tempos da prorrogação e pênaltis, a equipe fez um jogo a mais que os franceses. Mario Mandžukić (contra), Griezmann, Pogba e Mbapeé marcaram para a França. Perisic e Mandžukić fizeram para a Croácia, mas insuficiente para evitar o segundo título mundial francês.
Destaques
O vice-campeonato do Mundo foi bastante comemorado pelos croatas, tanto no estádio onde eram maioria, como na capital do País, Zagreb. Pela primeira vez na história, o País fundado em 1991, após a separação da antiga Iugoslávia, chegou a uma final. Além disso, o meio-campo Luka Modric foi escolhido o melhor jogador da Copa do Mundo. Com isso, o atleta é considerado o favorito a disputar com Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, ao prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA.
Já o atacante Mbapeé foi eleito a revelação do Mundial, o que também o coloca como candidato ao título de melhor jogador do ano. Thibaut Courtois da Bélgica foi eleito o melhor do goleiro da competição, e Harry Kane da Inglaterra foi o artilheiro da Copa, com seis gols.
O legado da Copa
Além de grande organização, o Mundial da Rússia mostrou que o futebol realmente mudou. O famoso camisa 9, foi um mero coadjuvante, colocando em xeque até sua utilidade para os próximos anos. Gabriel Jesus e o campeão do Mundo Olivier Giroud reforçaram essa tese. Ambos saíram do mundial sem marcar nenhum gol por Brasil e França, respectivamente.
O árbitro de vídeo, o conhecido VAR, foi a novidade da Copa. Na primeira fase, foi acionado por diversas vezes, em alguns casos de maneira excessiva e desnecessária, pois dava a entender de que não havia muito critério para ser acionado. Porém, nos confrontos eliminatórios os árbitros foram “mais tímidos”, quem sabe o critério foi alterado e ele [VAR)] apareceu pouco em cena. O sistema foi bem aceito no meio do futebol, mas deu mostras de que precisa ser aprimorado para futuras competições e para o Mundial de 2022.
Por fim, uma lição para a Seleção Brasileira de que um trabalho com planejamento e projetando futuro é mais do que necessário. Os campeões franceses vão para a próxima Copa com a maioria de seus jogadores próximo dos 30 anos. Da mesma forma a Inglaterra, que por pouco não voltou a disputar o título (a última vez foi em 1966) quando perdeu na semifinal para a Croácia.
Desde o apito final do árbitro argentino Nestor Pitana, começou a contagem regressiva para a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Serão quatro anos de preparação da futura “casa” da Copa, mas principalmente das 31 seleções que a partir de agora sonham em conquistar o título Mundial.
Quem venha 2022!!!