Fioravante Buch Neto é candidato à Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Natural de Porto União-SC, tem 36 anos, é casado com Daiana lwanko, odontóloga e professora universitária. São pais da pequena Marcela, de 2 anos e, em setembro, souberam que o segundo filho está a caminho. Sua família sempre esteve ligada às preocupações políticaregionais.
Buch, que é sobrinho-neto do ex-prefeito Victor Buch Filho (o Vitinho), sempre esteve envolvido em questões comunitárias, culturais e sociais. Ocupou o cargo de procurador da APAE de Curitiba-PR e também da Federação das APAEs do Paraná, bem como o cargo de Presidente do Hospital da Caridade São Braz por um período de dois anos. Formado em Direito pela FURB da Blumenau-SC em 2003, se apresenta como mais uma opção para o município que, em mais de 100 anos, jamais elegeu um deputado estadual.
JOC – O que te levou a se candidatar à Alesc?
Buch Neto – Eu era mais um dos milhões de brasileiros que, assistindo ao noticiário diariamente, ficava – e fico – a cada dia mais perplexo com as notícias políticas. Então, passei a ver que precisava fazer algo mais do que debater assuntos políticos dentro e fora do meu partido. Precisava avançar rumo a uma atitude. Isso foi há uns três meses, quando eu já era coordenador do Democratas (DEM) para o planalto norte catarinense e recebi um convite do amigo João Paulo Kleinubing: que eu fosse o candidato a deputado estadual do partido. Uma situação conectou-se à outra e fortaleceu minha decisão. Aqui estou, como candidato e à disposição do eleitor catarinense.
JOC – Como o Senhor pretende viabilizar suas propostas?
Buch Neto – Em primeiro lugar trabalhando por nossa região. Com todo respeito, candidatos que historicamente se elegem com os 1000 ou 1500 votos de Porto União jamais retribuirão com a devida atenção. Se retribuem, é de modo proporcional. Esse deputado defenderá aquele município que deu 1500 votos porque a máquina pública local apoiou ou dará prioridade onde recebeu 15 ou 20 mil votos?
Depois, minhas propostas estão pautadas no enxugamento de privilégios em setores que não são função do Estado para que possamos cumprir com as ações essenciais de desenvolvimento social em Santa Catarina. Isto significa dizer que o modelo de gestão estatal está totalmente defasado em relação ao momento atual da sociedade. Precisamos enxugar ao máximo os cargos públicos e vamos ajudar o Governador Merísio na Assembleia a reduzir 1200 cargos comissionados. Vou buscar desde o primeiro dia para que isso ocorra.
JOC –Sabemos que a educação é a principal base de uma Nação. O Senhor tem propostas para este setor?
Buch Neto – Seguramente. Vou buscar no mandato inteiro a implantação do contraturno, esporte e cultura com o princípio basilar da formação do estudante, criando possibilidades de identificação de potencialidades locais. Muitas vezes uma determinada escola ou região tem uma tendência e não consegue contratar um profissional para aquela atividade, pois não há previsão para isso. O contra turno precisa sair do papel e vou lutar o mandato todo por isso, propondo incentivos para estímulos junto à iniciativa privada. Também quero fomentar participação da comunidade na gestão dos colégios públicos estaduais por meio dos conselhos de pais e alunos e professores. “Se a educação é continuada em casa, deve ser natural que esta relação dos pais seja melhor dentro da escola. Estes conselhos é que devem decidir onde colocar verbas. Veja o absurdo, quanto custa um aluno ao mês em escola estadual (média de R$ 700) e o de um colégio particular (Média de R$ 600). Está errado, a aplicação dos recursos precisa ser melhorada. E vou buscar na Assembleia que o reajuste não fique apenas no piso, mas que seja estendido aos outros níveis de qualificação profissional. Quando há reajustes do piso, acompanhando o movimento nacional, não se dá proporcional para aqueles que possuem especializações, doutorados e mestrados achatando a carreira. É preciso reajustar proporcionalmente. Professor desvalorizado é aluno desinteressado.
JOC – O Senhor vem de uma experiência recente na área da saúde, como gestor de um hospital que passa por dificuldades. O que há de errado e o que se pode fazer?
Buch Neto – Eu tive a honra de presidir o Hospital São Braz e algumas ações internas precisaram ser enérgicas. Obviamente, algo que vinha de uma forma há 40 anos e foi mudado causa impacto. Há quem não tenha gostado destas reformulações, é natural, pois interferiram em interesses particulares e um hospital filantrópico precisa ser para a totalidade, e principalmente para o povo. Assim, acredito que fizemos muito para que o único hospital local tivesse condições de vislumbrar dias melhores. O São Braz não tem problemas de gestão. Ele enfrentou problemas de repasses de verbas que lhes são de direito, o que é diferente. Na gestão hospitalar avançamos com uma readequação do sistema administrativo. Hoje existe uma plataforma informatizada que nos permite saber o quanto cada paciente consumiu desde que entrou na portaria até receber sua alta. Toda movimentação é informatizada para dar transparência e garantir segurança na produtividade do hospital que não é uma exceção estadual. Esta é uma realidade comum dos hospitais filantrópicos que precisa mudar.
JOC – E como pretende fazer isso?
Buch Neto – Não há como não falar dos hospitais filantrópicos que sustentam, bancam a saúde em Santa Catarina. Me tornei presidente do Hospital São Braz justamente por notar a falta de estrutura. Isso me credencia para falar da saúde, principalmente nas aplicações que seriam responsabilidade do Estado que são os atendimentos de alta e média complexibilidade. Os hospitais públicos consomem 70% da receita, ficando restante para os filantrópicos que, na verdade, atendem 60% da população. Temos que inverter esses números, também trazendo a administração dos hospitais públicos para a iniciativa privada. Vou estimular a bancada federal de Santa Catarina para a necessária reforma da tabela SUS que torna impraticável qualquer gestão hospitalar. E entendo que o Estado não deve construir Hospitais em regiões que possuem capacidade própria, deve apenas contratar os serviços, é muito mais barato e rápido resolver o problema da SAÚDE. Os investimentos devem ser direcionados para regiões mais pobres e deficientes dos serviços. Defendo que a SAÚDE adote o SUS como o plano de saúde do brasileiro, pagando de uma justa os serviços prestados pelos médicos, clinicas e hospitais.
JOC – O Senhor é advogado que atua com tributação. Há alguma proposta para a região quanto a esta questão?
Buch Neto – Obrigado pela pergunta. Eu defenderei a elevação da faixa do simples nacional em relação ao icms. Que passe de R$ 3.6 milhões para 4,8 milhões acompanhando a alteração do teto dos impostos federais. Também a criação de um regime especial de icms para as empresas de médio porte. Atualmente a empresa que extrapola o teto do Simples, vai direto para a apuração de ICMS em conta gráfica e na mesma sistemática das empresas de grande porte. Na esfera federal temos antes do lucro real a possibilidade da empresa optar pelo Lucro Presumido, por exemplo. Na prática os empresários de médio porte constituem diversas empresas em nome de laranjas para poder ficar no SIMPLES, quase sempre em razão do ICMS. Temos que ter coragem de combater de abordar este assunto e criar ambiente para que isto não ocorra. Outra ação será criar um sistema eletrônico de ressarcimento de créditos de icms. A exemplo do Estado do Paraná, que possui o SISCREDI, incentivar a exportação no Estado gerando o ingresso de divisas para o Estado e desenvolvimento regional.
Por fim, quero dar apoio ao futuro governador para criar incentivos fiscais regionais, em especial para o Planalto Norte e Vale do Rio do Peixe com o objetivo de elevar os níveis de desenvolvimento social e econômico dos municípios e das populações menos favorecidas do Estado.
JOC –Outra questão que é recorrente, também em período eleitoral, é a segurança. Como o Senhor vê isso?
Buch Neto – Vejo que temos que sair dos discursos para a prática. E neste emaranhado de necessidades, vou defender uma para a qual poucos atentam, mas que é de fundamental importância: os direitos de quem nos defende. Nossos agentes de segurança (policiais militares, agentes prisionais, bombeiros, policiais civis) colocam diariamente suas vidas (e de suas famílias) em risco para defender a população. Porém, em Santa Catarina, quando precisam agir contra o crime muitas vezes são processados pelo próprio Estado-Judiciário que tanto defendem. Atualmente estes agentes de segurança precisam pagar do próprio bolso sua defesa técnica por meio de advogado. Vamos mudar esta triste realidade. Vamos apresentar um projeto de Lei na Assembleia para criar a Defensoria Dativa da Segurança para estes agentes. Os advogados privados que tiverem interesse em defender os agentes de segurança com remuneração pré-fixada e custeada pelo Estado deverão se capacitar por meio de Cursos ministrados em parceria com a OAB/SC, estando assim habilitandos para exercerem a atividade da advocacia como “Defensor Dativo da Segurança”. Vamos apoiar o Governador do Estado em reduzir 1200 cargos comissionados, criando a possibilidade financeira para tanto. E deste assunto, eu conheço. Valorização do profissional, diminuir custos onde não precisa, dar respaldo legal para que o policial possa atuar com maiores condições e segurança.
JOC – Que outras áreas pretende defender?
Buch Neto – Na verdade estarei, como deputado, se eleito for, atento a todos os setores da sociedade catarinense. Mas obviamente tenho minhas bandeiras. Por isso, vejo no turismo uma das maiores potencialidades catarinsenses. Assim quero contribuir na defesa de alguns aspectos. Por exemplo, a “ROTA 280”. Trata-se de definir o trecho ente Porto União e São Francisco do Sul como “Rota 280”, ou seja, um trajeto em que haverá incentivo a investimentos turísticos, fortalecendo o comércio por meio do interesse do viajante em cumprir a rota que prestigia a Serra de Corupá para fazer a transposição do planalto com o litoral. Esta também se conecta à “rota do lambari”. Porém, a atividade de pequenos comerciantes às margens dos rios Timbó e Iguaçu está comprometida. Isso porque, apesar de terem recebido incentivos para a instalação de suas pousadas, hoje, o Estado vira as costas para uma questão importante: a época do defeso. Ocorre, que equivocadamente o Lambari tem sido colocado na lista de espécies cuja captura é proibida pela lei. No entanto, o Lambari não se reproduz no mesmo ciclo que demais espécies nativas. Os prejuízos para estes comerciantes são imensos. Além de corrigir isso, proponho que a fiscalização da pesca predatória seja intensificada nestes locais, para que haja bom senso. Ninguém melhor que nós, aqui das Gêmeas do Iguaçu, sabe dos perigos da Serra Da Dona Francisca. Ela está esquecida. Não há manutenção e, o que é pior, é pouco segura. Os acidentes são constantes no local em que não há áreas de escape em caso de falhas mecânicas. Como deputado, vou buscar a inclusão em caráter de urgência da serra nos planos de ação do governo já em 2019. E para o litoral, proponho o desenvolvimento de roteiros gastronômico e hoteleiro ainda mais atraentes para que o turista que visita Penha e o parque Beto Carreiro. Que isso não seja só “de passagem”. Que se sinta atraído para visitar os restaurantes e hotéis locais. Em parceria com o município, desenvolver incentivos estruturais para que possamos avançar nesse sentido, tornando o litoral norte ainda mais atraente e produtivo.
JOC –Obrigado pela entrevista. Suas considerações finais
Buch Neto – Eu que agradeço pelo importante espaço. Pela oportunidade de me apresentar e apresentar algumas de minhas propostas. Quem quiser me conhecer mais pode acessar meu site (www.buchneto.com.br). Desejo que uma coisa prevaleça nas eleições estadual e federal deste ano: que as pessoas que estão insatisfeitas com a política façam um movimento de aproximação, não de afastamento. Que analisem os candidatos que, como eu, são poções de renovação e apresentam propostas. E que, acima de tudo, possam votar pautadas pela análise destes perfis novos e, principalmente, de maneira independente, sempre de acordo com seu julgamento particular. Obrigado.