A poucos dias do primeiro turno, o projeto Cobertura Eleições SC 2018 – Jornais Impressos e Digitais traz mais uma entrevista com os quatro candidatos ao governo do Estado que lideram as pesquisas. Foram feitas perguntas idênticas a todos e a apresentação segue ordem alfabética, conforme o nome de urna. O projeto de cobertura é uma iniciativa da Associação de Diários do Interior (ADI-SC) e da Associação dos Jornais do Interior (Adjori-SC), juntamente com veículos independentes. A motivação das entidades foi levar à população informações sobre os candidatos, de maneira ética, responsável e inclusiva, com linguagem acessível ao conjunto da sociedade.
Comandante Moisés, Candidato ao governo do Estado pelo PSL
Jornais ADI/Adjori – Quais as diferenças dessa campanha em relação às anteriores?
Comandante Moisés – Nesta eleição, os eleitores vão escolher os próximos governantes e parlamentares num momento de grave crise de representação política. Se formos um pouco mais atrás nos acontecimentos, vamos lembrar dos protestos de 2013, quando muitos manifestantes levantaram bandeiras com mensagens como “sem partido” e “não me representa”. Ali, já havia sinais de desconfiança com a política, agravada depois pela sucessão de escândalos de corrupção revelados pela operação Lava-jato. Mas, ainda assim, diante de todos os acontecimentos que desmascararam a corrupção em nosso país e deixaram o cidadão brasileiro indignado, uma das práticas que pude observar no decorrer desta campanha, foi realizada justamente por políticos que já estão no cenário há anos, que fizeram um grande movimento na tentativa de vetar a chegada de informações ao eleitor.
ADI/Adjori – O que mais o impressionou percorrendo o Estado durante a campanha?
Moisés – Eu venho de uma carreira militar de mais de 30 anos. Ingressei na política recentemente porque verdadeiramente quis, e quero, transformar minha indignação em ação. Não sou conhecido na política e por isso fiz minha campanha no corpo a corpo, no olho no olho, ouvindo a população, estando em todos os cantos do Estado para viver, nem que por algumas horas, um pouco do que lá acontece. O contato com o povo e a forma como sempre fui muito bem recebido me fez entender o quão grandioso é o cidadão catarinense. Um povo trabalhador, empreendedor e que luta por crescimento e qualidade de vida. Muitas cidades em nosso Estado aparentam estar esquecidas, sem incentivos para empreendedores, sem saúde, educação, segurança e infraestrutura. Minha luta vai ser para poder proporcionar ao cidadão mais do que ele pode ter hoje.
ADI/Adjori – Por que deve receber o voto do eleitor catarinense?
Moisés – Acredito que o Brasil tem solução e Santa Catarina também. Represento a mudança, o novo. Votar no PSL hoje é transformar a indignação em ação. Vejo que a maior parte dos problemas do Estado está na corrupção. Onde há corrupção instalada, há falta de dinheiro para o que realmente importa. Tendo um Estado mais saneado, teremos como melhorar as condições de infraestrutura, saúde, educação e segurança. Nossa proposta é um governo suprapartidário, com gestão programática, a fim de atender a todos os anseios da sociedade, dando continuidade aos projetos que são bons para o nosso povo, aperfeiçoando-os e garantindo a sua real eficácia. É fato que, tendo uma máquina do Estado mais enxuta, teremos condições de ampliar os recursos destinados às competências de cada secretaria. Uma de nossas lutas será exatamente esta, enxugar para sobrar e ter dinheiro para investir onde é prioritário e necessário.
Décio Lima, Candidato ao governo do Estado pelo PT
Jornais ADI/Adjori – Quais as diferenças dessa campanha em relação às anteriores?
Décio Lima – Esta campanha está sendo tocada por um elemento muito apaixonante: a esperança. A esperança de o país voltar a ser do povo brasileiro, de construirmos um processo de renovação na política de Santa Catarina, que se manifesta na possibilidade concreta de termos um governo que seja de causa do povo catarinense. Uma causa pela saúde, pela educação, pela saúde pública, pela geração de empregos, de fazermos uma Santa Catarina para todo o povo catarinense, da agricultura familiar, do micro e pequeno empreendedor, a causa de fazer de Santa Catarina aquilo que ela deixou de ser num dado momento da nossa história: a verdadeira Suíça brasileira.
ADI/Adjori – O que mais o impressionou percorrendo o Estado durante a campanha?
Décio – O que mais me impressionou é ser tocado por homens e mulheres, em todos os cantinhos de Santa Catarina, que reúnem neste momento um profundo carinho pelas coisas do nosso Estado, por aquilo que somos. Um povo que tem uma cultura da paz, do amor, da fé, tocado por sentimentos extraordinários do humanismo, que quer construir uma nova história, onde ele possa ser protagonista e imprima as suas digitais. É entusiasmante fazermos uma campanha com a paixão da própria população com a reconquista de valores para que Santa Catarina possa expressar um processo novo a partir do ano que vem. Com um governo que seja visível, que toque as vidas de nossa gente e crie as condições de um futuro próspero para a nossa juventude.
ADI/Adjori – Por que deve receber o voto do eleitor catarinense?
Moisés – Eu represento o novo neste processo, para interromper décadas de ausência do Estado, principalmente nos últimos 16 anos, que desprezou o povo catarinense em benefício dos interesses menores dos partidos políticos. Uma renovação segura, de experiências exitosas que foram construídas no exercício da vida pública, nos dois mandatos que tive como prefeito de Blumenau, de ter administrado o segundo maior porto do Brasil e de dar a garantia de quem vai fazer um governo não partidarizado, mas um governo de causa. Um governo que possa resolver o absurdo das filas na saúde, que submetem meio milhão de catarinenses. Que revolucione a educação e ponha fim à evasão escolar, que exclui 64 mil meninos e meninas da escola. Que garanta um Estado seguro para as pessoas morarem. Que empodere as mulheres e que vai governar de forma paritária com as mulheres. Que vai inovar na tecnologia, fazendo um Estado moderno e que desperte também as nossas vocações. Que produza, e gere empregos e renda para pormos fim às exclusões que hoje chegam a quase meio milhão de catarinenses sem renda e sem oportunidades de emprego. Um governo de causa, para que Santa Catarina possa ter a certeza de que o Estado é seu.
Gelson Merisio, Candidato ao governo do Estado pelo PSD
Jornais ADI/Adjori – Quais as diferenças dessa campanha em relação às anteriores?
Gelson Merisio – A sociedade nunca teve acesso a tanta informação. Uma simples busca na internet traz todas as informações da vida toda do candidato. Vai ficar muito mais ¬fácil conhecer todas as convicções daqueles que estão nas eleições. Eu, por exemplo, sou a favor da extinção das regionais, tenho como prioridade absoluta a segurança pública, defendo que 50% de todos os cargos de liderança do Executivo devem ser ocupados por mulheres e acredito que um dos nossos maiores patrimônios em Santa Catarina é o equilíbrio que temos entre todas as regiões, com cada uma tendo sua vocação própria.
ADI/Adjori – O que mais o impressionou percorrendo o Estado durante a campanha?
Merisio – Nossas propostas têm recebido grande aceitação por parte da sociedade, em especial sobre o que propomos para a segurança pública. Dá para perceber que hoje essa é a maior preocupação da sociedade, até porque é a segurança que nos dá acesso ao nosso bem mais precioso, a liberdade. Aumentar o efetivo da Polícia Militar em cinco mil homens com a reconvocação voluntária de policiais da reserva, investir R$ 2 bilhões em tecnologia para a segurança nos três primeiros anos e instalar barreiras de segurança em todas as nossas fronteiras e divisas. Estávamos em um roteiro na Serra e chegamos em Correia Pinto um pouco depois de bandidos armados causarem terror em um assalto a banco. A população já percebeu que estamos em guerra contra o crime organizado. Agora é hora de assumirmos isso como Estado, e começarmos a vencer.
ADI/Adjori – Por que deve receber o voto do eleitor catarinense?
Merisio – Sempre me perguntam por que quero ser governador. Respondo com uma comparação. Se chegam 10 vítimas de um acidente grave em uma emergência de hospital público hoje, faz muita diferença o médico que irá atendê-los na hora em que mais precisam. Alguém que esteja ali apenas pelo salário, descompromissado com a função pública, vai salvar uma, duas, no máximo três pessoas. Se o médico enxergar a atividade dele como missão, o servir tão necessário ao servidor público, ele vai resgatar sete, oito e até nove vidas com sua atenção e seu esforço máximo. Eu acho que podemos fazer muito mais pelo nosso Estado, torná-lo mais enxuto: cortar 1.200 dos 1.400 cargos comissionados para aumentar a entrega de serviços públicos à população. Reduzir de 18 para apenas 10 secretarias, extinguir as regionais. Eu sinceramente tenho essa como minha grande missão. Permaneço com força, permaneço ativo, porque eu enfrento com coragem.
Mauro Mariani, Candidato ao governo do Estado pelo MDB
Jornais ADI/Adjori – Quais as diferenças dessa campanha em relação às anteriores?
Mauro Mariani – O processo eleitoral sofre influência da crise política que se instaurou no país, despertando sentimento de repulsa à corrupção e à ineficiência na gestão pública. Para que ocorra uma transformação política é importante que a população seja a fonte dessa nova consciência. O pré-requisito básico é a transparência. As redes sociais ganham importância eleitoral, dado o volume de informações que disponibilizam. Infelizmente, também é palco do desserviço das fake news. As regras eleitorais reduziram tempo e materiais de divulgação, por isso, o corpo a corpo nunca foi tão importante. Ao conversar com catarinenses pelas ruas, percebo a expectativa de que o próximo governo seja um divisor de águas. É o início de um novo momento político e, eu e o Napoleão Bernardes, vamos representar essa virada de página, levando para dentro do governo a mesma excelência que marca a identidade do povo catarinense.
ADI/Adjori – O que mais o impressionou percorrendo o Estado durante a campanha?
Mariani – Impressionou e continua impressionando o carinho, a força e a garra do nosso povo. Considerando os acontecimentos políticos dos últimos anos, esperávamos mais frieza por parte da população. Mas, não. Fomos bem acolhidos e vimos nos olhos de cada catarinense a esperança de progredir. Nosso Estado é referência nacional, mas ainda precisa avançar muito na educação, com ensino integral e de qualidade. Precisamos regionalizar a saúde, levando os serviços para mais perto da população. Vamos levar segurança a todas as regiões, com policiais nas ruas e combate ao crime organizado. O Estado precisa ser tão eficiente quanto a sociedade civil. Precisa ter compromisso com desenvolvimento e faremos isso. Vamos cuidar das pessoas e levar Santa Catarina ao patamar que o Estado merece.
ADI/Adjori – Por que deve receber o voto do eleitor catarinense?
Mariani – Mereço o voto porque, como todo morador desta terra, quero um Estado melhor para nossos filhos, nossas famílias. Eu me preparei para esse desafio como pequeno empresário e homem público: prefeito duas vezes, deputado estadual, federal por três vezes e secretário de Obras. Acredito que o momento exige respeito com o dinheiro público, ações contundentes. Fazer o certo. Exige compromisso com as demandas da população, com gestão eficiente, sem desperdícios. O Estado precisa de realizações e não de promessas. Santa Catarina exige um governador presente para lutar pelos interesses do Estado. Que vá a Brasília brigar por mais verbas. Necessita de um executivo que coloque a mão na massa, que termine as obras inacabadas, independente de quem as iniciou. Que seja aberto, parceiro dos prefeitos e que traga a excelência do catarinense para dentro do governo.
Cobertura Eleições SC 2018 – Jornais Impressos e Digitais | Equipe editorial: Andréa Leonora (ADI-SC) | Douglas Rossi e Murici Balbinot (Adjori-SC) | Arte: Allan Salvatti (Adjori-SC)