Volta às aulas dá largada nas vendas do varejo

Dados da Fecomércio mostram que gasto com a compra de material escolar será maior neste ano em relação à 2018

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Atualizado há 6 anos

Sete a cada dez famílias já comparam (em janeiro) ou ainda devem comprar (em fevereiro), o material escolar. Estas são algumas das informações apontadas pela Pesquisa de Intenção de Compras para o período de volta às aulas, realizada pela Fecomércio SC em sete cidades do Estado. O gasto médio com os itens em 2019 deve ser maior em relação ao ano anterior: a pretensão é desembolsar, em média, R$ 286,53 nas compras, 8% a mais do que 2018 (R$ 265,37).  Enquanto Blumenau pode ter o maior gasto médio (R$ 325,91), os consumidores em Criciúma (R$ 256,92) devem ser mais econômicos.

A data dá a largada nas vendas do varejo no ano, porém concorre com outros gastos do catarinense, de acordo com o presidente da entidade, Bruno Breithaupt. “Para equilibrar a compra dos itens com as outras despesas comuns no início do ano-como matrícula, IPTU, IPVA, a estratégia de quase 70% dos catarinenses é fazer pesquisas de preços em vários estabelecimentos.  Os empresários que praticarem bons preços ou apresentarem algum diferencial, como facilidades na forma de pagamento ou descontos para mais de um filho/dependente, vão atrair mais clientes”, afirma.

O principal destino das compras deve ser o comércio de rua (90,8%), como as papelaria e livrarias, disparado na frente dos outros estabelecimentos, como supermercados (3,3%), shopping (1%) ou internet (0,8%).

No Paraná, intenção de consumo mantém alta

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), alcançou 94,3 pontos no Paraná em fevereiro e está acima da média nacional, que é de 77,1 pontos. A pesquisa possui uma escala de 0 a 200, sendo que o resultado abaixo de 100 pontos indica percepção de insatisfação com as condições correntes.

O indicador apresenta redução de 1,9% na comparação com janeiro. No entanto, houve aumento de 3,6% na variação anual (fevereiro de 2017 comparado com fevereiro de 2016).

Dos subitens que compõem a pesquisa, dois apresentaram alta com relação ao mês anterior: a perspectiva profissional teve variação positiva de 2,1% e acesso ao crédito mostrou alta de 3,4%.

A perspectiva de consumo, um dos principais componentes da ICF, apontou ascensão anual de 47,3% comparada a fevereiro de 2016. Com relação a janeiro, o subitem mostrou queda de 0,4%. Os dados nacionais mostram uma retomada de 7,2% com relação a 2016 e de 1,5% ante o mês anterior.

Nas famílias com rendimentos mensais acima de dez salários mínimos, o indicador é de 100,5 em fevereiro, e pode ser considerado positivo por estar acima da base 100. Já entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, a ICF é menor, de 92,9 pontos e reduziu ainda mais na comparação com janeiro, quando era 95,2 pontos.

A Fecomércio do Paraná acredita que a redução do indicador na variação mensal deve-se à concentração de contas características do mês de janeiro, tais como IPVA, IPTU, DPVAT, material escolar e gastos com férias e festas de fim de ano, o que acaba descapitalizando o consumidor e gera um impacto negativo momentâneo em sua propensão de consumo.

Por outro lado, o aumento da ICF na comparação com o mesmo mês de 2016 indica elevação na confiança das famílias, motivada pela queda nos juros e redução da inflação. Além do mais, o saque das contas inativas do FGTS a partir de março injetará crédito extra na renda de milhares de famílias e certamente auxiliará na recuperação do comércio.