Celulose é o terceiro produto mais exportado no Paraná

No ranking, liderança ultrapassa farelo de soja e automóveis

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Atualizado há 6 anos

De 2016 para 2019, a celulose passou de sétimo para quinto item mais exportado pelo terminal portuário (Foto: Reprodução da internet).
De 2016 para 2019, a celulose passou de sétimo para quinto item mais exportado pelo terminal portuário
(Foto: Reprodução da internet).

Com alta de 67,9% nas vendas para outros países no primeiro bimestre de 2019, a celulose assumiu o inédito terceiro lugar na pauta de exportações do Paraná. Conforme dados do Ministério da Economia, tabulados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), foram negociados US$ 177,7 milhões do produto nos dois primeiros meses do ano, contra US$ 105,8 milhões em igual período de 2018 – quando era o quinto mais exportado pelo Estado. As informações estão na página da Agência Estadual de Notícias.

“As exportações só ficam atrás de soja em grão e carne de frango, produtos que historicamente são muito representativos na pauta das vendas externas do Paraná”, destaca o diretor de Pesquisa do Ipardes, Julio Suzuki (leia a entrevista no quadro). Segundo ele, o fato de ultrapassar farelo de soja e automóveis nas vendas internacionais é muito significativo, pois confirma que não se trata de sazonalidade. “Esse resultado comprova mais uma vez a contínua diversificação da pauta de exportações paranaense, que está cada vez menos concentrada em poucos produtos”, analisa.

Na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, a participação do item no comércio exterior paranaense saltou de 4,7% para 8,2%. Em apenas dois meses, o Estado já exportou quase 25% do total de celulose vendido para outros países em 2018 inteiro: US$ 716,3 milhões. Há quatro anos, as vendas externas do produto eram inexpressivas. As exportações de celulose no primeiro bimestre de 2019 são 85 vezes maiores que as registradas no ano inteiro de 2015 (US$ 2,09 milhões).

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Suzuki ressalta que o forte crescimento da produção é fruto, principalmente, da maturação do aporte de R$ 8,5 bilhões feito pela Klabin na fábrica de Ortigueira, nos Campos Gerais. Inaugurada em 2016, é a planta com maior investimento privado no Paraná, gerando cerca de R$ 300 milhões em impostos por ano. O diretor do Ipardes conversou com a reportagem do jornal O Comércio e da CBN Vale do Iguaçu.

Jornal O Comércio (JOC) – A que se atribui este terceiro inédito lugar?
Julio Suzuki (Suzuki) – O crescimento das exportações de celulose está diretamente relacionado ao início de grandes plantas de operações do Estado. É o caso da Kablin, por exemplo. É um terceiro lugar bem significativo, até porque há um ano atrás, a celulose ocupava o quinto lugar. A tendência é de crescimento ainda maior para os próximos meses e ano.

JOC – O Paraná possui uma diversificação na exportação?
Suzuki – Sim. O Estado tem um coeficiente de exportações. O valor delas em relação ao produto é superior ao observado no Brasil. Ou seja, o Estado exporta mais que a economia brasileira, proporcionalmente.

JOC – Onde podemos ver a aplicação da celulose?
Suzuki – A gente relaciona o produto na produção de papel e papelão, mas podemos ver a celulose na produção das toalhas umedecidas, fraldas para bebês.

JOC – É a retomada da economia no Estado?
Suzuki – A economia brasileira sofreu muito nos últimos anos com a profunda crise que se instalou no País, mas o Paraná vem se recuperando muito bem, com maior velocidade, conforme mostram os dados relativos a este início de 2019.

Porto de Paranaguá vai ampliar área

Em breve, conforme material publicado na Agência de Notícias, a Secretaria Nacional de Portos deve lançar um novo edital para arrendamento de uma área que ampliará a capacidade de movimentação de celulose pelo Porto de Paranaguá. De 2016 para 2019, a celulose passou de sétimo para quinto item mais exportado pelo terminal portuário. Paranaguá é o quarto porto brasileiro em volume de exportações do produto, que tem como principal destino a China.

Segundo a Administração dos Portos do Paraná, desde 2016, o Porto de Paranaguá já movimentou 2,604 milhões de toneladas de celulose em 168 navios.