De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), as fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus, produziram no primeiro trimestre deste ano 183.742 unidades. Esse volume representa o melhor resultado para os três primeiros meses do ano desde 2015, quando foram produzidas 189.335 bicicletas. Ainda segundo a entidade, na comparação com o mesmo período de 2018, a alta é de 15,8% (158.699 unidades).
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de bikes, e tem uma frota nacional de mais de 70 milhões de unidades. A bicicleta é prática, pequena, leve, e o meio de transporte de muitas pessoas. Acontece que elas precisam circular no mesmo trânsito de veículos, de caminhões e de motociclistas. E se faltar educação, respeito às leis de trânsito e prudência, essa relação pode ser ruim.
“Há imprudência principalmente na inobservância das sinalizações de trânsito, tráfego na contramão e inutilização de ciclovias e ciclo faixas. Não se trata de falta de educação, mas falta de colocá-la em prática, em meio a rotina, muitos têm a falsa sensação de que não podem se tornar vítimas de acidentes e graças a isso acabando ignorando alguns procedimentos de segurança no trânsito”, disse por nota, o segundo Tenente, Luan Narcizo, chefe do setor de Trânsito da Policia Militar de União da Vitória. “Por isso ressalta-se a importância do Maio Amarelo para conscientização e educação dos ciclistas para que sigam as regras de segurança e contribuam para um trânsito mais seguro”.
Um dos focos nesta edição da campanha é, de fato, alertar para o aumento de mortes em acidentes envolvendo ciclistas e motociclistas. Apenas no Paraná, por exemplo, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito do Paraná (Detran/PR), em 2018, o Estado registrou um aumento de 3% no número de mortes de motociclistas e de 47% nos acidentes com morte de ciclistas.
O uso de capacetes – e de outros itens de segurança – e a pedalada feita nos locais de uso exclusivo dos ciclistas, ajudam na redução dos acidentes. No Vale do Iguaçu, ciclovias de grande extensão foram criadas ao longo dos últimos anos. Elas cruzam as cidades de União da Vitória e de Porto União, são sinalizadas de maneira especial (há faixas vermelhas e espaços no trânsito apenas para elas). O projeto de construção delas, acompanha a onda mais saudável, que fomenta a prática de exercícios – logo, o uso das “magrelas” também.
Em União, por exemplo, na tentativa de incentivar o gesto, a prefeitura realizou no dia 10, o ‘Pedala União’, um convite para sair de casa a bordo da bicicleta, pelo menos naquele dia. Conforme o secretário de Trânsito, Clodoaldo Koetz, toda a infraestrutura feita – inclusive as ações de incentivo ao uso das bicicletas – são para atender o ciclista: cabe a ele fazer sua parte. “Pedimos então para que ele faça isso, ande nestes espaços. A legislação traz para nós que o ciclista, por exemplo, onde não tem as ciclovias, que ele ande no mesmo sentido da via. Se ele anda contramão, ele comente uma infração. O pedido é esse: ande no sentido e na calçada, apenas empurrando. Quando ele está na calçada, o ciclista se assemelha ao pedestre”, explica.
Acidentes
Nem sempre as ciclovias resolvem os problemas de trânsito e de acidentes. Dados recentes de órgãos ligados ao setor, apontam uma média de 32 internamentos por dia no País: todos ciclistas, vítimas de acidentes. Apenas no ano de 2016, por exemplo, dados do Ministério da Saúde apontaram que foram 11.741 internações de ciclistas em decorrência de acidentes de trânsito, gerando para o Sistema Único de Saúde (SUS) um custo aproximado de R$ 14,3 milhões.
Embora a malha de ciclovias em todo o País tenha aumentado nos últimos anos, falta educação no trânsito. São ciclistas que não respeitam motoristas e pedestres – e vice-versa. Em 2014, por exemplo, levantamento do Ministério da Saúde sobre acidentes de trânsito, mostrou que 1.357 ciclistas morreram no Brasil. Em 2013 foram 1.348 mortes.