Bonecos “carequinhas” ajudam pacientes com câncer

Voluntários do Projeto Amiguinhos do Tratamento carregam missão de conectar as pessoas e levar esperança por meio da arte em Porto União e região

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Atualizado há 5 anos

Márcia Moller Komar é uma daquelas mulheres de se tirar o chapéu. Cheia de garra, ela transforma o sorriso em estímulo para enfrentar o câncer. É um sorriso carregado de boas energias. A força vem do bem-estar que a alegria propaga.

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Márcia é muito conhecida pelo Vale do Iguaçu. De Porto Vitória passou a morar no bairro São Pedro, em Porto União e tem orgulho em afirmar que foi a primeira madrinha do Projeto Amiguinhos do Tratamento, que consiste na confecção de bonecos “carequinhas” para ajudar pacientes com câncer.

Ela se diz fã número um da iniciativa e por isso foi a escolhida para falar sobre ela.

“O projeto tem a participação de uma pessoa muito especial, o Vilton Ksionskévicz. Eis que um dia, ele organizou uma campanha de doações para a Páscoa e conversamos pelas redes sociais. Quando nos conhecemos de pronto pensei: vou ajudar e ver no que vai dar essa campanha e qual será o destino. O Vilton chegou barbudo, com colete de motoqueiro, nunca me esqueço. Uma pessoa de bom coração e que hoje é um grande amigo”.

Desde este dia feliz para um outro – desta vez, um tanto quanto triste, ocorrido em 2016, Márcia recorda o acidente que viveu.

“Caí de 4,20 metros de altura. Fraturei os braços, a coluna e ocorreu uma explosão da L1 com compressão de medula. Passei por um perrengue. Durante a recuperação do acidente, reaprendi a andar. Em meio a tudo isso, também pelas redes sociais, uma pessoa novamente pedia doação para o Dia das Crianças. Era o Vilton em nome do Moto Clube”.

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Vilton Ksionskévicz

Conversa vai, conversa vem e o Vilton contou para Márcia que aguardava por um transplante. Um tempo depois, em uma conversa por telefone, Vilton disse que um amigo, o Marcelo Schwan, lhe presentou com um boneco do Woody da animação Toy Story, para lhe fazer companhia durante a sua recuperação. Foi então que surgiu a ideia do Projeto Amiguinhos do Tratamento.

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Mascote do primeiro Rock Solidário

O Vilton teve a ideia da confecção de bonecos para ajudar os pacientes com câncer. Foi um bonequinho, depois dois, três, quatro. Até o momento foram mais de mil bonequinhos para pacientes no Vale do Iguaçu e região, e até fora do País, como é o caso da Holanda.

 “O objetivo do projeto é conectar as pessoas e levar um pouco de fé e esperança. Deus mostra as coisas para a gente. O Vilton é o primeiro e o Marcelo é o segundo pai do projeto”.

Com o apoio da família do Vilton, que mora no Distrito de São Cristóvão, em União da Vitória, uma pessoa desenha, outra costura os bonecos. Muitas pessoas abraçara o projeto.

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“Minha Laurinha”

Márcia também ganhou uma linda bonequinha careca de presente, que recebeu o nome de Laurinha. Primeiro pelo o apoio com a iniciativa; segundo porque ela também passou a integrar o grupo contemplado com a ação. Márcia foi diagnosticada com câncer de mama.

“Eu me vi do outro lado do muro”, conta.

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Sempre esperançosa, ela afirma que já derramou muitas lágrimas.

“Meu falecido marido nos deixou muito cedo, com 29 anos de idade. Na época eu tinha 25 e dois filhos pequenos. Só eu sei o quanto as orações, pensamentos positivos ou palavras de otimismo e conforto ajudam o paciente em sua recuperação”.


Quero apadrinhar, e aí?

Para apadrinhar o projeto se faz necessária a contribuição de R$ 25 reais, que pode ser feita uma única vez, ou mensal.

Saiba mais: www.facebook.com/amiguinhosdotratamento/


Paraná

De acordo com dados do Painel Oncológico do Instituto Nacional do Câncer (Inca) em 2019, foram diagnosticados no Paraná pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 27.654 casos de câncer, sendo o de mama o mais incidente. Segundo o Inca, 7,6 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por causa do câncer a cada ano. Mais da metade delas, 4 milhões, têm entre 30 e 69 anos.


Santa Catarina

Santa Catarina tem a maior taxa estimada do Brasil de novos casos de câncer em mulheres em 2020, segundo estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em Santa Catarina, a taxa estimada de novos casos de câncer em mulheres é de 247,47 por 100 mil mulheres. No caso dos homens, é de 372,46 casos por 100 mil homens. Em São Paulo, esse índice é de 378,88 casos por 100 mil homens. Em relação aos tipos mais comuns, o câncer de mama feminino é o que mais deve ter incidência neste ano no estado.