ESPECIAL 89 ANOS: O QUE É NOTÍCIA, VIRA HISTÓRIA

Desde o seu nascimento na década de 30, O Comércio usa do bom jornalismo para informar com precisão. Inclusive na pandemia

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Atualizado há 4 anos

(Foto: Mariana Honesko).
(Foto: Mariana Honesko).

Nem mesmo Herminio Milis, ao fundar o jornal O Comércio nos anos 30, poderia prever que o mundo estaria dentro de casa em pleno 2020. Nem ele, visionário, um homem a frente do seu tempo, julgaria arriscar tal previsão. Nem quem vive de prever o futuro acertou. Quem imaginaria uma pandemia? Quem imaginaria lutar contra um inimigo invisível e cruel? Quem imaginaria que a informação seria artilharia?

Caminhando muito mais rápido que as pesquisas para combater o novo coronavírus – patologia que tira o sono do planeta – está a informação. Veloz e apurada como ensina o bom jornalismo e como doutrinou Milis, exatamente no ano de 1931, quando, corajoso, abriu o jornal O Comércio no Vale do Iguaçu.

Mas, ao longo de sua história, o jornal precisou – e o fez com maestria – se adaptar. Como pregou Darwin: sobrevive quem melhor se adapta. Chegou 2020 e sua prova, difícil: como driblar a crise econômica provada pela Covid-19, o pé no acelerador dos veículos de comunicação em formato digital e se manter no mercado?

“As mudanças que o mundo está sujeito, principalmente na comunidade, estar atento e conectado é um dos principais fatores que cabe aos longevos”, pontua Sitamar Brittes Dalmas, por anos diretora geral do veículo.

(Foto: Mariana Honesko).
(Foto: Mariana Honesko).

Embora desafiador, não foi tão complicado assim. Afinal, O Comércio coleciona experiências quando o assunto é reinvenção. São 89 anos, cheio de histórias de superação.  Já foi semanal, preto e branco, já foi suspenso, linotipo, solo. E quando se trata de catástrofes ou calamidades como a imposta pelo coronavirus, algo bem parecido viveu a então equipe do periódico, na enchente de 1983. Na época, Ivo Dolinski assinava a chefia de redação.

“Na enchente de 1983, a redação do jornal, na rua Teixeira Soares, abrigou três famílias e teve suas atividades paralisadas por algumas semanas, porque grande parte de membros de sua equipe teve suas residências atingidas.  Junto com o colega Antônio Godói nos colocamos à disposição da Defesa Civil de ambos os municípios e acabamos comandando programação especial na Rádio Colmeia, que naquela enchente teve participação decisiva na orientação de toda a população regional”, conta.

Dolinski, na batuta da redação desde 67, viveu outras grandes emoções no veiculo.

“Como na missão de entrevistar algumas das personalidades mais importantes de Porto União, entre eles o então prefeito Victor Buch Filho, enfim vários outros, mas o que mais me causou emoção foi com o inesquecível  maestro Emílio Taboada, cujo nome está imortalizado na Banda Municipal ‘Emílio Taboada’”.

Mudar é preciso

Contanto com uma equipe pequena de profissionais, a redação do jornal migrou para o modelo remoto desde março. Por conta da pandemia, jornalistas e diagramadora trabalham de casa mesmo, porém, mantendo o mesmo nível de cuidado e atenção com cada palavra escrita e com cada notícia selecionada para compor as temporariamente, duas edições semanais.

O jornal também está na plataforma digital, no portal VVale, onde pode ser visto para leitura na telinha. Os assinantes seguem recebendo O Comércio em casa, distribuídos em uma rota assinada por Marineia, a Mary, ‘motogirl’ que coloca o ‘mais lido’ (elogio interno, da equipe, ao vovô da comunicação) em saquinhos plásticos, para preservar a integridade das páginas, para cada leitor. Colaboradores e colunistas seguem preparando seu conteúdo, se apoiando na tecnologia para garantir a cada edição, uma nova experiência.

E o que vem por ai? No Vale do Iguaçu, O Comércio quebra todas as previsões e segue estável, ainda sem data para seu ponto final ou virgula, símbolo de sua mudança em definitivo para o formato digital. Mais do que um jornal, O Comércio é documento. É objeto de pesquisa. É material de apoio para estudantes, para professores, mestres e doutores.

Daqui um tempo, o ano de 2020, tal qual 1983 e tantas outras datas emblemáticas narradas nas páginas do jornal através das mãos e impressões de inúmeros profissionais de olhar apurado, serão passado. Mas, no jornal, o que é noticia se torna história.

(Foto: Mariana Honesko).
(Foto: Mariana Honesko).

No arquivo

Christian Martins, vereador no município de Porto União, tem um acervo particular do jornal O Comércio.

Vereador gravou um vídeo parabenizando o veículo pelos seus 89 anos

Quer saber mais como a história do jornal aconteceu? Acesse este conteúdo especial, disponível no portal VVale.

https://www.vvale.com.br/jornalocomercio/