Danuza Rodrigues ‘botou’ os pés na política e não os tirou mais.
Sondada para concorrer ao cargo majoritário e após conversar com familiares, amigos e partidários, confirmou que é pré-candidata a prefeita da pequena Matos Costa, no planalto norte catarinense, pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Com 35 anos, é casada e mãe da Letícia, de dois e meio. Danuza incentiva que o lugar da mulher também é na política. Embora, segundo ela, a desigualdade de gênero nos cargos legislativos e executivos no Brasil ainda seja visível.
Formada em enfermagem e em Gestão Pública, também pós-graduada em Docência do Ensino Superior, Danuza se candidatou a vereadora em 2008, pela primeira vez, não sendo eleita, ficando na primeira suplência.
Já em 2012 foi eleita sendo a vereadora mais votada do pleito, e reeleita para o cargo em 2016. Em ambos os mandatos, das nove cadeiras do legislativo, apenas uma foi ocupada por mulher. Anteriormente a ela, quatro mulheres já haviam sido eleitas como vereadoras em Matos Costa.
Ela venceu a disputa para o cargo na Mesa Diretora para o biênio 2017-2018, com maioria absoluta dos votos, sendo a segunda mulher a ocupar a presidência, a primeira foi Izaura Madalena de Moraes, no mandato 2003/2004.
Danuza ingressou na carreira política por influência do pai, o senhor Dorival Rodrigues, que inclusive já foi vice-prefeito e vereador de Matos Costa. Também busca inspiração não ações de sua mãe Alcioni, que hoje aposentada, já foi servidora pública na área da saúde.
Ela defende maior participação da mulher na política.
Enquanto vereadora, já atuou em prol da segurança pública, da agricultura, apoio às associações e ao esporte. Em 2013, assumiu a coordenação da Câmara de Vereadores Mirins, com o intuito de aproximar a escola do legislativo. Cita ainda a modernização da câmara com a implantação das transmissões das sessões ao vivo, oportunizando que a comunidade tenha conhecimento das ações da Casa de Leis.
Acrescenta ainda a economia do legislativo de R$ 10 mil destinados para a aquisição de equipamentos musicais para a fanfarra e a realização do campeonato de futsal masculino e feminino. Os vereadores instituíram um fundo financeiro especial para futuramente comprarem um terreno, que servirá para abrigar a câmara de vereadores, que hoje está em espaço alugado.
Mulheres na política do Brasil
Dados de 2018, do Inter-Parliamentary Union (* ver baixo), o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar de mulheres. No ranking, a taxa é de aproximadamente dez pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940.
* A União Interparlamentar é uma organização internacional dos parlamentos dos Estados soberanos, cujo objetivo é mediar os contatos multilaterais dos parlamentares.
Mulheres eleitas
Segundo dados do Cadastro Eleitoral, são mais de 77 milhões de eleitoras em todo o Brasil, o que representa 52,5% do total de 147,5 milhões de eleitores. Desse número, apenas 9.204 (31,6%) mulheres concorreram a um cargo eletivo nas Eleições Gerais de 2018. Destas, 290 foram eleitas, um aumento de 52,6% em relação a 2014.
Apesar da desproporção, houve um avanço rumo à igualdade de gênero. Em 2014, foram escolhidas 190 mulheres para assumir os cargos em disputa, o que equivalia a 11,10% do total de 1.711 candidatos eleitos. Já no último pleito, as 290 eleitas correspondiam a 16,20% do universo de 1.790 escolhidos, um crescimento de 5,10% com relação à eleição anterior.
Para a Câmara dos Deputados, em 2018, foram eleitas 77 parlamentares, um aumento de 51% em relação ao último pleito, quando foram escolhidas 51 mulheres para a casa. Já nas assembleias legislativas, foram eleitas 161 representantes, um crescimento de 41,2% em relação a 2014, quando foram escolhidas 114 mulheres para o cargo de deputada estadual.
Ainda na Câmara dos Deputados, a bancada paulista foi a que mais elegeu mulheres: 11, pouco mais que o dobro das candidatas escolhidas por São Paulo em 2014.
O estado do Paraná e o Distrito Federal elegeram cinco mulheres para a Câmara cada, seguidos por Minas Gerais, Piauí, Acre e Santa Catarina, que tiveram quatro candidatas eleitas cada. Os estados do Amazonas, Maranhão e Sergipe não elegeram deputadas federais.
No Senado Federal, sete mulheres foram eleitas – mesmo número de 2010 – e, agora, representam 13% dos parlamentares da casa.