Estado terá maior oferta de recursos e redução de juros

Dos R$ 103 bilhões que serão investidos pelo Banco do Brasil em todo país, cerca de R$ 11,1 bilhões serão aplicados no Paraná, volume recorde, 10% acima do que foi disponibilizado no ano passado

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Atualizado há 4 anos

Safra soja 2020. Fotos:Jaelson Lucas / AEN
Safra soja 2020. Fotos:Jaelson Lucas / AEN

Os agricultores paranaenses podem contar com uma expansão nos recursos de crédito rural do Banco do Brasil para custeio, investimentos e comercialização da safra 2020/21, a juros menores. Dos R$ 103 bilhões que serão investidos pelo banco em todo país, cerca de R$ 11,1 bilhões serão aplicados no Paraná, volume recorde, 10% acima do que foi disponibilizado no ano passado.

O banco incorporou ainda novidades para o seguro rural, ampliando os benefícios para a agricultura familiar, consolidando sua posição como instituição financeira que mais investe no agronegócio brasileiro e paranaense.

Em live promovida nesta quinta-feira (16) pela Superintendência do Banco do Brasil no Paraná, com a participação do secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; e do diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural, Natalino Avance de Souza, foi anunciado o volume de recursos disponíveis para a safra 20/21 e novidades no seguro rural. Mais de 1.700 pessoas participaram da live.

Segundo o gerente de Agronegócio do banco, Alexandre Boechat, mais de R$ 300 milhões em crédito já foram liberados nos primeiros 15 dias deste mês de julho. Em relação à redução dos juros, em todas as linhas, é de aproximadamente 2% em relação à safra anterior, acrescentou.

Para o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Antonio Chiarello, o Paraná sempre foi referência de sustentabilidade envolvendo agricultura de baixo carbono e de agroenergia. “Neste momento tão difícil que estamos passando, o Agro é muito importante para a retomada que o País precisa”, disse. Chiarello garantiu que não faltarão recursos para custeio, investimentos e comercialização da safra e que o foco do banco será nas linhas de preservação e de sustentabilidade.

Ortigara falou da importância da parceria do Banco do Brasil com o agronegócio paranaense, que contribui para os bons resultados alcançados no Estado. O secretário ressaltou que mesmo em meio à pandemia e após a mais terrível estiagem dos últimos 40 anos, nos meses de março e abril, o agronegócio paranaense cresce de forma consistente, devendo aumentar sua participação de 34% para próximo de 36% no Produto Interno Bruto do Estado.

“Temos a disposição de ampliar a parceria do Estado com o Banco do Brasil e outros agentes financeiros para atender os produtores e alcançar uma grande safra em 2020 e 2021”, disse. Para Ortigara, com oferta maior de recursos, os produtores respondem com mais tecnologia, resultando em safras maiores.

“O Paraná é um Estado que responde aos estímulos e apresenta resultados animadores do agronegócio”, afirmou. Segundo ele, este ano será a segunda maior safra da história, com expectativa de colher 40,9 milhões de toneladas, perdendo apenas para a safra 2016/17. Trata-se de um volume grande, cerca de 5 milhões de toneladas de grãos a mais do que no ano passado e está sendo comercializada com preços bons para quase todos os produtos, resultado da valorização do câmbio e por isso um ritmo maior de escoamento, disse o secretário.

Além dos grãos, o Paraná responde de forma favorável também na produção de proteínas, enfatizou Ortigara. Segundo ele, o setor enfrenta problemas sérios com a pandemia, com cerca de 90 mil a 100 mil trabalhadores com dificuldades de operação nos frigoríficos, mas ainda assim crescem as exportações de frango, de suínos e o Estado se consolida como líder nacional na produção de peixe cultivado.

Ortigara abordou ainda cenários favoráveis do setor agroflorestal, que tem no Paraná uma das cadeias produtivas mais organizadas, responsável pela exportação de um tipo de celulose que antes o Brasil gastava muito para importar. Falou dos bons desempenhos dos setores da fruticultura, olericultura, apesar da estiagem, da produção de mandioca e de leite, onde o Estado se consolida como maior produtor com uma produção anual de 4,5 bilhões de litros.

A expectativa do Valor Bruto da Produção (VBP), salientou Ortigara, é que este ano ele alcance a marca de R$ 100 bilhões em faturamento bruto, cerca de R$ 5 bilhões a mais do que o faturamento anterior. “Isso mostra o potencial que tem o Paraná de responder às linhas de crédito proporcionadas pelas instituições financeiras e por isso é importante atender cada vez mais as necessidades dos agricultores paranaenses de forma qualificada”, ressaltou Ortigara.

SEGURO RURAL – Luiz Antônio Digiovanni, consultor da área de Seguros do Banco do Brasil, anunciou a ampliação da cobertura do seguro rural que nesta safra deve contar com recursos de R$ 1,3 bilhão para todo o País.

Para a agricultura familiar, que até o ano passado contou com a proteção do programa do governo federal Proagro Mais, agora passa a contar também com mais benefícios no Banco do Brasil. Segundo ele, para as lavouras de soja e milho estão sendo disponibilizados R$ 40 milhões para um projeto-piloto em que os produtores vão pagar 10% do valor do prêmio e os 90% restantes serão incorporados à linha de crédito que está sendo contratada.

Essa modalidade será oferecida nas operações de crédito rural acima de R$ 30 mil. Segundo Digiovanni, o Ministério da Agricultura vai subvencionar até 55% do valor do prêmio para a agricultura familiar neste projeto-piloto. Ele salientou que o processo será ágil e dispensa custos para os agricultores familiares.

Outra novidade será também um projeto-piloto para a proteção da produção pecuária, para a recria e engorda de animais. Os produtores contarão com cobertura adicional para pastagens em caso de seca e também para complementar a alimentação do rebanho.

Esse projeto-piloto será oferecido em 30 agências no País, das quais 5 estão no Paraná.