Em quatro meses o desemprego teve alta de quase 30% no Brasil, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no dia 23. Eles se referem aos meses de maio, junho, julho e agosto, mês em que o país passou dos 12,9 milhões de desempregados, quase três milhões a mais que o registrado no começo de maio. Com isso, a informalidade voltou a ter alta após dois meses seguidos em queda.
Já a população ocupada no mercado de trabalho foi estimada em 82,1 milhões de pessoas. Em maio, eram 84,4 milhões. Houve novamente mais demissões. Com isso, a taxa de desocupação média ficou em 13,6%, a maior no acumulado mensal desde então.
Entre as cinco regiões do País, as maiores estão no Nordeste (15,7%), no Norte (14,2%) e no Sudeste (14,0%). Já as regiões Centro-Oeste (12,2%) e Sul (10,0%) ficaram abaixo da média nacional. A Região Sul foi a única a apresentar queda da população desempregada na passagem de julho para agosto e que a taxa de desocupação entre as mulheres foi maior que a dos homens.
Vale do Iguaçu e região
Na contramão dos dados brasileiros, conforme informações disponibilizadas no site do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), União da Vitoria e Porto União dão sinais de recuperação no cenário de emprego.
Os setores de Comércio e de Indústria são os que mais vêm contratando e mesmo no auge da pandemia, não deixaram de contratar, ainda que em menor escala.
Em julho, em Porto União, o Comércio ocupou o primeiro lugar nas contratações, com 117 trabalhadores admitidos. A indústria ficou em segundo, com 90.
Do lado paranaense dos trilhos, realidade um pouco diferente, com 210 trabalhadores recrutados para a Indústria e 125 no Comércio.
Serviços, Agropecuária e Construção, áreas apontadas no Caged, também contrataram no Vale do Iguaçu, mas menos. Entre janeiro e julho deste ano, foram 410 admissões em Porto União. O setor de Serviços foi o mais abrangente, admitindo 293 pessoas entre os meses de janeiro a julho. A Construção apareceu com 99 novos trabalhadores no mercado e Agropecuária, com 18.
Em União da Vitória, 722 empregos foram gerados nas três áreas neste primeiro semestre, sendo 79 na Agropecuária, 567 em Serviços e 76 na Construção.
No entanto, ao mesmo tempo em que contrataram, os setores também demitiram. Somando os valores das três áreas, os desligamentos totalizam 796 em União da Vitória e 369 em Porto União.
Em Bituruna, o número de contratações e de demissões nos primeiros seis meses de 2020, quase empatam: 791 contra 734. Cruz Machado também se equipara, com 162 admissões e 152 desligamentos. Em General Carneiro, foram 668 novas contratações e 629 demissões. Houve mais desligamentos do que contratações em Porto Vitória: 77 contra 78.
Efeito idêntico às cidades de Antônio Olinto, que admitiu de janeiro a julho 112 pessoas e desligou, 143, e Paulo Frontin, com 78 admissões contra 102 desligamentos. Em Paula Freitas, 147 foram desligados e 175, contratados. São Mateus contratou 2.372 pessoas e demitiu 2.012. Estas cidades, incluindo também União da Vitória, compõe a Associação dos Municípios Sul Paranaense (Amsulpar).
Do lado catarinense, a pequena Bela Vista do Toldo contratou 32 e demitiu 23. Canoinhas recebeu novos 2.928 trabalhadores e desligou 2.615. Em Irineópolis, foram 162 admissões contra 140 demissões. Mafra demitiu mais do que contratou: 3.644 contra 2.944. Monte Castelo contratou 258 e desligou 177 trabalhadores. Mil e três admissões contra 861 demissões foi o que registrou neste período a cidade de Itaiópolis.
Desigualdade em Major Vieira, com 147 admissões e 153 demissões. Papanduva também demitiu mais do que contratou: 868 contra 898. Fechando a região da Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense (Amplanorte), Três Barras admitiu 1.741 pessoas e desligou, 1.479.
Em União da Vitória
Com base em dados de janeiro de 2016 a dezembro de 2019, União da Vitória apresentou o maior índice de demissões no segundo semestre de 2016, com saldo de 140 desligamentos. O segundo maior saldo negativo aconteceu nos últimos seis meses de 2018, com 98 demissões.
Em contrapartida, o primeiro semestre de 2018 apresentou saldo positivo de 320 contratações, seguido pelos primeiros seis meses de 2016, quando 197 pessoas ingressaram no mercado de trabalho local.
A produção de bens e serviços industriais apresentou os dados mais expressivos, com 159 admissões e 108 demissões, ou seja, com saldo positivo em de 51 contratações no período.
Em Porto União
O segundo semestre de 2019 foi o mais positivo para o município de Porto União na geração e manutenção de postos de trabalho. O saldo foi de 169, sendo 1278 contratações e 1109 demissões.
Já o segundo semestre de 2016 o saldo foi negativo em 101 vagas. Foram 836 admissões e 986 demissões.
Da mesma forma que União da Vitória, o setor de produção de bens e serviços industriais liderou o ranking de novos empregados e demissões no período. Foram 105 admissões e 64 demissões, com saldo de 41 vagas.
Paraná
Com 17.061 postos de trabalho em agosto, o Estado do Paraná atingiu o terceiro mês consecutivo com saldo positivo na criação de empregos com carteira assinada. O dado representa aumento de 93% em relação a julho, quando apresentou 8.833 vagas.
O setor da indústria de transformação, com 6.993 empregos foi o que mais se destacou na geração de postos de trabalho, seguido pelo comércio (3.914), serviços (2.843), construção civil (2.678), agricultura (493) e indústrias de utilidade pública (140).
Santa Catarina
Já Santa Catarina apresentou o melhor saldo do Sul do país, com saldo positivo de 18.375 vagas no mês passado. O dado é furto de 86.657 admissões e 68.282 demissões.
O melhor desempenho, com 11.414 novas vagas foi o da indústria, seguido por serviços (3.609), o comércio (2.048), a construção civil (1.295) e a agropecuária (9).
Brasil
Em agosto foram geradas 249.388 vagas de emprego no Brasil, resultando no segundo mês consecutivo de crescimento. Em julho foram criados mais de 131 mil novos postos de trabalho.
O setor econômico da indústria liderou a geração de empregos com saldo positivo de 92.893 vagas, seguido por construção civil com 50.489, comércio (49.408), Serviços (45.412) e agropecuária (11.213).