Depois de divulgado o anúncio da Associação Amigos do Trem (AAT) de que não irá recorrer da decisão judicial favorável à prefeitura de União da Vitória, a pergunta que se faz é óbvia: o que será feito com a Locomotiva 310, chamada de Maria Fumaça? A presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo de União da Vitória (Codetur), Eliane Aparecida da Rocha Silveira, disse que o Codetur trabalha com a expectativa de ter a Maria Fumaça como carro chefe do turismo em União da Vitória desde 2010. “Ela (a locomotiva) é peça fundamental para o desenvolvimento do turismo em União da Vitória”, defendeu.
De acordo com a presidente do conselho, os prejuízos são amargados desde 2010, quando foi lançado um folder pelo Codetur, onde a locomotiva era exibida com informações de passeios regulares para turistas. De lá para cá as coisas começaram a dar errado. Os passeios foram esporádicos e, com o tempo, cada vez mais raros. “Os turistas aproveitavam os feriados prolongados ou as férias de verão e inverno para conhecer uma das poucas locomotivas em funcionamento no Brasil. Quando chegavam, esses passeios não aconteciam”, explicou.
Secretário de Turismo
O responsável pelo setor de Turismo de União da Vitória, Antonio Oscar Nhoatto, disse que a decisão sobre o que será feito com a Maria Fumaça não é sua, mas do Conselho de Desenvolvimento Turístico de União da Vitória (Codetur). “Primeiro será preciso reformar a locomotiva. Um engenheiro de caldeiras será contratado para fazer uma avaliação da atual situação da máquina”. Depois de devidamente reformada o Codetur vai trabalhar para colocar a locomotiva no topo das atrações turísticas e União da Vitória.
Nhoatto afirmou que o prefeito Pedro Ivo Ilkiv protocolou em Brasília um projeto para a reforma das mini-estações ferroviárias de União da Vitória e Porto União. “Como secretário de Turismo de União da Vitória, quero ver a Maria Fumaça, o mais breve possível, indo até Engenheiro Mello ou ao KM 13”. Se as estações estiverem funcionando dá para fazer um roteiro fantástico”, concluiu entusiasmado.
Decisão judicial
Em decisão divulgada no dia 5 de junho, por unanimidade de votos foi negado pelos integrantes da Quinta Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, o apelo da Associação Amigos do Trem (AAT), a respeito da rescisão do convênio de exploração turística da Locomotiva 310, conhecida como Maria Fumaça, entre ela e prefeitura de União da Vitória. Segundo a Quinta Vara Civil, a AAT não cumpriu o compromisso assumido, que era a manutenção, recuperação e operacionalização da Locomotiva. Dessa forma, a justiça se posicionou de que não houve cumprimento da primeira cláusula do convênio, que constituía o compromisso com todos esses requisitos.
A decisão tem como base o depoimento de testemunhas “que comprovaram que a Locomotiva 310 poderia operar, o que não estava ocorrendo, e que não estava existindo a devida manutenção”. Lembrando que a máquina está parada desde o ano de 2011. A rescisão do acordo número 86/2005 entre prefeitura e AAT, de acordo com a justiça, estava prevista e fundamentada na cláusula quinta do convênio. A justiça destacou que a notificação da rescisão respeitou o prazo de 30 (trinta) dias e foi pautada pela Lei 3280/2005, no qual o convênio poderia ser rescindido a qualquer momento. A AAT ainda tem o direito de recorrer da decisão ao Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília. Caso não recorra, a “Maria Fumaça” será devolvida à prefeitura de União da Vitória.