Trinta anos depois da catástrofe de 1983, a tecnologia e a informação são aliadas da população em tempos de cheia do Rio Iguaçu. O monitoramento hidrológico, ou seja, o nível do rio, a previsão do tempo, com atualização em tempo real pela internet e a modernização do atendimento da Defesa Civil, deixaram para trás, os “achismos” dos pseudo entendidos de enchente. Na enchente que está acontecendo, a Usina de Foz do Areia é monitorada 24 horas por dia. É fato que a cota de operação praticada pela Usina não afeta em nada o nível do rio aqui em União da Vitória.
A Defesa civil respeita as informações que recebe da Copel e do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) e projeta os picos mínimo e máximo da elevação do nível. A situação é tranquila com esse método de trabalho, que as mudanças das casas em iminente possibilidade de alagamento são avisadas e, se for o caso, as mudanças são feitas de dia sem afobação.
Bairros atingidos
Bairros como o Cidade Jardim, em São Cristóvão, São Bernardo, Rocio, São Basílio, Ponte Nova e Navegantes, em União da Vitória, são os mais atingidos pela cheia. Em Porto União a parte baixa do Bairro Santa Rosa concentra o maior número de casas atendidas. Os moradores das casas atingidas reclamaram à reportagem que caminhões e caminhonetes passam nas ruas alagadas e as marolas entram nas casas provocando danos aos piso e paredes. Muita gente não quis sair de casa e fazem o caminho até as partes não atingidas de bote ou de bicicleta. “A esperança é que pare de chover e baixe logo o rio”, disse seu Antônio, que reclamou do trânsito de veículos pesados nas áreas alagadas da Rua Padre Saporiti, no São Basílio.
Os moradores das áreas atingidas estão improvisando barricadas para impedir o trânsito de veículos nas ruas atingidas. Na Rua Padre Saporiti os moradores colocaram até um sofá e algumas pedras para tentar conter os motoristas. O departamento de Obras de União da Vitória colocou cones de sinalização e cavaletes sugerindo desvios em todos os bairros atendidos, em especial no São Bernardo e no São Basílio.
Poluição
A reportagem de O Comércio percorreu várias ruas alagadas e encontrou muito lixo reciclável, como garrafas PET, papelões, plástico e pneus velhos. No distrito de São Cristóvão, no alagado do Rio Vermelho, próximo à Ponte Domício Scaramella, a situação é bem pior. Espumas de colchões, tubos de TV, galões e gasolina, poltronas e até caixas de isopor foram encontradas. Tudo isso complica ainda mais a situação das cheias e contribui para os constantes alagamentos.
Cachorros abandonados
Quem sofre são os cachorros que são esquecidos pelas mudanças de emergências. A situação é ruim nas duas cidades, mas é bem pior em São Cristóvão e no Ponte Nova, em União da Vitória, e no Bairro Santa Rosa em Porto União. A coordenadoria de Defesa Animal de União da Vitória está trabalhando em regime de plantão, 24 horas por dia, e tenta localizar os donos dos cães que ficaram para trás.
Nível do Rio
De acordo com a última atualização do Monitoramento Hidrográfico do Rio Iguaçu às 17 horas o nível estava em 6,65 centímetros.