No Brasil, os problemas com drogas são cada vez mais recorrentes. De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um em cada 95 brasileiros já teria tido problemas com o crack. O levantamento aponta que o país também é o maior consumidor da droga no mundo.
A situação do crack não é diferente no Paraná. Em cidades do interior, a população vem sofrendo com o aumento de dependentes. Para amenizar essa situação, o governo federal está investindo recursos em programas que visam melhorar a vida dos dependentes, de suas famílias bem como de toda a população que convive com as adversidades do crack como, por exemplo, a violência.
Devido à falta de infraestrutura e profissionais capacitados no atendimento a estas pessoas no país, em 2011, o governo federal lançou o programa “Crack, é Possível Vencer”. Os pilares do programa são firmados na prevenção (educação, informação e capacitação), cuidado (aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários) e autoridade (enfrentamento ao tráfico de drogas e às organizações criminosas). O Paraná aderiu ao programa em julho do ano passado recebendo repasses de R$ 102 milhões.
Para o deputado estadual Enio Verri (PT), o governo federal tem encarado este problema como uma questão de saúde pública. “Por isso, cada vez mais recursos estão sendo destinados para aumentar a infraestrutura e oportunidades de tratamento em todo o Brasil e o Paraná está sendo beneficiado também”, diz. “O dinheiro federal vai resultar em mais possibilidades de tratamento a estas pessoas, fazendo uma diferença enorme na vida de muitas famílias que não têm possibilidade de buscar tratamentos para os dependentes”, completa Verri.
Investimentos no interior
Neste ano no Paraná, cinco municípios aderiram ao programa “Crack, é Possível Vencer”. Ao todo serão repassados a estes municípios R$ 52,3 milhões até 2014 para implantar e fortalecer os serviços de saúde, assistência social e segurança pública, voltadas ao tratamento de usuários de crack e ao enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas em Londrina (R$ 9,3 mi), Foz do Iguaçu (R$ 8 mi), Ponta Grossa (R$ 6,3 mi), Maringá (R$ 5,3 mi) e Cascavel (R$ 4,9 mi).
O setor de saúde receberá R$ 33,8 milhões deste valor. Entre os projetos a serem realizados com os recursos estão consultórios de rua, unidades de acolhimento para crianças e adultos e 338 leitos em enfermarias, unidades de acolhimento e Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Droga (CAPs).
Segurança
Para garantir a segurança das cidades no combate ao crack, cerca de R$ 12 milhões estão previstos para capacitar profissionais no Paraná, para a aquisição de seis bases móveis, 120 câmeras de videomonitoramento, 12 viaturas, 12 motocicletas, 300 pistolas de condutividade elétrica e 900 sprays de pimenta. Os repasses serão feitos por meio da Secretaria Nacional de Justiça.
Cidades paranaenses serão beneficiadas com 29 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), dez Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), cinco Centros para População em Situação de Rua e 450 vagas em abrigos.