A obtenção de acesso a informações privilegiadas do Palácio do Planalto, fez com que um grupo de youtubers bolsonaristas passasse a faturar mais de R$ 100 mil por mês. Os youtubers associados ao chamado “gabinete do ódio” tinham ligações com integrantes da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
É o que apontam documentos do inquérito da Polícia Federal (PF) que apura os protestos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, e divulgados nesta sexta-feira, pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Tércio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência da República é apontado nas investigações como elo entre o governo e os youtubers, no inquérito dos atos antidemocráticos.
Tomaz disse em depoimento a Polícia Federal que “discute questões do governo” enviando vídeos do presidente em um grupo de WhatsApp.
Ajudante de ordens, o coronel Mauro Cesar Barbosa Cid é apontado como um representante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre.
Um levantamento do jornal O Estado de S. Paulo apontou que aumentou de forma significativa o número de inscritos de onze canais que estão sob investigação. Entre 1º de março e 30 de junho, de 6,7 milhões passaram para 8,5 milhões.
O aumento foi justamente no período em que aconteceram os protestos antidemocráticos, com a circulação de inúmeros vídeos com teor apelativo na internet.
Segundo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, um dos canais o ‘Foco do Brasil’ se passou por uma emissora de televisão para ter acesso a imagens de Bolsonaro e de eventos oficiais gerados pelo satélite Amazonas 3.
O acesso a esse conteúdo teria acontecido com o apoio de um funcionário da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
A EBC informou que os conteúdos gerados pelo Satélite Amazonas 3 está disponível para os veículos de imprensa de forma aberta, porém, não repassou os canais do Youtube que utilizam o satélite. (M1).