A grama verde, a distância da cidade, ar puro, calmaria. Estas são algumas das características encontradas na sede da Comunidade Terapêutica Hermon, de Porto União, um local destinado ao tratamento de alcoolistas e outras dependências químicas.
A comunidade já existe há 10 anos e por lá já passaram 360 internos, moradores da região ou não.
A Hermon atende pacientes através de convênios com as prefeituras de União da Vitória e Porto União, Ministério da Justiça e particulares. São 30 vagas disponibilizadas para esses convênios.
Mas para que o tratamento tenha início o paciente precisa querer se tratar. “O nosso tratamento é voluntario, ou seja, o paciente precisa ter a vontade de realizar o tratamento”, explica Caroline da Silva Carneiro, coordenadora da entidade.
Tratamento
Para mostrar para os dependentes um mundo diferente, a entidade conta com aulas de violão, pintura, fisioterapia, yoga, acupuntura e educação. Os internos participam de um tratamento movido pela rotina e muita disciplina. “Queremos que eles resgatem o convívio com os familiares, que consigam ficar sem a dependência e, acima de tudo, que sejam reinseridos na sociedade”, destaca Carneiro.
O tratamento é feito através de grupos de apoio e de resistência integral ao vício. O tempo mínimo de permanecia na casa é de quatro meses e máximo de um ano.
Além disso, os internos são responsáveis pela manutenção da casa. “Vivemos em comunidade, a comunidade é nossa, por isso precisamos fazer a manutenção do local”, explicou Caroline.
A cada 15 dias, no domingo, os familiares dos internos podem ir até a instituição. Até mesmo um local para fazer um churrasco a entidade oferece. Os familiares se reúnem e também recebem orientações das equipes de apoio. “Cada dependente envolve seis pessoas, a família torna-se co-depentende, por isso a importância das orientações”, comenta.
Segundo o diretor da casa a comunidade é um dos braços da Fundação Hermon de Florianópolis que é mantida através de doações de integrantes da maçonaria. “Recebemos também com muito carinho, doações de União da Vitória e Porto União e agradecemos sempre a boa vontade desses voluntários”, destaca Pedro Bom.
Ele conta que a cada final de mês é a mesma situação para conseguir fechar as contas em dias. “Não é fácil, mas sempre damos um jeito”.
As hortaliças e as galinhas
Os internos também são responsáveis pelo cultivo de hortaliças em estufa. E por criar galinhas. “O ovo também é fonte de proteína e pode substituir a carne”, comenta Bom.
Pelo espaço físico, a criação de outros animais também seria possível. Mas, segundo Bom, as criações de animas de grande porte, por exemplo, podem envolver a utilização de produtos químicos, o que não se enquadra ao tratamento oferecido na comunidade.
Serviço
Comunidade Terapêutica Hermon
BR-280, Km 5 – Pintado, interior de Porto União
Telefone: (42) 3522-7223
Fotos Bruna Kobus/Jornal O Comércio