Indústria, Comércio e Turismo, em busca da diversificação

Setor tenta se livrar da estagnação da indústria madeireira

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Atualizado há 11 anos

Se no século vinte, União da Vitória se orgulhava de ser a capital da madeira, com forte atividade primária (leia-se extrativista). Hoje luta para consolidar a diversificação. Contudo os dois municípios limítrofes ainda precisam responder uma pergunta: é melhor ser especialista em uma atividade industrial ou tentar ser competitivo em vários setores?

Em União da Vitória grandes empresas como Irmãos Fernandes, Thomazzi, Salectas, MEC, Bordin, foram símbolos da riqueza extrativista. Empresas familiares que sucumbiram às transformações da indústria moderna. Outras ainda sobrevivem diversificando a linha de produção, como a Madeireira Miguel Forte e Dissenha. Se as madeireiras se foram, quem afinal gera empregos em União da Vitória? A indústria passou no início dos anos 2000 para a segunda posição como setor mais relevante para a economia da cidade. O setor terciário atualmente é o maior gerador de todo o PIB municipal.

O município está imprimindo um ritmo forte para instalação de novas empresas ou ampliação das já existentes. O secretário de Indústria Comércio e Turismo, Antonio Oscar Nhoatto destaca a Lei de Incentivos do município. A Secretaria oferece aos empresários, de acordo com a Lei N.° 3022/2002, estímulos e benefícios que são estendidos aos projetos e empreendimentos que sejam de interesse do município.

Desta forma o empresário poderá receber os seguintes benefícios: Tributários; I – isenção da Taxa de Licença para execução da obra, II – isenção da Taxa de Licença para localização do Estabelecimento, bem como sua renovação anual. III – Isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). IV – Isenção do ITBI – Imposto sobre transmissão de bens imóveis incidentes sobre a compra do imóvel pela indústria e destinado a sua instalação, quando adquirido de terceiro.

Estes benefícios de isenção tem duração de dez anos. Após este tempo o empresário poderá requerer ao município, através de processo administrativo, a escritura definitiva do terreno, desde que tenha atendido a todos os quesitos que são obrigatórios para o benefício”, explica o secretário. Nhoatto afirma ainda que existem também outros serviços que a Secretaria oferece, sendo um centro de atendimento ao empresário e suas solicitações, encaminhando os pedidos às secretarias competentes.

Mas e a madeira?

A economia dos municípios de Porto União e União da Vitória, conhecidas como Gêmeas do Iguaçu, é diversificada, mas na região encontram-se 30% da produção nacional de esquadrias de madeira. A região também produz laminados, compensados, papel, casas pré-fabricadas e outros derivados da madeira, representando 80% do PIB regional. Com o objetivo de aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e ampliar a competitividade no mercado das empresas do setor de esquadrias de madeira, foi criado há aproximadamente cinco anos o Núcleo de Esquadrias de Madeira de União da Vitória (PR) e Porto União (SC), com apoio das Associações Comerciais e do Sebrae das duas cidades.

Atualmente 47 empresas fazem parte deste núcleo, que em conjunto participam de feiras, congressos, missões técnicas, treinamentos e palestras específicas ao segmento madeireiro, além de desenvolverem parcerias com fornecedores e negociações em outros estados. Em Porto União a atividade madeireira se sobressai. São 43 estabelecimentos envolvidos, com mais de 1220 postos de trabalho.

Videplast
Videplast (Bruna Kobus/Jornal O Comércio)

A In Brasil e a Videplast são dois dos melhore exemplos da diversificação da atividade Industrial em União da vitória. A empresa Videplast está investindo em uma nova unidade de produção em União da Vitória. A empresa comprou a infraestrutura onde estava instalada a antiga empresa Cepevil para instalar sua linha de produção, que vai gerar 400 novos postos de trabalho. Outra empresa de produtos plásticos está ampliando suas instalações. Trata-se da In Brasil, que está ampliando sua estrutura, ao lado da atual sede no Bairro São Gabriel e nas proximidades. Os dois locais vão empregar mais 120 funcionários, além de gerar receitas para o município.

nova area industrial (3)
Terraplanagem da Área Industrial (Assessoria)

Porto União está se aproximando da capacidade limite da sua bem estruturada Área Industrial. O prefeito Anízio de Souza estuda com técnicos do município a escolha de um bom lugar para a construção de novas áreas que serão disponibilizadas às empresas que desejam se instalar no município. Já o prefeito Pedro Ivo Ilkiv tem uma realidade diferente: União da Vitória não tem uma grande Área Industrial, mas várias pequenas. A maior, recentemente viabilizada, é a Área Industrial do Posto Cacique.

Os desafios aumentam à medida que a maioria dos conjuntos de habitação popular (para trabalhadores) fica no Distrito de São Cristóvão. O pensamento é criar uma nova área entre o Distrito de São Cristóvão e o município de Paula Freitas. A diversificação não fica só no plástico. Os dois municípios trabalham com a expectativa de empresas que vão do envasamento de bebidas a produção de chicotes elétricos para carros, com a percepção de que é melhor atrair várias empresas pequenas do que sonhar com uma grande empresa ou uma multinacional, que pode nunca aparecer por aqui.