As Câmara de Vereadores de Porto União e União da Vitória retomarão na próxima semana, as atividades em plenário com o início dos trabalhos legislativos para 2021. Em razão da pandemia do coronavírus, os funcionários e vereadores seguiram com a demanda de trabalho, já em janeiro, porém de maneira remota.
As sessões plenárias em ambas as câmaras serão reservadas, neste primeiro momento, às mesas diretoras; intenção será uma apresentação à sociedade e indicação sobre como será o semestre no Legislativo.
Para comentar a expectativa política para 2021, O Comércio conversou com o presidente da Câmara de Vereadores de União da Vitória, Cordovan Frederico de Melo (PP) e com presidente da Câmara de Vereadores de Porto União, Gildo Masselai (PSDB).
Confira:
“Bolsonaro partiu em defesa da família, dos bons costumes e da moral”
Cordovan Frederico de Melo Neto (PP), comentou sobre o planejamento junto a Casa de Leis para 2021. Ele foi o vereador mais votado no pleito de novembro, e representa a terceira geração de uma família tradicional do Vale do Iguaçu. É filho do professor de educação física, Cordovan Frederico de Melo Filho e neto do professor Cordovan Frederico de Melo, pessoas que fizeram história no campo da educação local e na política, sendo eleitos vereadores em gestões passadas. Na administração passada, Cordovan Neto, ocupou o cargo de secretário Municipal de Esportes.
Segundo ele, a primeira sessão da câmara será realizada no próximo dia 8, às 19 horas, com transmissão em tempo real à comunidade (cmuva.pr.gov.br). Desde o dia 4 de janeiro, os vereadores têm visitado diversas entidades da cidade, com intuito de ouvir as demandas e estabelecer uma proximidade com os eleitores.
“Rapidinhas“
JOC: Ter representatividade política na família tem um peso maior na sua atuação?
Cordovan: Sim. Tenho uma reputação a zelar.
JOC: Câmara de União da Vitória teve renovação de 82%. Como analisa?
Cordovan: Estaremos misturando a experiência com os novatos na política; a pluralidade de opiniões é importante e abrange mais demandas da população.
JOC: Teremos desafios nesse mandato, quais?
Cordovan: Sim, vários. Cito a pandemia, seguido de ajustes no Fundo Previdenciário do Município de União da Vitória.
JOC: Plano diretor, já deverá estar na pauta?
Cordovan: Sim. Já participamos de audiência remota sobre o assunto.
JOC: O senhor tem 38 anos, sugere ser uma referência para os jovens na política?
Cordovan: A política está desmoralizada nacionalmente e é isso que precisamos resgatar.
JOC: O senhor é professor de Ensino Médio. Por que entrou na política?
Cordovan: Trabalho frente as equipes de basquetebol de Porto União e União da Vitória e tenho a certeza que com a educação, o esporte e a cultura, faremos a diferença.
JOC: Cita um projeto em destaque?
Cordovan: (risos) cito três: gabinete itinerante, para aproximar a população da câmara; vereadores mirins para ser levado para dentro das escolas e a implantação do contra turno escolar com atividades esportivas e culturais.
JOC: Como define o cenário político brasileiro hoje.
Cordovan: Bolsonaro conseguiu dar um choque de gestão e de moral no País; estávamos precisando disso. Ele partiu em defesa da família, dos bons costumes e da moral, esquecido na sociedade e que ele conseguiu resgatar.
JOC: Como a Câmara vai abordar a Covid-19?
Cordovan: Sempre em parceria com as autoridades de saúde.
JOC: Como define a política hoje em União da Vitória?
Cordovan: Expectativa de mudança por parte dos vereadores eleitos.
“Tem vereador eleito que nunca entrou em uma Câmara”
Gildo Masselai (PSDB), possui 30 anos de atuação na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Ingressou na política em 2008, sendo o segundo vereador mais votado; foi reeleito em 2012 e em 2016, também como o mais votado em ambos os pleitos. É conhecido por seus colegas de bancada, pelo tom crítico em seus posicionamentos.
As primeiras sessões deste ano em Porto União aconteceram no dia 12 de janeiro, sendo duas extraordinárias, de forma remota, devido a pandemia da Covid-19. Já a 1ª Sessão Ordinária acontece no próximo dia 8, às 19 horas. O público poderá conferir on-line (cmpu.sc.gov.br”.
“Rapidinhas“
JOC: O senhor se considera um político paz e amor?
Gildo: Quando é necessário sim. Mas eu falo a verdade e sou autêntico.
JOC: O senhor se considera o mais crítico entre os colegas de bancada?
Gildo: Olha (risos) cada cabeça é uma sentença. Eu vejo a política como um cidadão que recebeu uma procuração da sociedade para representá-los conforme Lei Orgânica Municipal.
JOC: Câmara atual não possui acessibilidade, o que farão?
Gildo: É um prédio antigo e que não existia – na época – da sua fundação uma lei federal de acessibilidade. Estamos adquirindo um terreno e estruturando o projeto para que, no mínimo esse ano, comece a construção de uma nova Câmara. Não vou dizer que será um prédio moderno e luxuoso; pois não se pode gastar dinheiro público com luxo, porque quem quiser luxo que pague do seu bolso. Prédio público precisar ser funcional.
JOC: Pandemia trouxe dissabores a todos os setores. Como restabelecer?
Gildo: Tenho visto uma certa paranoia por parte da sociedade. Em 2020, Porto União registrou nove óbitos por coronavírus. Acontece que além destes, foram contabilizados – naquele mesmo ano – 250 óbitos, mas em decorrência de outras complicações. Então não é tão alarmante assim. Eu vou ser honesto com você, se eu sou governador do Estado eu não pararia as aulas e não quebraria o País fechando tudo. Hoje quem está salvando o Brasil é o agronegócio.
JOC: Há vereadores que podem dar uma dinâmica diferente à cidade?
Gildo: Sim, porém para ambos os lados; o bom e o ruim. […] mas vamos falar bem a verdade, tem vereador eleito que nunca entrou em uma Câmara, é a realidade do País de modo geral.
JOC: Atual Câmara pretende trabalhar em harmonia com executivo?
Gildo: Sim, pois não espero nada de errado vindo do atual prefeito Eliseu.
JOC: Na sua opinião, os eleitores sabem votar?
Gildo: Pergunta difícil, hein! Mas não. Eles não sabem participar da vida pública para escolher o melhor.