Assim como as empresas de tecnologia continuam a ser as maiores companhias de capital aberto do mundo (como Apple, Amazon e Microsoft), os maiores bilionários do planeta seguem sendo do segmento de tec, sejam focados em hardware (celulares, computadores, carros), sejam em software (serviços em nuvem, algoritmos poderosos).
Na terça-feira 6, a Forbes divulgou a 35ª edição da sua tradicional lista com as pessoas mais ricas do mundo em 2021, totalizando 2.275 bilionários. Entre as 10 primeiras posições, 7 são homens do setor de tecnologia americano, que foram ou são atualmente CEOs dessas companhias gigantes de alcance mundial.
O homem mais rico do mundo é Jeff Bezos, fundador e atual presidente executivo da Amazon, de onde irá abandonar o posto a partir de agosto deste ano para se dedicar a outros projetos. Segundo a Forbes, o patrimônio de Bezos é de US$ 177 bilhões (ante US$ 113 bilhões em 2020) e este é o quarto ano em que o executivo figura no topo da lista.
Em segundo lugar, o presidente da montadora de automóveis elétricos Tesla e da aeronáutica SpaceX, Elon Musk, tem patrimônio avaliado em US$ 151 bilhões, salto imenso em relação a 2020, quando o ranking da Forbes apontava que o CEO era dono de “meros” US$ 24,6 bilhões, na 31.ª posição àquela época. Em janeiro deste ano, por um curto período, Musk tornou-se o homem mais rico do mundo, atingindo patrimônio de US$ 195 bilhões – a posição, no entanto, não se sustentou.
O fundador da Microsoft e filantropo Bill Gates figura no quarto lugar, com US$ 124 bilhões. Gates, apesar de ter aumentado o patrimônio no último ano, perdeu a segunda posição do ranking para o executivo da Tesla.
Mark Zuckerberg, dono do conglomerado com as maiores redes sociais do mundo (Facebook, Instagram e WhatsApp), subiu da 7.ª para a 5.ª posição neste ano: o patrimônio do americano subiu de US$ 54 bilhões para US$ 97 bilhões.
O presidente executivo da Oracle, Larry Ellison, aparece como o 7.º homem mais rico do mundo, com patrimônio de US$ 93 bilhões. Em seguida vêm Larry Page (US$ 91,5 bilhões) e Sergey Brin (US$ 89 bilhões), ex-executivos da Alphabet, a empresa controladora do Google, de onde ambos permanecem como investidores e executivos.
Quem não aparece em destaque é a Apple, maior companhia de capital aberto do mundo e avaliada em quase US$ 2,1 trilhões, não compõe as primeiras posições do ranking.
O presidente executivo da fabricante de iPhones, Tim Cook, estreia no levantamento deste ano com “apenas” US$ 1,3 bilhões, na 2263.ª posição. Já Laurene Powell, viúva do fundador Steve Jobs, aparece na 95.ª posição, com patrimônio de US$ 19 bilhões devido a investimentos na Apple e na Disney que a bilionária herdou do marido.
O presidente global da fintech brasileira Nubank, David Vélez, apareceu pela primeira vez no levantamento nacional da Forbes, que apontou patrimônio de US$ 5,2 bilhões para o colombiano residente no Brasil. Atualmente, o Nubank é avaliado em US$ 25 bilhões, a startup de maior valor do País.
Já André Street e Eduardo de Pontes, executivos do unicórnio Stone, têm patrimônio de US$ 2,5 bilhões e US$ 2,4 bilhões, respectivamente, e estreiam no ranking.
O bilionário Luís Frias, do unicórnio PagSeguro, aparece com US$ 4,6 bilhões.
O principal motivo que fez com que esses executivos aumentassem o patrimônio em um ano de crise mundial afetado pela pandemia de covid-19 é que o isolamento social necessário para combater o novo coronavírus impulsionou a tendência de digitalização, incentivando as pessoas a comprarem computadores e tablets para trabalhar e estudar em casa, a assinarem serviços de streaming para passar o tempo ou a utilizarem mais aplicativos de mensagens.
Como consequência, essas empresas de tecnologia viram o faturamento explodir, elevando o patrimônio dos executivos e investidores.