Sempre com a resposta na ponta da língua e mantendo a atenção com o próximo, Eloy Tonon respondeu em menos de dez segundos:
“Por onde eu ando? (Risos) Estou residindo na cidade vizinha de São Mateus do Sul.
Desde que me aposentei, vim para cá com a minha esposa Maria Helena por conta dos nossos dois filhos, o Mateus e a Maristane, ambos trabalham na Petrobrás. Também porque eles nos deram netas maravilhosas, a Maria Eduarda e a Valentina. Intenção foi ficar perto dos filhos e das netas”.
Eloy Tonon é muito conhecido no Vale do Iguaçu e região. Ele marcou a história na educação e na política, além de contar com inúmeras amizades. É formado em Artes Plásticas pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1979); também em História pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de União da Vitória (1974); com mestrado em História Social pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2000) e doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) 2008.
Foi professor do departamento de História da Unespar, Campus de União da Vitória e chefe do Núcleo Regional de Educação. Sua trajetória foi marcada pelo cargo de vice-diretor da Fafiuv – agora Unespar, entre 1991 a 1994. Também, vereador por quatro mandatos em União da Vitória de 1983 a 2001, sendo dois mandatos como presidente da Câmara. Eloy foi diretor da Fafiuv por dois mandatos, sendo de 2000 a 2008. Também é membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu.
Como docente atuou principalmente nos seguintes temas: imigração, latifúndio e êxodo rural, dinâmicas políticas, conjunturas econômicas e sociais, pioneirismo e movimentos sociais. “
Em minha vida devo quase tudo à União da Vitória. Também fui professor de vários colégios estaduais, cito o Túlio de França, Lauro Muller Soares, Dário Bordin, Melvin Jones e Astholpho Macedo de Souza de União da Vitória. Já em Porto União fui professor no Antônio Gonzaga, Cid Gonzaga e Santos Anjos e professor na Uniuv”, lembra com carinho.
É autor dos livros, “2012 – Centenário do Movimento do Contestado”, “Os Monges do Contestado, Produção de Peixes – Uma Alternativa Econômica Viável”, “Ecos do Contestado – Rebeldia Sertaneja”.
“Sou um gaúcho de Passo Fundo”
Natural do Rio Grande do Sul, Eloy Tonon sente orgulho em falar: “Sou um gaúcho de Passo Fundo”.
Conta ele, que a sua vinda à União da Vitória não aconteceu por acaso.
“Vim no ano de 1971 para estudar no Seminário. Era para eu ser padre. Nesse interim, fiz faculdade de história e foi aí que acabei ingressando no magistério. Devo minha carreira a família maravilhosa que eu tive, cujas características dos meus pais carrego até hoje, como a dedicação profunda ao trabalho e a dedicação religiosa. Devo tudo aos meus pais e a pessoa maravilhosa e inteligente com quem eu me casei que é a professora Maria Helena! ”, conta.
“Meu sítio é o meu reino encantado”
Eloy afirma estar em uma ótima fase na sua vida.
“Estou morando em um sítio, local que eu trabalhei prazerosamente durante 37 anos, com alunos de 5ª a 8ª séries e acadêmicos da faculdade com atividade a campo. Hoje, sou eu quem está na atividade agrícola. Estou criando galinhas caipiras, peixe, cavalo e cultivando erva-mate. Meu sítio é o meu reino encantado”.
Como posso esquecer União da Vitória e Porto União?
O Vale do Iguaçu nunca saiu do coração do professor Eloy.
“Esporadicamente visito às cidades, meus compadres e meu irmão. Mas aqui, no sítio, eu tenho muito trabalho. Apesar da minha idade avançada (risos), ainda estou em forma e trabalhando com muita dedicação. Como que posso esquecer União da Vitória e Porto União? As cidades têm o povo que sempre me prestigiou e que me deram muitas alegrias”, diz.
Ping pong
JOC: União da Vitória e Porto União lembram…
Eloy: Saudade.
JOC: O que mais lhe marcou por aqui?
Eloy: As pessoas. Lembro delas todo o dia.
JOC: O que diria a elas?
Eloy: Que eu agradeço a Deus por ter colocado essas pessoas maravilhosas na minha vida e elas estão aí, em União da Vitória e Porto União.
JOC: O que mais lhe marcou profissionalmente?
Eloy: Em especial, cito dois locais de trabalho: o Lauro Muller Soares de União da Vitória, onde fui professor de técnicas agrícolas para a 5ª e a 8ª série. Lá, tivemos experiência com a horta e na comercialização de verduras. Também a Fafiuv, agora Unespar, representa a minha vida. Quando eu assumi a Instituição, ela contava com 900 acadêmicos; já quando deixei a Instituição tínhamos 1.600 alunos. Durante a minha gestão tudo foi feito em um trabalho conjunto com a comunidade.