João Maria não morreu

Peça marca reabertura do parque e resgata história dos monges que passaram pela região

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Atualizado há 11 anos

Por Mariana Honesko

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Luis Antônio de Oliveira interpretou o monge João Maria: resgate dos passos do profeta (Fotos Mariana Honesko/Jornal O Comércio)

No meio da vegetação densa e dos feixes de luz produzidos pelas tochas de fogo, caboclos e mulheres surgem. O grupo segue a voz tranquila mas imperativa do monge João Maria. Cultuado como profeta e fundamental para a história do Contestado, a figura lendária é uma das atrações mais envolventes do conflito que completou cem anos em outubro. Tudo isso e uma pitada de saudosismo marcaram a encenação do Auto de São João Maria. A peça, escrita pelo diretor de Cultura de Porto União, Ari Passos, é, na verdade uma releitura. “Fizemos essa peça na inauguração do Parque João Maria”, lembra Passos.

Em junho de 2006, mesmo embaixo de chuva, a peça rendeu aplausos e consagrou o endereço como um dos atrativos mais visitados. Na noite desta quinta-feira, o tempo colaborou: dessa vez, apenas o vento esteve presente. “A peça conta a história do monge. Eram três mas para as pessoas ele era apenas um”, sorri Passos.

Cerca de 30 atores – pacientes do Caps, membros da Terceira Idade e do Grupo Escoteiro Iguaçu – participaram da encenação, inclusive Passos, que dirigiu e interpretou um dos caboclos. O destaque, como não poderia ser diferente, ficou para Luis Antônio de Oliveira, funcionário da prefeitura que viveu o monge. “Gostei muito. Tivemos poucos ensaios e acabou tudo dando certo”, comemora o diretor de Cultura. Além de marcar a reabertura do Parque, a encenação lembrou o conflito, que em outubro completou seu centenário.

Parque João Maria está aberto

O local, que ficou fechado para visitação está novamente aberto. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, o local recebeu melhorias na estrutura de madeira. Todo o assoalho foi substituto por passarelas de imbuia. O material é fruto de doação do Ibama.