Moedas globais: dólar opera em baixa ante rivais, com atenções para Fed

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Atualizado há 3 anos

O dólar operou em baixa ante a maioria das moedas rivais nesta quarta, 15, em uma sessão que contou com grande volatilidade, com as atenções voltadas ao Federal Reserve (Fed). A decisão da autoridade de dobrar a velocidade da retirada de estímulos e sugerir três aumento de juros em 2022, chegou a impulsionar a moeda americana. No entanto, na entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, a percepção de uma postura mais acomodatícia pressionou o dólar. Nos próximos dias, uma série de decisões de outros bancos centrais deve estabelecer o movimento de outras moedas.

O índice DXY, que mede a divisa americana frente seis moedas competitivas, fechou em queda de 0,06%, a 96,511 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,1288, a libra tinha alta de US$ 1,3257, e o dólar caia a 114,01 ienes.

A aceleração pelo Fed do processo conhecido como “tapering” teve seu ritmo dobrado para US$ 30 bilhões por mês, algo que já havia sido antecipado por parte dos analistas. A nova cifra faria com que o BC terminasse com o seu programa de estímulos adotado durante a pandemia em março de 2022. Por sua vez, o movimento aliado a novas projeções econômicas foi mais do que o previsto, indica a Capital Economics, o que deu apoio ao dólar após a decisão. A consultoria elevou sua expectativa de elevação da taxa básica de juros, de duas para três em 2022, seguida de quatro aumentos em 2023. “Um ritmo de aperto (monetário) levemente mais rápido do que as autoridades do Fed estabeleceram hoje”, aponta.

Por sua vez, Powell afirmou que “há a mediana de 3 altas de juros no próximo ano, mas que pode mudar se o ritmo do nível de atividade enfraquecer”. Ainda segundo ele, a autoridade monetária precisa avaliar os efeitos da variante ômicron do coronavírus na economia dos EUA, pois “não estão claros os seus efeitos sobre a oferta e demanda”. O tom mais cauteloso sobre uma potencial prorrogação de estímulos acabou pressionando o dólar, e elevando a busca por ativos de risco.

Amanhã, as atenções se voltam para as decisões das autoridades monetárias do Reino Unido e da zona do euro. No caso do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), apesar das pressões nos preços, o comitê evitará subir os juros, segundo a Capital Economics. A consultoria prevê que o BC britânico irá aguardar por mais detalhes do impacto econômico provocado pela ômicron antes de apertar sua política monetária. Outra decisão é do banco central da Turquia, antecedida hoje por mais uma forte desvalorização da lira, com o dólar operando a 14,7884 liras no fim da tarde. A potencial intervenção do executivo na política monetária segue sendo observada.