O presidente Jair Bolsonaro subiu o tom, na segunda-feira, 13, contra o uso de máscaras. A medida é recomendada por autoridades sanitárias como forma de conter as infecções por coronavírus. “Aqui é proibido usar máscara”, disse o presidente em vídeo gravado com cantores de forró, no Palácio do Planalto.
O encontro foi divulgado nas redes sociais do presidente e ocorreu antes de uma cerimônia para celebrar o “Dia do Forró”, em homenagem ao aniversário do sanfoneiro Luiz Gonzaga. Os ministros Gilson Machado (Turismo), Marcelo Queiroga (Saúde), Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), todos do Nordeste, e também o titular da Defesa, Walter Braga Netto, participaram do evento. Nenhuma das autoridades usou máscara durante a cerimônia, que teve aglomeração.
Na ocasião, o presidente disse que pretende encaminhar projeto ao Congresso para inserir o nome de Luiz Gonzaga na lista do Panteão da Pátria. Na semana passada, o governo, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já havia incluído o forró na lista de patrimônio imaterial do Brasil.
Em tom de campanha, o secretário nacional de Cultura, Mario Frias, usou o discurso para criticar os governos do PT e exaltar Bolsonaro. “Resgatamos a cultura do sequestro político ideológico que dominou os recursos públicos durante décadas, favorecendo um grupo de pessoas que tinha apenas um interesse em mente: se perpetuar no poder”, disse ele.
Na mesma linha de Bolsonaro, Frias também atacou as medidas de combate à covid-19 e se posicionou contra a exigência de vacinação para frequentar eventos culturais.
“A nossa Secretaria tem combatido esses abusos com portarias que, por exemplo, proíbem a exigência de passaporte vacinal em projetos financiados pelas leis de incentivo, garantindo assim o que está na lei, a livre fruição aos bens culturais”, declarou o secretário.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, também usou a cerimônia como palanque e fez menção aos atos com motoqueiros, promovidos por Bolsonaro com apoiadores.
O Nordeste foi a única região onde Bolsonaro teve menos votos do que Fernando Haddad (PT), em 2018. De olho na reeleição e em um aceno para os eleitores nordestinos, o presidente passou a intensificar as viagens para lá, com o objetivo de inaugurar obras, e a se cercar de auxiliares do Nordeste. Hoje Bolsonaro tem seis ministros da região, entre eles aliados próximos, como Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações).