Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 30% dos consumidores brasileiros que pretendem comprar presentes neste Natal possuem contas em atraso.
Destes, 67% estão com o nome sujo, o que representa um aumento de 16% em relação ao ano passado.
Entre a população que possui filhos, 11% pretende deixar de pagar uma conta para realizar os desejos das crianças. Quanto à escolha dos presentes, 48,6% dos pais decidem sozinhos qual será o item comprado, enquanto que 39,8% decidem em conjunto com os filhos; 10,8% disse deixar a decisão totalmente para os filhos.
População costuma gastar mais do que pode
A pesquisa indica que 27% da população costuma gastar mais do que deveria durante as compras de Natal. Os mais jovens, com idade entre 18 e 34 anos, são os que mais se empolgam nas compras: neste grupo, 34,8% gasta mais do que pode. Ainda entre os mais jovens, 10,8% desse grupo também pretende deixar de pagar uma conta para comprar presentes de Natal.
No geral, 7,3% da população abrirá mão do pagamento de contas para priorizar os presentes. As comemorações de Natal também fazem as pessoas deixarem as contas de lado: 7,6% da população irá priorizar as comemorações; entre os jovens a taxa é de 11,8%.
As contas escolhidas para serem ignoradas em detrimento das compras e comemorações de Natal são, principalmente, a de TV por assinatura (24,2%), cartão de crédito (20,1%), internet (20,1%), financiamento de carro ou moto (13,1%) e conta de água ou luz (11,3%).
“As consequências disso são péssimas, tanto para os lojistas quanto para os consumidores. A gente sabe que quando você deixa de pagar uma conta tem a incidência de multa e juros, que estão cada vez maiores. Você corre um risco sério de ter seu nome negativado, e a gente já está atualmente no Brasil com altos índices de inadimplência. Então você deixar de pagar uma conta para comprar presentes de Natal não é um bom caminho. É importante que você priorize seu orçamento familiar para que você não gaste mais do que o que você pode”, aponta o porta-voz da CNDL, Daniel Sakamoto.
Dívidas do Natal ficam para o próximo ano
Uma parcela da população (14,6%) também aponta estar neste ano pagando as dívidas contraídas no Natal do ano passado, desses, 8,4% estão com o nome negativado. A média de valor das dívidas de Natal neste ano é de R$ 1.041,53, em 2020 era de R$ 550,50.
“A gente sabe que a inflação está aumentando, o endividamento das pessoas aumentando e a inadimplência também. Então, dentro das nossas recomendações, a gente fala para planejar as despesas de acordo com o orçamento de cada família. Buscar não comprar por impulso, fazer aquela lista de compras, priorizar a quitação das dívidas, isso é fundamental. Também a gente recomenda que seja feita uma pesquisa de preços para cada produto que você vai comprar, seja em loja física, seja em loja online. Há várias ferramentas de pesquisa de preço disponíveis hoje no mercado. E o mais importante de tudo: tente manter uma reserva financeira, você com essa reserva evita endividamento desnecessário e consegue ter aquela tranquilidade de, havendo algum imprevisto, não precisar recorrer a financiamento e empréstimo”, indica Daniel.
13º e as compras de Natal
A maioria dos trabalhadores recebeu a segunda parcela do 13º salário na segunda-feira, 20. Esse dinheiro extra vai ser usado por 33% da população para as compras de Natal, enquanto que 24% usará o montante nas comemorações de fim de ano; 16% pretende pagar impostos, e outros 16% pretendem poupar a quantia. Os dados são de uma pesquisa da CNDL.
Amigo secreto impulsiona economia
O amigo secreto, tradicional brincadeira de fim de ano, deve movimentar R$ 6,3 bilhões na economia. Segundo pesquisa da CNDL, 59,7 milhões de pessoas pretendem participar desse tipo de comemoração. A média no valor dos presentes deve ser de R$ 64,40.
