A ferramenta que permite a cidadãos e empresas verificar se deixaram dinheiro esquecido em contas bancárias voltará ao ar apenas no dia 14 de fevereiro, informou o Banco Central na tarde de quinta, 27. O SVR (Sistema Valores a Receber), como ficou conhecido, foi suspenso na última terça, 26, após o alto número de acessos desestabilizar o site do Banco Central, responsável pela consulta.
Segundo o Banco Central, quem fizer a consulta, a partir do dia 14 de fevereiro, e identificar que tem algum valor a receber, será imediatamente informado sobre a data em que poderá pedir a transferência do dinheiro para sua conta. Essas solicitações de transferências poderão ser agendadas a partir de 7 de março de 2022, na data informada pelo sistema.
Como a procura disparou, o BC retirou o sistema do ar. Desde segunda-feira, 24, quando a autarquia anunciou a existência dos R$ 8 bilhões, o site apresentava instabilidade. Segundo o Banco Central, no dia do lançamento, a quantidade de acessos ao site foi 20 vezes maior que um dia de alto volume -ou 50 vezes maior que um dia normal. O sistema foi lançado no final de 2021.
Antes da suspensão, 79 mil conseguiram consultar o sistema e 8,5 mil solicitações de devolução foram formalizadas, somando cerca de R$ 900 mil já recuperados. O valor estava em contas bancárias encerradas, parcelas cobradas indevidamente e consórcios concluídos, por exemplo. O dinheiro recuperado será transferido via Pix em até 12 dias úteis.
Na primeira fase do serviço, o BC estima a devolução de R$ 3,9 bilhões a 27,9 milhões de CPFs e CNPJs. Ainda em 2022, segundo a instituição, também serão disponibilizados valores referentes a tarifas e parcelas de operações de crédito cobradas indevidamente, além de contas pré-pagas, pós-pagas e de corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, todas encerradas com saldo disponível.
O sistema reúne valores de contas-correntes ou poupanças encerradas, tarifas ou parcelas cobradas indevidamente por bancos, cotas ou sobras de pessoas que participaram de cooperativas de créditos e recursos de grupos de consórcios que não foram procurados pelos donos.
O órgão ressalta que em algumas situações os valores podem ser pequenos, mas o novo recurso permitirá sua devolução de maneira ágil. O serviço mostra valores em contas a partir de 2001.
Como consultar se tenho dinheiro para receber?
Para consultar se há saldo disponível a ser resgatado, acesse o portal de Valores a Receber (bcb.gov.br/acessoinformacao/valores-a-receber/) do Banco Central. Em seguida:
– Clique em “Consulta ao Relatório Valores a Receber”;
– Clique em “Iniciar consulta”;
– Insira o CPF ou o CNPJ de sua empresa;
– Transcreva os caracteres para provar que você é humano;
– Se não tiver nada a receber, aparecerá a mensagem “Atualmente, você não possui valores a receber”;
– Se existe dinheiro a ser liberado, aparecerá “Consulta realizada com sucesso! Para saber mais detalhes dos valores a receber, acesse o Registrato”;
Para resgatar os valores, é necessário logar no sistema Registrato, do Banco Central, ou na conta no portal gov.br.
Como resgatar meu dinheiro?
– No portal de Valores a Receber ou página do Registrato, clique em “Acessar Registrato”;
– Escolha a opção de entrar pela sua conta gov.br ou login Registrato;
– Ao passar o cursor em cada uma das opções, é possível visualizar a opção de cadastro;
Para acessar o saldo na plataforma do governo federal, além do cadastro com informações pessoais, é preciso ter um login nível prata ou ouro (oferecidos a quem já integrou a conta de seu banco à plataforma do governo ou registrou biometria facial no aplicativo Meu Gov.br).
Para resgatar os valores via Registrato, acesse a página de cadastro do serviço. É possível se cadastrar via aplicativo, internet banking ou baixando um certificado digital de segurança. A etapa é necessária para transferir os valores resgatados para a conta do titular do CPF ou CNPJ. Pelo internet banking será gerado um código (PIN) e o cliente será redirecionado à página do Banco Central.
Pelo app do banco
Também há a opção de acesso ao Registrato no aplicativo do banco do titular. Ao acessar os canais oficiais dos bancos, o sistema gera um código (PIN), que deverá ser usado no site do Banco Central (credenciamento.bcb.gov.br). Veja o passo a passo:
– Banco do Brasil (Clique em: Menu > Serviços >Registrato);
– Bradesco (Clique em: Registrato);
– Caixa Econômica (Clique em: Senhas e Configurações > Registrato Banco Central);
– Itaú (Clique em: Serviços > Registrato Banco Central);
– Santander (Clique em: APP SANTANDER > Santander ON > Meu momento > Bacen Auto Credenciamento Registrato);
– Sicoob (Clique em: APP SICOOB > Serviços > Registrato Banco Central);
– Sicredi (Clique em: Sicredi X > Registrato);
Por quais motivos há dinheiro esquecido nos bancos?
Veja a origem dos valores da primeira etapa de liberações:
– Contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
– Tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em termo de compromisso assinado pelo banco com o BC;
– Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito;
– Recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados;
Posso consultar meu saldo em qualquer banco em que tive conta?
O Banco Central unificou a consulta sobre dinheiro esquecido em bancos e outras instituições financeiras na nova ferramenta chamada Sistema de Valores a Receber, também conhecida como Registrato. O SVR reúne todos os saldos que o cidadão possa ter em diferentes bancos supervisionados pelo Banco Central -por isso, exclui aqueles que faliram. As consultas também são referentes aos valores esquecidos ou devidos pelos bancos e instituições a partir de 2001. A consulta e o pedido de devolução são feitos pelo site do Banco Central, com o CPF da pessoa ou CNPJ da empresa. Por enquanto, a consulta está fora do ar após pico de acessos na segunda (24) e só será retomada em 14 de fevereiro.
Como é feito o pagamento?
Após fazer o login no Registrato, a solicitação de pagamento pode ser feita via Pix. Os bancos que não assinaram um termo de compromisso do BC podem também pagar via TED ou DOC, na mesma conta onde o cliente tem o Pix registrado. Se o recebedor não possuir chave Pix, deve entrar em contato com o banco para informar seus dados bancários.
Que valores serão devolvidos na segunda fase do serviço?
Na segunda etapa de liberações, que deve ocorrer ainda em 2022, serão disponibilizados também os valores de tarifas e parcelas cobradas indevidamente em operações de crédito, como empréstimos e financiamentos. Também entrarão valores de contas de corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários finalizadas com saldo.
O que fazer se o valor não for pago?
Os bancos são os responsáveis pelos valores e devem ser consultados em caso de reclamação. O BC também disponibiliza um canal para reclamações.
O que fazer em caso de dúvidas?
O Banco Central atende o público por meio do número 145 (há custo de ligação local na chamada). Instituições financeiras podem tirar dúvidas sobre o serviço pelo email valoresareceber@bcb.gov.br.