O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Fagundes, apresentou nesta segunda-feira, 08, o projeto da Nova Ferroeste a investidores que operam no mercado norte-americano. O objetivo da agenda, que é parte da missão liderada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, é apresentar a sustentabilidade e a viabilidade do corredor ferroviário de 1,5 mil quilômetros entre Maracaju (MS) e o Porto de Paranaguá.
O primeiro encontro foi com a Kirkoswald Asset Management, empresa sediada em Nova York especializada em gestão de ativos. Ela oferece a investidores serviços de gerenciamento personalizados, aplicados em pesquisas de oportunidade e potencial de crescimento, além de gestão de riscos e alto conhecimento dos desafios do mercado. A segunda foi com a XP Investimentos, que pode ajudar a divulgar o empreendimento como verde e sustentável.
“A primeira agenda foi com um fundo de investimento bem importante, que gostou do projeto e quer voltar a dialogar quando a licença ambiental for emitida. Essa questão verde do empreendimento, de ajudar a retirar caminhões das estradas, bem como a questão da segurança alimentar do mundo, foram apontadas como pontos importantes”, disse Fagundes. “Essa conversa é parte de uma rodada ampla de apresentação a investidores, cujos contatos foram iniciados há uns dois anos. Todos se impressionam com a dimensão do projeto. Estamos confiantes nos próximos passos”.
A Nova Ferroeste é o maior projeto de infraestrutura sustentável do Brasil, uma solução nacional capaz de reduzir em até 30% o chamado “custo Brasil” nos estados por onde vai passar (Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina). Será o principal corredor de exportação de produtos do Sul do Brasil e o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País. O projeto está elegível para emissão de títulos verdes e integra a Iniciativa de Mercados Sustentáveis da Coroa Britânica.
Projeto construído pelo Governo do Paraná, a Nova Ferroeste vai ampliar a atual Ferroeste, que opera no trecho entre Cascavel e Guarapuava. A malha será estendida nas duas pontas e ligará Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá, no Litoral do Paraná. Ainda estão previstos dois ramais a partir de Cascavel para conectar por trilhos Chapecó, em Santa Catarina, e Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira. A extensão total será de 1.567 quilômetros, com influência nos três estados contidos no traçado, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e parte da Argentina e do Paraguai.
O projeto está em fase de obtenção do licenciamento junto ao Ibama, após o Governo do Estado ter realizado todos os estudos ambientais e sociais necessários. A previsão é que a concorrência para a iniciativa privada ocorra ainda neste ano. O investidor privado que arrematar a ferrovia será responsável pela construção do trecho completo. Porém, como forma de atrair mais investidores para o leilão, a cessão onerosa da Nova Ferroeste será subdividida em cinco contratos, sendo quatro de autorização e um de adesão. O acordo é válido por 99 anos.