O domingo, 11 de junho, foi histórico como se previa. Não poderia ser diferente. E diante de tantas coisas envolvidas no jogo Iguaçu X Paraná Clube, válido pela 7ª e antepenúltima rodada da Divisão de Acesso Paranaense 2023, precisarei capitular na crônica de hoje.
Clima
Quase tudo ajudou o espetáculo. Até o clima que, com o horário antecipado da partida para as 11h, permitiu que a chuva que chegou à tarde não inibisse o público. Assim, mais de 4.300 torcedores foram ao Estádio Antiocho Pereira para ver o jogo com desejos de primeira divisão. Antes, anoto: desejo e poder nem sempre andam juntos.
Torcidas
Uma festa bonita em sua maior parte do tempo promovida pela maioria dos torcedores. Bandeiras, torcidas organizadas, samba rolando o tempo todo com a permissão de uso de instrumentos musicais para os dois lados, fumaças, balões coloridos e transmissão pela TV. Digno de nossos sonhos.
O gol
O Paraná Clube achou um gol aos 7min, quando o Iguaçu parecia estar respeitando demasiadamente a camisa adversária. Os visitantes sabiam que a vitória significaria evitar as sombras da ZR e fizeram sua parte com muita pressão e disposição tática, reconheço. Mas há quem diga – como eu digo – que tem impedimento no lance, logo após a mais uma exuberante defesa de Léo Lopes (detalhe – reprodução TV Paraná Turismo). Mas a comissão de arbitragem da FPF já respondeu ao Iguaçu que o gol foi legal (“mesma linha”) diante de igual interpretação técnica que anulou o segundo gol do PRC, pois, segundo a análise, as imagens não são conclusivas.
A reação
O Iguaçu sentiu golpe, mas tentou reanimar, reagir. Ansioso, desperdiçou boas oportunidades com passes mal feitos ou equivocados em lances de claras e raras oportunidades. E nos poucos arremates, levou muitos azares. Ou a bola triscou a trave num cabeceio ou havia uma perna defensiva nomeio do caminho. Azar este que luxou o ombro do centroavante Romão já na segunda etapa. O nosso 9 deu lugar ao Tanque. Mas as coisas só melhoraram com a entrada de Aldrey, que não teve tempo suficiente para “achar” um espaço na bem postada defesa dos visitantes a ponto de o Iguaçu produzir o empate. Pena.
A má notícia
O Iguaçu deixou a partida com oito baixas. Destas, são desfalques para o jogo diante do Grêmio Maringá, domingo (18), no Antiocho Pereira:
– Treinador Ageu Gonçalves (expulso)
– Lucas Guedes (expulso)
– Pablo (expulso)
– Lucão (suspenso terceiro amarelo)
Lesionados que ainda são dúvida:
– Léo Gaúcho
– Gean Carlo
– Heverton
– Romão
A péssima notícia
Parte menor das torcidas do Iguaçu e Paraná promoveu um espetáculo triste, deplorável e condenável. Comportamento sequer digno de uma segunda divisão, com trocas de agressões – inclusive físicas – que chegaram a um restaurante regional e permanecem na Internet.
De lá, de Rondinha (Paula Freitas), torcedores paranistas – que defendem terem sido provocados por Iguaçuanos – foram trazidos no domingo em comboio policial de volta a União da Vitória. Na 4ª SDP, diante das inegáveis imagens das câmeras de segurança, souberam que precisarão identificar o autor de uma pedrada em torcedor adversário que lhe custou ferimentos na face e dois dentes quebrados. Não foi para isso que trouxemos o Iguaçu de volta.
Distorção
Logo após o jogo, o Iguaçu emitiu nota oficial de repúdio a tais atos nas arquibancadas em que em momento algum eximiu eventual responsabilidade de seus próprios torcedores. Não obstante, pautado por imagens comprobatórias, condenou e condena veementemente o ato impensado, desproporcional e apelativo que resultou em graves ferimentos em um de nossos torcedores. A esse respeito, matéria publicada pelo portal Banda B, de Curitiba, mostra a versão exclusiva da torcida paranista com distorções dos fatos.
O Iguaçu se posicionará também a esse respeito para restabelecer o equilíbrio nessa lamentável e deprimente discussão que ganhou redes sociais e veículos de imprensa.
Diretoria
Quem tem recebido pedradas virtuais é a Diretoria do Iguaçu, presidida por José Luís Ruski e da qual faço parte como Diretor de Comunicação. Alguns torcedores locais criticam as contratações e escalações. Essa também é parte do futebol em que jamais haverá unanimidade. Mas, nem por isso, certos de que fizemos o que era possível aos Departamento de Futebol e Financeiro, podemos admitir algumas destas decepções. Há sim nossa decepção e desde as primeiras rodadas. São peças que demonstraram comportamento ou rendimento a menor que o esperado, outras que treinam muito bem, mas no jogo mostram produção adversa.
Porém, tal qual torcedores que mandam mal, não se pode generalizar. Há, inegavelmente leões de treino e de jogos que, inclusive, se desdobram em campo para equilibrar tais rendimentos insatisfatórios. Jogadores que atuam com garra e amor à camisa e que comprovaram serem excelentes profissionais. Daqui sairão com as melhores recomendações. E depois é o que sempre digo: o Iguaçu que aqui temos hoje é infinitamente melhor daquele entre os anos de 2010 e 2019.
A boa notícia
Com o “0 a 1”, Iguaçu e Paraná somaram 10 pontos. Iguaçu em 5º e Paraná em 6º pelo fato de que a Pantera do Vale tem uma vitória a mais que o tricolor da capital. Assim, se as duas equipes fizerem o que lhes resta nas últimas duas rodadas para continuar sonhando com o quadrangular – que é vencer seus dois jogos restantes -, o Iguaçu continuaria à frente por tal critério de desempate.
Confrontos diretos
Além desse aspecto, um sopro maior de esperança venta para o nosso lado caso nenhuma daquelas “surpresas” dignas da segundona paranaense não se repitam. O Iguaçu olha para as três equipes à sua frente esperando que haja tropeços: o 2º colocado Andraus, o 3º colocado Apucarana (que daqui levou dois pontos nossos num gol absurdamente impedido (detalhe – reprodução TV Paraná Turismo) e o 4º colocado PSTC.
Neste final de semana, o vice-líder Andraus (15 pontos) pega o Apucarana (13 pontos). E o PSTC (11) pega o vice lanterna Toledo (03).
Na última derradeira rodada: PSTC X ANDRAUS e LARANJA MECÂNICA X APUCARANA.
Ou seja: Iguaçu precisa vencer o Grêmio Maringá e o Araucária e ver o que será das partidas finais dos times à sua frente.
Seguir
Assim, resta-nos seguir acreditando que o quadrangular ainda será alcançado pelo Iguaçu.
E independente de que seja ou não, é preciso reconhecer que ainda nos falta muito para chegar a postular uma primeira divisão.
Sabemos que isso está dentro da evolutiva diretoria, longe de ser perfeita, mas com 100% de aproveitamento de suas pequenas possibilidades.
Por outro lado, vemos que também precisamos evoluir nas estruturas físicas e humanas para podermos falar de futebol como almejamos.
E é por continuarmos acreditando que isso é possível que convido: amanhã tem Iguaçu em campo. A base recebe o Toledo, às 15h30 no Antiocho Pereira, na abertura da segunda fase do Campeonato Paranaense SUB 20. Para materializar nossa crença no futuro do futebol, mas, acima de tudo, na civilidade dentro do esporte.
Do contrário, que sejamos de uma vez por todas rebaixados para as cavernas. Lá não faltam pedras.
Vamos, Iguaçu!