Arrigo Barnabé, o saxofone e a Orquestra Jazz Sinfônica SIM

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Atualizado há 1 ano

Estamos muito próximos de colher os frutos de mais uma semente adubada com dedicação e desafios no cenário sociocultural da região do Vale do Iguaçu. E deveria dizer, no cenário musical brasileiro. Vem aí, depois de muitos esforços, focados no que precisa ser feito, a Orquestra Jazz Sinfônica SIM.

Mas, afinal, por quê Jazz Sinfônica? De fato, o termo é contemporâneo. E para entender isso, precisamos voltar um pouquinho no tempo.

Quando essa ideia me surgiu, em meados de 2011, juntamente com a fundação do Instituto SIM, lembrei da cópia de uma capa de peça musical que, ainda na década de 1990, passou por minhas mãos num dos cursos musicais dos quais participei: “Para Jazz Sinfônica”.

Seguindo pelos trilhos da vida, depois da época de ouro que vivemos com a Banda Marcial Santos Anjos (por si só um fruto de muita evolução musical) inserimos os instrumentos de madeira e criamos a primeira banda sinfônica da região, ainda em 2006.

O cantor e compositor paranaense Arrigo Barnabé | Foto: Divulgação

Em 2011, evoluímos aquele grupo para essa maravilhosa entidade que passou a ser referência regional não só por seus projetos como o “SIM é Pop” e o “SIM é Rock”, que levaram música instrumental para os primeiros concertos interestaduais (fisicamente falando) sob o arco da estação central União. Ou, ainda, o igualmente aplaudido projeto de captação escolar “Primeira Audição” que, desde aquele ano tem sido motivo de reedições por outros grupos, o que nos motiva e enche de orgulho.

Abusando da teimosia em avançar, por duas vezes tentamos, ainda na década de 2010, incluir cordas ao nosso staff. Nas duas vezes, no entanto, as agendas com os professores especialistas vindos de outros municípios se tornaram um empecilho intransponível diante o custo e seu tempo de aplicação.

Sem um professor identificado por aqui, partimos novamente para o tradicional “mãos à obra”. E, ao iniciarmos as atividades de cordas, ainda na gestão do amigo Celso Marczal à frente do SIM, em 2021, por meio dos cursos de que participei em São Paulo – inclusive com o maestro Roberto Tibiriçá (hoje na Sinfônica do Paraná) -, aguçamos as ações para isso.

Mas em 2022, as aulas de violino ganharam um tutor depois que conheci, quando integrei enquanto saxofonista o staff do Abba Experience, o amigo violista Peterson Gabriel (de Curitiba). Suas vindas viabilizaram o descobrirmos da professora local Alda Line Jungles.

Depois, profundamente agradecidos pelos momentos na 1ª Igreja Batista de União da Vitória, ampliamos o espaço funcional para o endereço atual temporariamente cedido pela Família Ravanello. E, com incentivos da emenda parlamentar da Deputada Federal Carmen Zanotto, a seção evoluiu muito e agregou força ao SIM.

Não apenas novos alunos, mas muitos que estavam com seus violinos guardados em casa se achegaram. Deu certo. E se. Hoje já são 24 alunos do instrumento. A ponto de podermos, orgulhosamente, apresentar à sociedade regional o amanhecer de um novo produto musical.

Maestro Roberto Farias | Foto: Divulgação

Mas, que título dar a ele?

Nas buscas referenciais, contatei o amigo, professor da pós-graduação em regência, Maestro Roberto Farias (São Paulo), meu tutor na arte de reger.
Olha só destino batendo à porta…

Farias indagou:

– Onde você encontrou essa terminologia de “Jazz Sinfônica”, Marcelo?

Respondi a ele como já contei a vocês aqui.

Corroborando com a ideia de que devemos também construir grupos sinfônicos para repertórios contemporâneos, sempre com respeito aos períodos musicais anteriores, Farias me contou sobre um episódio particular, lá mesmo da década de 1990.

Ele [Roberto] fora igualmente procurado por outro amigo, o compositor Arrigo Barnabé que, diante da vontade de manter uma formação de orquestra + naipe de saxofones (nosso caso) se deparava com a mesma indefinição momentânea.

Debateram e Farias propôs:

– Arrigo, é uma orquestra com um big band dentro. Então, é justo chamarmos de Jazz Sinfônica.

Assim, nasceu no Brasil a terminologia nacional que agora replicamos aqui em Porto União da Vitória, com muito orgulho, certos de que os deliciosos desafios apenas estão começando.

Por isso, deixo o convite para esse apaixonante início: domingo, 25 de junho, às 10h, no Clube Concórdia estrearemos a Orquestra Jazz Sinfônica SIM. Ingressos na WDD Motos. Para acelerarmos juntos rumo ao futuro.


Marcelo Storck é graduado em Comunicação Social, pós-graduado em Regência Orquestral, Coordenador e Maestro do Instituto SIM.

Foto: Reprodução