Por Mariana Honesko
Enfim, o Natal chegou. Na noite de hoje, famílias de boa parte do mundo devem se reunir para um jantar especial. Além de um cardápio diferente, que sugere um pouco mais de requinte e iguarias nos pratos, a troca de presentes é especialmente esperada. Isso para grandes e baixinhos. O ritual agrada, conquista, impulsiona o comércio, mas não revela a profundidade da data. Na verdade, para os cristãos, o Natal representa muito mais.
Para a Igreja Católica, o “25 de dezembro” ou a sua véspera, reacende a necessidade de esperança, de página e jogo virado. É símbolo de oportunidade. Daí tanta comoção. “É um evento humano. O Natal reflete todas as situações de recomeço. É uma data familiar, na qual se comemora aquele que pela fé cristã é membro de uma família divina, mas que naquele dia também nasce em uma família humana”, avalia o padre Emílio Bortolini, pároco no município de Porto Vitória.
O Natal, que lembra o nascimento de Jesus Cristo, não envelhece, mesmo sendo repetido todos os anos. “Porque o Natal não deixa espaço para o desespero e os seres humanos precisam disso sempre”, diz. O histórico do personagem homenageado também interfere na manutenção da celebração. Para Bortolini, é justamente este perfil tão especial o que aproxima diferentes conceitos religiosos na mesma data. “O mais fascinante da vida de Cristo é que a gente vê espelhada nele as situações pelas quais nós passamos. Este é o segredo de um personagem que viveu há mais de dois mil anos, num contexto totalmente diferente do nosso”, explica.
Data de nascimento
Quem espera encontrar uma espécie de Certidão de Nascimento na Bíblia pode ter surpresas. Conforme Bortolini, ela não fala em datas e não menciona o dia 25 como data oficial para o nascimento de Cristo. “Ela (Bíblia) se preocupa com o fato. Nos primeiros anos do cristianismo só se celebrava a Páscoa, mas a medida que os povos pagãos foram aceitando a fé cristã, eles mesmos se questionavam sobre as festas que faziam. Algumas foram abandonadas, outras não”, explica. Foi o que aconteceu com o 25 de dezembro.
A festa que celebrava o “sol invicto” teve seu conceito modificado. Na época, a data marcava a comemoração do astro, uma homenagem à chegada dos dias mais longos ainda com luz. No dia 24, por exemplo, o dia despedia-se bem cedo, por volta das 15 horas. “O dia 25 é o dia da reviravolta. É como numa luta de boxe. A pessoa apanha, apanha e começa a dar a reviravolta”, compara o pároco, com bom humor.
Com o passar do tempo, a data que homenageava o sol começou a ser associada com o nascimento de Cristo pelo aspecto simbólico. “Não há nenhuma evidência histórica que mostra que ele nasceu no dia 25, mas também não tem nenhuma outra que diga que não foi”, sorri. “Mas, não é a questão histórica. Independente da história ou cronologia, tem um sentido muito bonito por trás disso”, diz.
O Natal do Papa Francisco
Em entrevista para a edição desta semana da revista Época, o Papa Francisco descreve a data como um “anúncio de alegria”. Ele foi além. “Para mim, o Natal sempre foi isso: contemplar a visita de Deus a seu povo. Significa ternura e esperança. Quando Deus nos encontra, nos diz duas coisas. A primeira: tenha esperança. Deus sempre abre portas, nunca as fecha. A segunda: não tenha medo da ternura”, afirma.
Feliz Natal!
O Grupo Verde Vale de Comunicação deseja à todos seus colaboradores, leitores e anunciantes um Natal mágico e que ele seja símbolo para a chegada de boas notícias. Nesta data, não há religião ou conceito capaz de quebrar esta trama simbólica: viva o Natal, transforme, vire sua página. Feliz Natal!