Pelo Estado Entrevista Topázio Neto, prefeito de Florianópolis

“A alta migração é o principal desafio da cidade: para onde crescer de maneira sustentável”

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Atualizado há 1 ano

Florianópolis destaca no cenário nacional. É a primeira cidade no ranking de competitividade e acaba de levar o título de cidade mais inteligente do Brasil.

Atualmente, a gestão do município está sob o comando do prefeito Topázio Neto (PSD), bastante popular entre os munícipes por sua forte presença digital com conteúdos de alto engajamento mostrando os projetos desenvolvidos na cidade.

Com grande experiência na administração do setor privado, Topázio assumiu o cargo de prefeito em março de 2022 e vem mostrando que tem todo perfil para a vida pública. Contudo, a gestão da cidade com o 3º maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) do país também tem desafios.

Topázio Neto conversou com a Coluna e falou sobre os principais pontos de sua gestão. Confira:

Pelo Estado – Recentemente, após levar o título de cidade mais competitiva do Brasil, Florianópolis assumiu também a primeira posição no Ranking Connected Smart Cities como a cidade mais inteligente e conectada dentre 656 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes. O que o senhor atribui estes títulos?

Topazio Neto – Tem sido um ano de destaque para Floripa. Capital mais segura, cidade mais inteligente, mais competitiva e primeiro lugar em inovação no Brasil. Seria pretenção atribuir tudo isso apenas ao poder público. Há na cidade um ecossistema de empreendedores, pesquisadores, universidades e cidadãos, que converge para sermos destaque a nível nacional.

PE – Quais são os setores que o senhor considera que mais se destacam no município e quais precisam de mais atenção?

TN – Floripa se destaca em qualidade de vida, com uma boa infraestrutura, principalmente em saúde e educação. Isso faz com que a migração ocorra de maneira mais intensa, o que demonstrou o último Censo. Essa alta migração é o principal desafio da cidade: para onde crescer de maneira sustentável. Para isso, claro, trabalhamos muito para aumentar a oferta do serviço público, além de um novo plano diretor para organizar a cidade no presente e no futuro.

PE- Falando em atenção, como está a relação do município com a Casan após as últimas ações da Companhia?

TN – A cidade está insatisfeita e isso está claro. Há uma boa relação com a direção da empresa, mas nós precisamos de investimentos ágeis. O que vai decidir o futuro dessa relação não será apenas a boa vontade, terá que ter obras, como a do Sul da Ilha, iniciando nas próximas semanas.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

PE – O senhor precisou interromper uma viagem à Coreia do Sul por conta do rompimento do reservatório na cidade. Apesar de não ter completado a programação, o que conseguiu trazer de lá para Florianópolis?

TN – Foi uma missão do BID sobre habitação popular. A Coreia do Sul é referência no assunto, acabou com o déficit habitacional nos últimos anos. Eles têm um modelo próprio de construção e “aluguel simbólico” para as famílias. Quando a família não precisa mais, repassa para outra. Antecipei a volta, mas consegui conhecer bastante o modelo para tentar replicar em Florianópolis.

PE – O senhor já se posicionou publicamente a favor da municipalização das rodovias estaduais. Como está esse processo com o Governo do Estado?

TN – Essa é a agonia de todo prefeito que está perto da rodovia e pode resolver a manutenção de forma mais rápida. Só que essa nova responsabilidade deve vir junto com recursos para as obras. Os municípios não aguentam mais receber novas atribuições e os recursos ainda estarem concentrados em Brasília.

PE – Quais são os principais projetos da prefeitura em andamento atualmente?

TN Temos obras grandes e que eram lendas na cidade. A nova Ponte da Lagoa, uma obra esperada há mais de 20 anos. Os binários do Pantanal e da Lagoa, para melhorar a mobilidade. O engordamento de Jurerê que vai salvar uma das praias mais badaladas do Brasil. O primeiro hospital municipal da cidade que deve ser entregue nos próximos meses. Há bastante obra em andamento focada em melhorar a vida das pessoas. Não é apenas a obra pela obra.

PE – Como se deu essa sua mudança de empresário do setor privado para gestor do setor público? Quais foram os maiores desafios?

TN – É claro que a gente traz muita bagagem da vida empresarial, mas aprende muito no setor público. Eu tive uma espécie de “estágio” como vice-prefeito durante dois anos. Então, isso facilitou para que eu aprendesse os caminhos do executivo. Aprendi a respeitar mais o servidor porque as coisas precisam de teimosia para sair do papel. Eu estou gostando. Estou animado.


Produção e edição: ADI/SC – Jornalista Celina Sales com colaboração de Cláudia Carpes.

Contato peloestado@gmail.com

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