Uso das redes sociais entra em debate após post polêmico

Caso registrado em Curitiba suscita debate sobre o uso da internet para fins políticos e difamatórios

·
Atualizado há 11 anos

Uma denúncia sobre o suposto abandono do zoológico de Curitiba na rede social Facebook reascendeu a discussão sobre o uso da internet e das redes sociais para fins políticos e difamatórios. Com oito mil visualizações em um só dia, o post de uma curitibana condenava as condições precárias do zoológico da capital que, segundo ela, estaria em situação de abandono. A prefeitura condenou o post e ainda acusou a internauta de estar fazendo política difamatória contra a administração do prefeito Gustavo Fruet.

A decisão da prefeitura de processar a curitibana acirrou ainda mais os ânimos nas redes sociais. A democracia na internet é analisada como “perigosa” por cientistas políticos. A ideia é de que as redes sociais são poderosas para defender ideologias ou para atacar determinados grupos políticos. A disseminação rápida dos conteúdos é vista como metralhadora giratória para os defensores de regras mais duras contra a suposta calúnia e injúria. Os internautas celebram a liberdade de expressão.

A campanha eleitoral de 2012 em União da Vitória, Porto União e vários outros municípios da região, ganhou em importância. No final da campanha, os efeitos visuais diminuíram e as páginas das redes sociais engordavam trocas de acusações entre defensores das correntes políticas que participavam do processo eleitoral. O celular se tornou uma arma letal contra alguns candidatos, gravados supostamente comprando votos. A facilidade oferecida pela câmera do celular e do gravador de voz fizeram a campanha migrar das ruas para as telas de computador. Os efeitos ainda são passíveis de análise mais profunda.

Redes sociais: onde tudo acontece

As altas concentrações de internautas levaram políticos a entrar de cabeça nas redes sociais. Esses sites de relacionamento podem ser, ao mesmo tempo, céu e inferno para figuras públicas. Bem mais barato que tentar entrar na mídia convencional, a exposição na internet tem condenado demais, e bons exemplos de menos. Frequentemente políticos, redes de lojas, religiões e times de futebol são linchados dentro das redes sociais. Quase ninguém se salva.

De acordo com o Serasa Experian, as redes sociais mais usadas em novembro de 2013 foram o Facebook, seguido por Youtube, Badoo, Google+, Twitter e Bate Papo da UOL.

Gráfico SmartphonesSmartphones: vilões ou aliados?

O computador “convencional” já não satisfaz os internautas. Quase peça de museu, é objeto de desejo dos gamers, que adoram montar consoles poderosos para jogos cada vez mais sofisticados. Os notebooks continuam sendo companheiros inseparáveis de jovens e adultos, mas a revolução veio dos ágeis smartphones, cada vez mais poderosos, pequenos e fáceis de usar. Caiu tanto no gosto popular que já provoca polêmica. Os problemas vão desde a postura correta para o uso dos aparelhos até a dependência psicológica, passando por eventuais problemas de visão.

Mesmo assim, os “smarts” seguem no topo das vendas dos celulares. A vantagem é que operadoras tem planos especiais para internet e se conectar a rede mundial ficou cada vez mais simples. Aí voltamos ao começo desta reportagem: o fácil acesso e o uso indiscriminado das redes sociais. As crianças e jovens já reclamam de um problema mundial: o Bullying, que é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O outro aspecto é o poder do internauta de avaliar o mundo de acordo com suas perspectivas sem ser incomodado, mesmo que a sua lógica esteja ferindo os direitos básicos da liberdade de expressão. Para piorar, o texto da minirreforma política libera a campanha pela internet, e o País tem poucos mecanismos para punir quem difama pelas redes sociais. Sem política regulatória, a liberdade pode virar libertinagem.