Sabemos que as coisas do futebol por vezes são “uma caixinha de surpresas”. Mas, igualmente, é bem verdade, algumas destas parecem ser encomendas para a Associação Atlética Iguaçu. Sem indiretas, mas conosco ocorrem coisas sui generis, fato.
Vencido nesta sexta-feira (7) o impasse dos portões fechados com a surpresa do afastado episódio “não-público no Estádio Antiocho Pereira”, vamos, pois, ao futebol em si, mas não sem antes agradecer, indistintamente, a todos que militaram nos bastidores para que isso fosse possível. De modo especial, importante destacar as ações da prefeitura municipal, do 27º Batalhão da Polícia Militar e ao gabinete do Deputado Hussein Bakri, que foi pontual e decisivo.
Deste modo, Iguaçu e Paraná Clube se enfrentam às 11h deste domingo (9) com as presenças dos seus torcedores em partida que antes mesmo de começar já envolve outras disputas.
Nisto, nenhuma surpresa.
Os times viveram uma parceria frustrada na década de 2000 e um lamentável e desnecessário confronto de torcedores em 2023, cujas consequências refletiram em prejuízos ao Iguaçu que ainda ecoam.
Já a partida, chamada “decisão”, penso eu, definirá mais do que uma pontuação na tabela da Segunda Divisão Paranaense 2024.
Para ambas equipes significa delinear rumos também no extracampo desta uma competição sem chances de correção. Com o sistema de turno único, o espaço para erros é reduzido: não há o jogo de volta na fase classificatória.
Assim, fracassos em campo respingam fortemente nos projetos dos dois times. Para o Iguaçu, que teve um início de competição abaixo do esperado, significa ainda mais. Uma vitória o leva a nove pontos, mantém chances de quadrangular e o afasta daquilo que ninguém quer: a parte inferior da tabela.
Aproveitando o momento de crescimento em hora adequada, é a oportunidade para a Pantera dar o bote e mudar uma chave em sua história. E isso envolve as acertadas correções feitas pela diretoria iguaçuana durante a competição e trata-se também do respeito a sentimentos.
Aquela paixão que está na memória do torcedor mais velho e à confiança plantada no coração de nossas crianças desde que o Iguaçu retornou do lamentável período de ostracismo. Algo semeado justamente pela Gralha naquele fatídico 2009, mas do qual [o ostracismo] colhemos bons frutos como ensinamentos.
Com a expectativa agora reforçada de um público recorde em seus domínios (mais de 1500 ingressos antecipados já foram vendidos), o Estádio Municipal de União da Vitória viverá depois de amanhã um de seus mais importantes capítulos. Esperamos, com comportamento de todos os torcedores digno daquilo que se pede: um futebol de elite.
Em campo
Rafael Andrade comandou uma semana de trabalhos específicos focados na partida, obviamente com estudo do adversário.
Mas é nítido que a preocupação maior foi fortalecer aquilo que sua equipe de melhor mostrou nas últimas rodadas. Com sistema defensivo mais bem encaixado e um meio-campo de variações, a Pantera do Vale ressurgiu na competição a ponto de encarar de igual para igual o adversário que está imediatamente à sua frente, fechando o G4, distante quatro pontos.
Para chegar nesta condição, o Iguaçu contou com algo que para qualquer um de seus torcedores parece ser suficiente: a entrega coletiva em campo.
Bem por isso, não gosto muito de isolar comentários. Penso que se um erra, todos erram e vice-versa. Mas, neste caso, assim como no segundo parágrafo deste, se faz preciso. Afinal, este aspecto positivo é também um reflexo da retaguarda mais segura e de uma melhor criatividade na meia cancha associada à pegada forte dos 11. Falo, pois, do bom aproveitamento do nosso camisa 9, atual artilheiro do campeonato. Com cinco gols marcados, ele prefere ser chamado de Firmino. “Coruja é apelido, não me importo. Mas prefiro Firmino”, afirma o centroavante iguaçuano.
Assim, com seu aval, seguimos firmes e atentos tais como corujas. Olhos bem abertos para evitar surpresas, com máxima atenção para aproveitar as oportunidades e, oxalá, com um gol decisivo para o Iguaçuzão. Quem sabe, lá por onde a coruja costuma ficar.
Vamos, Iguaçu!