Um estudo macroeconômico feito pelo Santander aponta que o Paraná deve manter a tendência de desenvolvimento dos últimos anos com um crescimento de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual em 2024. O desempenho traçado pelo banco supera a alta de 2% estimada para o PIB do Brasil neste ano dentro do mesmo levantamento, que apresenta dados e projeções para estados e regiões para o horizonte de 2022 a 2025
Um dos três autores que assinam o levantamento, o economista Gabriel Couto observa que a alta prevista para a economia paranaense em 2024 é seguida de aumentos de 6,2% em 2023, 2,8% em 2022 e 3,2% em 2021, o que demonstra um crescimento constante em nível estadual sob a gestão de Ratinho Junior, inclusive com um ganho de peso relevante em relação ao desempenho regional.
“O Paraná tem indicado taxas de crescimento elevadas nos últimos anos e foi a principal influência positiva sobre o PIB da região Sul como um todo no ano passado”, observou.
Até 2021, o PIB do Paraná representava 36,8% do PIB do Sul do País, enquanto Rio Grande do Sul e Santa Catarina respondiam por 37,5% e 25,7% respectivamente. As perspectivas de manutenção do crescimento paranaense, somada à desaceleração no estado gaúcho em função dos recentes estragos causados pelas enchentes, indicam uma possível mudança neste cenário.
SEGMENTOS – Na análise segmentada do Santander, o setor de serviços é o que apresenta melhores projeções para este ano no Paraná, devendo avançar 3,5% em relação a 2023 e outros 2% no próximo ano. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, de 2021, o PIB dos serviços representa 61,6% da economia paranaense, seguido pela indústria (27,2%) e o agronegócio (10,7%).
O PIB industrial também deve crescer no Estado em um ritmo similar ao de 2023. A projeção para 2023 foi de 1,3% e para este ano é de 1%. Já para 2025 o movimento de crescimento tende a ser mais representativo, chegando a um aumento de 2,3%.
No caso da agropecuária, a análise do Santander pondera a forte expansão pela qual o setor passou em 2023, puxado principalmente pela safra recorde e a forte retomada das atividades no período pós-pandemia, bem como os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
EMPREGO E RENDA – No mesmo levantamento, o Santander também apresenta dados consolidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e projeções acerca da empregabilidade e da renda dos trabalhadores por estado.
Em 2023, o Paraná se consolidou como maior empregador do Sul ao gerar 87.599 novos empregos com carteira assinada, bem à frente dos 62.665 de Santa Catarina e os 47.395 do Rio Grande do Sul. As empresas instaladas no Estado seguem contratando em 2024 e já totalizam 96.019 postos de trabalho formais gerados entre janeiro e maio.
Dos 399 municípios paranaenses, 306 registraram mais admissões do que demissões no ano passado, o equivalente a 77% das localidades. A proporção é ainda maior neste ano, em que 316 cidades, ou 79%, tiveram saldo positivo de contratações de empregados.
No levantamento, também consta a chamada “Massa Nominal de Rendimento Efetivo”, que refere-se ao total de rendimentos da população em período determinado período, sem considerar ajustes por inflação ou outros fatores econômicos. O indicador é importante para avaliar o poder de compra e o bem-estar econômico da população.
O Paraná também lidera este quesito, com um crescimento acumulado de 11,1% no rendimento dos trabalhadores nos quatro últimos trimestres – de março de 2023 a março de 2024. No mesmo período, a massa salarial efetiva cresceu 9,6% em Santa Catarina e 8% no Rio Grande do Sul.