Aconteceu na última sexta-feira, dia 20 de setembro, no Colégio Estadual Neuza Domit, em União da Vitória, um evento especial em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro). A ação foi proposta pela aluna Helena Grabovski, do 1º ano do Ensino Médio. A estudante montou o projeto, apresentou às professoras e à equipe pedagógica, e foi prontamente atendida pelas profissionais do colégio, que viram na ideia de Helena uma oportunidade para falar sobre diversos assuntos importantes relacionados ao tema.
No projeto, Helena elencou os seguintes objetivos: evidenciar as lutas das pessoas com deficiência; conhecer os direitos que as pessoas com deficiência possuem, garantindo o acesso à educação, trabalho e lazer; esclarecer o que é capacitismo; desenvolver autoconhecimento e potencialidades visando o mercado de trabalho.
“Eu tenho muitas ideias, eu sou muito reflexiva. E falei para a professora: ‘e se fizéssemos um evento voltado à comunicação, desenvolvimento pessoal e mercado de trabalho, que são as maiores dificuldades das pessoas com deficiência atualmente’. Elas aceitaram e eu só tenho a agradecer”, conta Helena.
O evento realizado na última sexta-feira contou com a presença do promotor de Justiça, Júlio Ribeiro de Campos Neto. “Eu achei muito interessante que nós fomos lá na promotoria e tinha bastante representatividade, muitas pessoas lá trabalhando que são portadoras de deficiência”, destacou Helena.
Atletas do paradesporto também se fizeram presentes. Um dos pontos destacados no evento foi o termo “capacitismo”. A palavra “capacitismo” significa a discriminação de pessoas com deficiência, sua tradução para o inglês é ableism. O termo é pautado na construção social de um corpo padrão, sem deficiência, denominado como “normal” e da subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de suas deficiências.
“Nós ainda temos pessoas que não possuem a clareza do termo capacitismo. Nós ouvimos a palavra e acabamos associando à capacidade. E o capacitismo, na verdade, se demonstra como forma de preconceito, de desvalorizar, de não visualizar as potencialidades da pessoa com deficiência. Atividades como essa que a Helena idealizou, de trazer conhecimento, trazer convidados é para toda a comunidade ter acesso a informações para desconstruir alguns pensamentos como esse do capacitismo”, comenta a professora Tatiane Aparecida Rocha.
O evento teve vários momentos de reflexão. Além da aluna Helena Grabovski, o Colégio Estadual Neuza Domit tem mais três alunos cadeirantes e alguns autistas. Já houve atendimento a alunas cegas, ma que já se desvincularam do colégio. E a cada ano a escola busca melhor adaptar seus espaços, como o palco com acessibilidade que atende a todos os alunos da instituição.