Outro empecilho para a produção nacional?

Como a lei que regulamenta a jornada de trabalho para os motoristas profissionais afeta a produção agroindustrial

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Atualizado há 12 anos

Com a implantação da nova lei que regulamenta a jornada de trabalho para os motoristas profissionais, o custo de produção para os cooperados catarinenses deve aumentar.

A avaliação é do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan, que afirma que o setor de transportes não está preparado para a implantação da lei e que o risco de faltar alimento no mercado é real. “A falta de profissionais para o trabalho, a insegurança nas estradas, o aumento dos custos das peças dos caminhões e a elevação do preço do óleo diesel encarecem o transporte.”

De acordo com a nova lei, a cada 24 horas de trabalho, o motorista deve descansar outras 11 horas. No entanto, a queixa é que empresas e profissionais tiveram pouco mais de trinta dias para se adequarem à nova legislação, e o profissional que desrespeitar o tempo de condução e de parada terá que pagar uma multa de R$ 127 e perderá cinco pontos na carteira.

Segundo dados da Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Santa Catarina (Fetrancesc), os custos do transporte terão um aumento médio de 26% com as mudanças. “O motoristas estão descontentes, e as empresas, preocupadas. A lei deveria ser mais específica e adequar-se a cada ramo de atividade”, alega Zordan.

Lucro menor
Apesar da preocupação com os empecilhos logísticos e o aumento nos custos de produção, o clima é de confiança entre os cooperados. Para 2012, o crescimento da receita operacional bruta deve ficar entre 12 a 15%, com redução da margem de lucros, mas com o aumento de receita.

O índice é um pouco menor do que o alcançado em 2011, quando as cooperativas catarinenses tiveram um crescimento de 17%, acumulando R$ 14,7 bilhões. “Neste ano, temos que ser realistas. A crise está presente em diversos setores. O cooperativismo não obteve apoio do governo, como o setor industrial, e será afetado de maneira diferente pela recessão”, conclui.

(Por Camila Latrova – ADI-SC/Central de Diários/CNR-SC)