Polícia orienta sobre cuidados para manter as crianças em segurança

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Atualizado há 10 anos

polici-civil-paranaA Polícia Civil do Paraná alerta a população sobre desaparecimentos de crianças e reforça que os responsáveis devem orientar constantemente as crianças a não ficar muito longe dos pais e a não falar com estranhos sem a presença dos pais ou responsáveis. “É importante que os pais estejam sempre atentos aos filhos. Devem ensinar que não podem conversar e nem aceitar qualquer coisa de estranhos, como brinquedo, doce ou oferta de ir a um lugar novo”, lembra a delegada-titular do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Iara Laurek Dechiche. 

“Observar mais os filhos e saber onde estão, assim como ensinar locais perigosos de se ir, auxiliam a inibir situações de desaparecimento”, diz ela. O Sicride é responsável pelas ocorrências relacionadas a crianças com até 12 anos de idade.

Outra orientação do Sicride é deixar com a criança um cartão de identificação com o nome, telefone e endereço dos pais. “Os pais devem ensinar as crianças a ligar para a casa. Elas devem saber indicar o endereço, o telefone e como realizar a chamada. Também é importante dizer à criança para não ter medo de procurar e informar a um policial que está perdida”, indica Dechiche.

Os pais devem ficar atentos às mudanças de comportamento dos filhos, já que alguns indícios podem demonstrar que estejam pensando em fugir de casa. Outro fator que pode colaborar com o desaparecimento é o espírito aventureiro da criança que, se incentivado, pode dar a segurança e a coragem para tentar fugir de casa.

Castigos exagerados, desproporcionais ao fato, assim como excesso de controle, também podem desencadear a ideia da fuga. O outro extremo, de desleixo dos pais, também pode fazer a criança sentir-se rejeitada, pensando em fugir para chamar a atenção.

PROCURA – Perdendo a criança de vista, deve-se informar imediatamente a polícia. Os familiares também devem deixar alguém no último lugar que viram a criança, para, caso ela volte, encontre um conhecido.

Ter uma foto atual da criança para mostrar nas proximidades do local em que ela desapareceu e saber as características das roupas que ela estava usando facilitam muito durante as buscas, de acordo com a polícia.

INVESTIGAÇÃO – A elucidação de casos envolvendo crianças e adolescentes é prioridade para as polícias do Paraná. Somente neste ano, foram registradas 110 ocorrências de desaparecimentos de crianças no Estado, todos já solucionados pelo Sicride. Em 2013 houve 330 casos, dos quais 329 já solucionados. A orientação inicial do órgão é que, em caso de crianças desaparecidas, os responsáveis mantenham a calma e acionem imediatamente a polícia.

Em geral, os boletins de ocorrência relacionados ao desaparecimento infantil são registrados por briga de guarda dos pais, quando um dos responsáveis foge com o filho e o outro aciona a polícia. Ou, ainda, por fuga do lar para chamar a atenção dos pais ou por causa de castigos; e quando as crianças saem para brincar e não avisam aos responsáveis, que informam o fato à delegacia.

A delegada-titular do Sicride esclarece que a polícia deve ser comunicada do desaparecimento assim que o responsável perceber que a criança sumiu, não sendo necessário esperar um período mínimo. “Não tem horário para acionar a polícia. Assim que perceber o desaparecimento, é importante ir à delegacia mais próxima e registrar o boletim de ocorrência. Para nós, as primeiras horas de desaparecimento são muito importantes para a investigação”, informa.

Assim que acionada, a delegacia informa imediatamente ao Conselho Tutelar e ao Sicride, que tem acesso automaticamente às informações repassadas no boletim de ocorrência e vai até o local necessário. “Quando chegamos ao lugar do fato, conversamos com os familiares, amigos, professores, vizinhos e pessoas que tenham alguma ligação com a criança para poder começar o processo de investigação”, conta a delegada.

Ela também afirma que é importante sempre manter a delegacia informada. “Caso a criança seja encontrada pelos pais, a orientação é que eles avisem à delegacia para atualizar o cadastro”, explica. “Em alguns casos que os pais não informam a polícia, se eles forem encontrados com a criança, deverão se justificar e mostrar seus documentos e os do filho”, acrescenta a delegada.

ADULTOS – Em caso de adolescente ou adulto desaparecido, a investigação é realizada pela Delegacia de Proteção à Pessoa, unidade que integra a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), localizada em Curitiba. O procedimento em caso de um conhecido ou familiar desaparecido é o mesmo: acionar a polícia o mais rápido possível.

Em Curitiba, a denúncia pode ser feita na delegacia mais próxima ou pela internet, pela Delegacia Eletrônica (www.delegaciaeletronica.pr.gov.br), que encaminham o caso para a Delegacia de Proteção à Pessoa investigar. Para moradores do interior do Estado, o processo é o mesmo, porém o caso será encaminhado e investigado pela subdivisão policial local.

O delegado-chefe da Delegacia de Proteção à Pessoa, Jaime da Luz, pede aos familiares de desaparecidos que, se possível, procurem diretamente a delegacia especializada para maior agilidade no início das investigações. “É importante que os familiares tenham nomes e endereços dos amigos mais próximos e verifiquem se a vítima levou roupas ou deixou alguma carta/bilhete”, indica o delegado.

SITE – As delegacias do Paraná utilizam a foto do desaparecido, entregue pelos familiares, para divulgação da imagem no site www.desaparecidos.pr.gov.br, desenvolvido pela Delegacia Eletrônica da Polícia Civil. Junto com cada foto são divulgadas informações como o nome completo do desaparecido, idade, último local em que foi visto, roupas e características físicas como altura, cor do olho e cabelo, por exemplo.

DESAPARECIMENTO – Em caso de desaparecimento, os responsáveis devem acionar imediatamente os serviços de segurança pública da região. No Paraná, as famílias podem entrar em contato com a delegacia mais próxima; com o Sicride, pelo telefone (41) 3224-6822; ou na Rua Vicente Machado, 2.560, bairro Campina do Siqueira; e com a Divisão de Proteção à Pessoa no telefone (41) 3360-1400 ou diretamente na Avenida Sete de Setembro, 2077, Centro de Curitiba.

Outro número que a população pode utilizar para informar o fato é o 181. 

DICAS DE SEGURANÇA COM AS CRIANÇAS

Para os Pais:

1 – Nos passeios manter-se atento e não descuidar das crianças;

2 – Procurar conversar todos os dias com os filhos, observar a roupa que vestem e se apresentam comportamento diferente;

3 – Procurar conhecer todos os amigos do seu filho, onde moram e com quem moram;

4 – Acompanhá-los à escola, na ida e na volta, e avisar o responsável da escola quem irá retirar a criança;

5 – Colocar na criança bilhetes ou cartões de identificação com nome da criança e dos pais, endereço e telefone; orientar a criança quanto ao uso do cartão telefônico, bem como fazer chamadas a cobrar para pelo menos três números de parentes, e avisá-los desta orientação;

6 – Não deixar as crianças com pessoas desconhecidas, nem que seja por um breve período de tempo, pois muitos casos de desaparecimento ocorrem nestas circunstâncias;

7 – Fazer o mais cedo o possível a carteira de identidade no Instituto de Identificação do Paraná;

8 – Manter em local seguro, trancado e distante do alcance das crianças arma de fogo, facas, qualquer objeto ou produto que possa colocar a vida delas ou outras pessoas em risco;

9 – Orientar as crianças a não se afastar dos pais e fiscalizá-las constantemente;

10- Ensiná-las a sempre que estiverem em dificuldade a procurar uma viatura policial, ou um policial fardado (PM ou Guarda Municipal), e pedir ajuda;

11- Evitar lugares com aglomeração de pessoas;

12- Perdendo a criança de vista, pedir imediatamente ajuda a populares para auxiliar nas buscas e avisar a polícia.

Meu filho desapareceu, o que devo fazer?

1 – Em primeiro lugar, manter a calma;

2 – Caso esteja sozinho, peça auxílio para que acionem imediatamente a polícia. Não existe prazo para comunicar o desaparecimento, faça-o imediatamente;

3 – Manter alguém no local onde a criança foi vista pela última vez, pois ele poderá retornar ao local;

4 – Deixar alguém no telefone indicado no cartão de identificação da criança, até para centralizar informações;

5 – Avisar amigos e parentes, o mais rápido possível, principalmente os de endereço conhecido da criança, para onde ela possa se dirigir;

6 – Percorrer os locais de preferência da criança;

7 – Ter sempre a mão foto da criança;

8 – Ter em mente a vestimenta da criança para descrevê-la, procurando vesti-la com roupas detalhadas, de fácil visualização e identificação (cores berrantes, desenhos, etc…).

Motivos

1 – Castigos excessivos e exagerados, desproporcionais ao fato. Ex: a criança comete uma pequena falta e leva uma surra;

2 – Repressão excessiva, excesso de controle;

3 – Desleixo dos pais, a criança sente-se rejeitada e desprezada e foge para chamar a atenção;

4 – Muitas das fugas do lar têm por motivos o mau desempenho escolar, as responsabilidades domésticas que são atribuídas a elas e até mesmo pequenos ofícios, como venda de doces e salgados;

5- O espírito aventureiro também é um dos grandes responsáveis pela fuga de crianças. Nunca elogie demais seus filhos, afirmando que eles são bastante espertos, pois isto lhes proporciona uma falsa sensação de segurança e auto-afirmação;

6 – Fique atento à mudança de comportamento de seu filho, pois isto pode indicar que o mesmo poderá fugir de casa;

7 – Uma boa conversa com seu filho, pode livrar você de momentos de angústia e desespero.