Tempo seco favorece queimadas

Queima à céu aberto é ilegal e perigosa. Com tempo seco, risco de incêndio aumenta

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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(Foto: Arquivo).

O Verão ainda não começou mas, se “copiar” sua estação antecessora, promete ser muito quente e com pouca chuva. Por isso, o alerta do Corpo de Bombeiros cai como luva.

Segundo os militares, as condições do momento são favoráveis às queimadas em grande escala. Ela pode acontecer a partir de uma simples ponta de cigarro acesa, lançada de dentro do carro na rodovia, por exemplo, ou das ilegais queimas de lixo e restos de jardins, populares nos quintais de muitos moradores das Cidades Irmãs. O pivô é simples: bastam calor, pouca água e manejo ilegal. “Por isso pedimos o máximo de cuidado especialmente na área rural, na limpeza dos terrenos. É preciso ainda evitar a queima do lixo em terrenos baldios, ou que tenham residência próxima”, alerta o sargento Mário, do Corpo de Bombeiros de Porto União.

Nas rodovias, o pedido de alerta é reforçado. “Cuidado para não jogar tocos acessos, para evitar incêndio na vegetação lateral, que pode comprometer a visibilidade dos motoristas e é de difícil contenção”, reforça.

Queimadas são ilegais

Em fevereiro, O Comércio já havia mostrado a ilegalidade da prática. Na ocasião, um foco de fogo e fumaça foi flagrado pela reportagem em São Cristóvão. Conforme o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) toda queima à céu aberto é ilegal.

A exceção contempla apenas as culturas da Bracatinga e dos canaviais, que dependem da ação para serem renovadas. “Esta é a queima controlada, que pode acontecer mas também depende de autorização do IAP”, confirma o geógrafo Gelson Córdoba, do escritório do Instituto em União da Vitória. Segundo ele, a queima clandestina está mais controlada, embora ainda comum. “Antigamente, isso acontecia muito mais”, lembra.

Entenda os riscos

A queima desordenada, além de ilegal, polui o ambiente e aumenta as chances de incêndios em residências, por exemplo, quando ocorre em áreas urbanas. Além disso, há riscos à saúde: a fumaça pode comprometer crianças e idosos. A prática também aumenta as chances de grandes labaredas – e danos de grandes proporções – especialmente nas épocas mais secas do ano.

Como agir

Quem percebe que a queimada do vizinho pode aumentar e causar estragos, precisa ligar para os Bombeiros. Os militares podem fazer a extinção dos focos e orientar os autores das queimadas. No caso de denúncias, o IAP e a Polícia Militar e Ambiental podem ser procurados.

Estatísticas

Segundo o site do sistema de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a quantidade de queimadas no Brasil entre 1º de janeiro e 16 de outubro deste ano aumentou 70% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação, a elevação de focos de incêndio no país aumentou 105%. De acordo com o sistema do Inpe, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013 foram registrados 115.220 focos de incêndio no Brasil. Um ano antes, 2012, no mesmo período foram detectadas 193.838 queimadas no país.