Por Mariana Honesko
Quem visitou pela primeira vez o ambiente, jura que jamais viu algo tão particular. Do Pará, Janiele Lima, de 22 anos, aprovou o chope gelado, a decoração germânica e o carinho recebido, inclusive, do anfitrião da casa, o prefeito de Porto União, Anízio de Souza. “A festa é linda demais!”, afirmou. Ela veio com o marido e nas Cidades Irmãs, no intervalo do trabalho dele, visitou toda a estrutura da oitava edição da Festa do Steinhaeger e do Xixo.
Ao longo dos três dias de festa – 5, 6 e 7 – as opiniões favoráveis ao evento foram replicadas entre os visitantes. No domingo de tarde, na rede social, alguns expectadores já postavam imagens do final da festa e na legenda, garantiam que ela já deixou saudade. “Não tem nem o que comentar. A festa é maravilhosa. A gente participa em festas de todo o Brasil e aqui, onde estamos já pelo terceiro ano e certos para o ano que vem, é diferente. É uma festa da comunidade, onde o pessoal tem acesso livre e é gratificante estar numa festa deste nível”, elogiou Lairton Korbes, músico da Orquestra Continental, banda que alegrou o público nas tardes de sábado e domingo.
Embora contabilize elogios e números parciais, a organização do evento ainda não dispõe de números oficiais, pós-festa. O que a Associação Empresarial de Porto União (Acipu) sabe, por enquanto, é que muito trabalho marca os próximos dias. O aumento em 400 metros quadrados de estrutura deve exigir força dos envolvidos com a desmontagem da estrutura. Todo o aparato transformou a Praça Hercílio Luz, um dos cartões-postais da cidade, no centro, em uma vila germânica, regada à muito chope e pratos igualmente saborosos.
Deu para escolher: de um lado, xixo bem assado e temperado; de outro, o Bratwurst alemão, com pão fresco e quentinho. Para quem soube dosar as escolhas, ainda sobrou espaço para uma beliscadinha na apimentada comida mexicana ou uma adocicada no paladar, na escolha dos quitutes do café colonial ou do pão de mel, ambos estreantes no evento. “Estamos preocupados se o povo viria e ele veio. Foi um sucesso. O povo estava feliz, contente. Tudo ocorreu dentro da nossa programação”, garantiu o presidente da Acipu, Solimar Haiduk. “Até o São Pedro ajudou!”, brinca, referindo-se ao tempo estável que marcou os três dias de festa e espantou todas as chances de chuva então previstas para a data.
Além do tempo estabilizado, a festa surpreendeu com a execução de outras novidades. Foi o caso, por exemplo, da reabertura do túnel subterrâneo. O espaço, que liga dois estados, recebeu os visitantes ao longo de praticamente os três dias inteiros. Embaixo da terra, a Destilaria Doble W, que assina a produção do Stainhaeger, contou um pouco de sua história a partir de peças antigas e da exposição dos produtos de produção da bebida. A Universidade do Contestado (UnC) também esteve por lá e embaixo da Estação União, resgatou detalhes do conflito que marcou a região.
A Festa do Steinhaeger e do Xixo é uma organização da Acipu, com apoio da prefeitura de Porto União. A oitava edição, embora “virando a página”, já confirma a próxima edição para 2015.
Cultura
Desde o desfile de abertura, no início da noite de sexta-feira, até à meia-noite do domingo (a festa terminou todas as noites no mesmo horário), o perfil germânico marcou a maioria dos eventos e atrações. Mesmo assim, a Festa do Xixo apostou na mescla das culturas. Além de ampliar as tendas de alimentação e a diversidade delas, a cultura de diferentes etnias esteve no palco. As bandas incluíram no repertório uma série de músicas distintas, desde as tradicionalistas até as de estilo pop. Houve espaço, inclusive, para versões internacionais.
Movimento duvidoso
Mesmo nitidamente cheio, o evento parece não ter agradado todos os expositores. Talvez por conta da ampliação do espaço, o número de expectadores foi pulverizado ao longo de toda a Praça Hercílio Luz e na Estação União. No domingo, o presidente da Acipu estimava a circulação de 45 mil pessoas nos dois primeiros dias. Nos estandes, as vendas parecem ter recuado um pouco, em relação à 2013. A organização deve rever o mapa para entender o comportamento e, se for necessário, intervir na edição 2015.