ARTIGO: Gestão Cultural

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Atualizado há 10 anos

Por Vlad Myszka 

No ano de 2014, o Paraná obteve uma grande conquista com o início das atividades formais para criação do Plano Estadual de Cultura (PEC-PR). Foram realizadas audiências públicas nas nossas cinco macrorregiões, representadas por Francisco Beltrão (Sudoeste), Toledo (Oeste), Ponta Grossa (Campos Gerais), Maringá (Noroeste), Curitiba (Fazenda Rio Grande), Londrina (Nordeste), Paranaguá (Litoral) e Guarapuava (Centro Sul). Foi também aberto um formulário para sugestões, no sítio online da Secretaria de Cultura.

A minuta do PEC-PR consta com 21 (vinte e uma) metas subdivididas em 4 (quatro) diretrizes. A gestão cultural nunca esteve tão em foco no cenário estadual e por isso é preciso prepará-la com cuidado para receber as novidades. Atualmente, há uma escassez de gestores culturais qualificados e muitas vezes a gestão no domínio público é controlada pelo Secretário nomeado ou assessores comissionados, sem o devido preparo profissional para atuar na área.

Um bom gestor é uma causa necessária para que os benefícios das políticas públicas de Cultura adquiram materialidade. Ora, não basta dispor de políticas públicas formais se elas não acontecem de maneira factível e este é um problema de gestão competente. A meta nº 14 (quatorze) estabelece a criação de um espaço cultural em cada município, isso significa 399 (trezentos e noventa e nove) espaços culturais a serem geridos e administrados.

Existem ofertas de cursos preparatórios de curta duração e de pós-graduação em gestão e produção da Cultura no Paraná. O cargo do gestor cultural tem ganhado maior abrangência e aparece mais vezes nas listas de empregos; e talvez o maior passo seja atingido quando conseguirmos a regulamentação dessa profissão, tal como a minuta da PEC-PR também aborda na meta nº 04 (quatro) Precisamos ser rigorosos na exigência de gestores preparados para cuidar de um setor público tão delicado como a Cultura e aproveitar este ensejo para estimular ações através dos mecanismos estatais para suportar programas de capacitação eficientes.

De nada adiantam os bons projetos se tivermos péssimos gestores.

Vlad Myszka é escritor com formação superior em Filosofia.