Araucária de Bituruna produziu 812 Pinhas em colheita histórica

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Atualizado há 7 meses

Não é de hoje que a região do Planalto Norte e Sul paranaense surpreende quando falamos em araucárias produtivas e a cada ano surgem novas surpresas.

Desta vez, uma araucária localizada na propriedade do Senhor Moisés, no Assentamento Rondon III, comunidade Sagrada Família, interior de Bituruna surpreendeu a todos, com 812 pinhas colhidas da mesma árvore.

A araucária produtora possui mais de 120 galhos, e em um único galho foram colhidas cerca de 15 pinhas. “Ela sempre foi bem produtiva, porém este ano ela extrapolou”, explica Mário Zampieron, secretário de agricultura de Bituruna.

Mário e Móises

“Na contagem inicial, acreditávamos que teríamos mais ou menos 500 pinhas, mas, depois, veio a surpresa.”

Inclusive, a secretaria já fez a colheita de um broto dessa araucária para usar como matriz para enxertia. “Ela já está em nosso banco de clones”. A ação faz parte de um programa desenvolvido em Bituruna, intitulado “A Força das Araucárias”.

813 pinhas colhidas de uma única araucária em Bituruna em abril de 2024

Força das Araucárias

O programa começou a ser desenvolvido em 2022, visando à sustentabilidade de famílias de baixa renda e à preservação da Araucária. O projeto faz parte do programa de clonagem das mudas da Araucária, que vem sendo realizado desde 2016 em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

No mesmo ano em que o programa começou em Bituruna, foram plantadas 10 mil mudas no município. O dia 12 de maio de 2022 foi histórico, marcando o plantio da Araucária número 10 mil – a décima milésima.

Prefeito de Bituruna Rodrino Rossoni platando a décima milésima araucária

Desde então, o programa tem crescido e até colhe os primeiros pinhões. Segundo Zampieron, eles realizam a seleção de matrizes produtivas para que a enxertia ocorra.

Além da araucária de Seu Moisés, outras chamam a atenção na região. Uma delas fica na propriedade dos agricultores Sérgio e Disonete Jaskiu, na Linha Rio Preto, área rural de Matos Costa (SC), onde uma única araucária já chegou a produzir 902 pinhas – este foi o recorde de 2021.

Não muito longe dali, encontra-se a araucária localizada na propriedade da família Czerniak, em Caçador. Em 2022, a árvore produziu 500 pinhas, mas fazem parte de seu histórico outras produções, em 2015 foram 674 pinhas, e em 2020 foram 600.

Segundo Nilva Czerniak, em 2023 foram aproximadamente 250 pinhas e para este ano existe a expectativa de 200. Entretando a família comenta que a araucária esta em seu periodo de descanso, para o ano vem, mais um recorde deve ser superado. “Já estamos vizualizando 16 pinhas por galho um recorde para 2025”.

Inclusive a família comercializa toda a semente, inclusive com envios até pelo correio. 

Colheita deste ano da araucária de Caçador
(Divulgação família)

Tanto a araucária de Matos Costa quanto a de Caçador já foram alvos de estudo e, claro, de clonagem.

Araucárias de pinhão precoce

Além disso, Bituruna também experimentou outras pesquisas da Embrapa. Uma delas visa ao plantio de araucárias de pinhão precoce. Em quatro anos, os primeiros pinhões começaram a ser produzidos. Resultado de uma pesquisa de 18 anos feita pelo pesquisador Ivar Wendling. Segundo ele, hoje produtores rurais têm acesso a metodologias de seleção de plantas superiores, enxertia e implantação de pomares de pinhão precoce que começam a produzir na metade do tempo: de seis a oito anos.

Como a araucária é uma planta dioica (possui árvores-macho e árvores-fêmea), também foram desenvolvidas técnicas para antecipação da produção de pólen para fecundação das pinhas.

Exertia das matrizes