A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), por exemplo, alerta dizendo que estes pacotes de sementes podem trazer pragas, doenças e plantas daninhas que não existem no Brasil, capazes de causar graves prejuízos à agricultura e ao meio ambiente. A instituição de defesa agropecuária orienta que o material não seja aberto, descartado e, muito menos, utilizado.
Até o fim da semana passada, os fiscais da Adapar recolheram três pacotes de sementes, que serão encaminhados ao Ministério. Dois vieram da região de Curitiba, e um da região de Paranavaí. Nos três casos, as pessoas relataram que a origem do pacote é chinesa, e não se sabe a razão do envio. Uma delas, segundo a Adapar, havia realizado uma compra pela internet no ano passado, e agora recebeu apenas as sementes, da mesma origem.
“Muitas das pragas e doenças que elas podem conter são invisíveis a olho nu, e somente podem ser detectadas por meio de análises laboratoriais”, afirmou. “Por isso, a importância de serem entregues à Adapar ou ao Ministério, para providenciar as análises e o descarte adequado, a fim de evitar a introdução de novas pragas no Estado”, disse à Agência Estadual de Notícias, o coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal da Adapar, Juliano Farinacio Galhardo.
Os exames laboratoriais para identificar as espécies e eventuais patógenos presentes no material serão feitos pelo Ministério da Agricultura.
Em Santa Catarina, o alerto é similar. No Estado, os pedidos de atenção com o produto vêm da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). O início para a emissão de avisos sobre os casos veio depois que um morador de Jaraguá do Sul, que comprou um objeto de decoração, recebeu junto duas embalagens com grãos de origem suspeita.
Pelo mundo, casos semelhantes foram registrados em países da Europa e Estados Unidos. Sabendo disso, o morador de Jaraguá procurou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR). Em seguida, a entidade acionou a Cidasc, que fez o recolhimento das sementes e encaminhou para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Todo o material de multiplicação vegetal, é considerado pelo Mapa, sendo a semente ou muda. Com isso, a importação de qualquer quantidade destes produtos precisa da autorização do Ministério, com pedido do interessado pela compra.
Em entrevista à rádio CBN Vale do Iguaçu no dia 15, a engenheira agrônoma da Cidasc, Fabiane dos Santos, enfatizou que o órgão vem orientando produtores rurais para evitarem o plantio das sementes. “Para que não realizem o plantio dessas sementes, pois podem resultou em prejuízos no plantio das mais variadas culturas do Estado”, disse.
SERVIÇO
Na região do Vale do Iguaçu, as denúncias podem ser registradas na unidade da Adapar, que fica no centro de União da Vitória, na rua Professora Amazília. Em Porto União, tem agência da Cidasc no Pintadinho, bem próximo do portal da cidade, na BR 280, no bairro Santa Rosa.